Donald Trump anula proteção federal de Kamala Harris
O presidente Donald Trump assinou o “Memorando para o secretário de Segurança Interna” determinando o fim da proteção do Serviço Secreto à ex-vice-presidente Kamala Harris a partir de 1° de setembro de 2025. A prorrogação de um ano concedida por Joe Biden — que ia além dos seis meses previstos por lei — foi anulada […]
O presidente Donald Trump assinou o “Memorando para o secretário de Segurança Interna” determinando o fim da proteção do Serviço Secreto à ex-vice-presidente Kamala Harris a partir de 1° de setembro de 2025. A prorrogação de um ano concedida por Joe Biden — que ia além dos seis meses previstos por lei — foi anulada no momento exato em que Harris inicia sua turnê de divulgação do livro “107 Days”, que será lançado em 23 de setembro, aumentando sua exposição pública e sua vulnerabilidade.
O que é o Serviço Secreto e por que isso importa
O Serviço Secreto dos Estados Unidos é a agência federal responsável pela proteção de ex-presidentes, com cobertura vitalícia, e de ex-vice-presidentes, por apenas seis meses após deixarem o cargo. No caso de Harris, Biden havia estendido esse prazo em mais um ano, até julho de 2026. A revogação abrupta dessa proteção expõe Harris a riscos diretos, especialmente em um contexto de polarização política. Sem a cobertura federal, ela pode ter de recorrer a segurança privada, o que implica custos elevados e logística complexa para sua equipe.
Contexto político e impacto simbólico
A decisão de Trump ocorre justamente quando Harris retoma os holofotes políticos com o lançamento do livro “107 Days”, publicado pela Simon & Schuster. A obra relata os bastidores de sua breve candidatura presidencial em 2024 e será seguida por uma turnê em 15 cidades nos EUA e no exterior, a partir de 24 de setembro. A retirada da proteção federal amplia o risco em aparições públicas e simboliza um ato de fragilização política em um momento de maior visibilidade. Medidas semelhantes já foram aplicadas por Trump contra outros adversários, incluindo Hunter e Ashley Biden, além de ex-assessores como Mike Pompeo e John Bolton, em gestos que críticos classificam como retaliações pessoais.
Kamala Harris, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, discursa no evento “State of the People Power” (Foto: reprodução/Mario Tama/Getty Images Embed)
Reações à decisão
A medida gerou fortes críticas. A líder democrata no Senado, Patty Murray, classificou a revogação como “um ato de perseguição política perigoso e sem precedentes”. O ex-presidente Barack Obama afirmou em nota que a decisão “coloca em risco não apenas Kamala Harris, mas também a tradição de proteger a integridade do processo democrático”. Já aliados republicanos de Trump defenderam a medida, alegando “corte de privilégios excessivos” e “ajuste legal necessário”.
Para especialistas em segurança, no entanto, a decisão rompe com práticas consolidadas de proteção institucional. “Mesmo sem obrigação legal, há precedentes de manutenção de segurança a figuras públicas com forte exposição, como foi o caso do ex-vice-presidente Dick Cheney”, disse o ex-agente do Serviço Secreto Jonathan Wackrow à CNN.
A decisão final sobre eventuais recursos ainda poderá ser contestada judicialmente, mas, por ora, Harris inicia sua turnê literária sem o amparo da proteção federal.
