SUS se aproxima da casa do paciente por meio de programa do governo

João Pedro Turati Por João Pedro Turati
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Foto destaque: Lula e Nísia Trindade. (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert)

O governo lança um programa visando aproximar o atendimento do SUS à residência do paciente. Com ênfase da telessaúde, essa nova política busca diminuir os locais que o paciente necessita frequentar durante seu tratamento.

Entenda o modelo de integração do SUS

O Ministério da Saúde apresentou um novo modelo de integração de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), focalizado na telessaúde, com o intuito de encurtar os tempos de espera e reduzir as filas. A declaração foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da saúde, Nísia Trindade, nesta segunda-feira (8), durante uma entrevista coletiva para jornalistas.

A ministra ressalta que o programa Mais Acesso a Especialistas pretende diminuir a quantidade de deslocamentos necessários para o paciente durante seu tratamento no SUS, concentrando os exames e consultas em unidades de saúde próximas à residência do atendido.

Dependendo do procedimento, o paciente poderá ser atendido por meio da telessaúde. Na prática, o programa está programado para iniciar em 1º de julho. Trindade disse que não estão buscando eliminar filas, mas sim reduzir o tempo de espera. A diferença é que o atendimento será direcionado às necessidades do paciente, não aos serviços de forma isolada.


Lula e Trindade na sua posse. (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert)

A telessaúde faz parte do programa SUS Digital. Segundo o ministério, entre março e abril, todos os 26 estados, o Distrito Federal e os 5.566 municípios aderiram ao programa. Serão disponibilizados R$ 460 milhões aos entes federativos para a adaptação ao digital.

O anúncio ocorre após um mês em que as pressões sobre Trindade aumentaram, devido à crise nos hospitais federais no Rio de Janeiro e ao crescimento dos casos de dengue. Denúncias de irregularidades e negligência nas seis unidades federais do Rio provocaram uma série de demissões no ministério e na gestão hospitalar, incluindo a do secretário nacional de Atenção Especializada à Saúde, Helvético Miranda.

O orçamento previsto para 2024 para hospitais ultrapassa R$ 800 milhões, porém há problemas estruturais na rede. Além de suspeitas de mau uso de recursos públicos e corrupção, com direcionamento de licitações e compras com preços exorbitantes, conforme uma nota técnica do DGH, as unidades enfrentam condições precárias e dificuldades para atender os pacientes.

Veja as cobranças que Trindade vem sofrendo

Trindade também é alvo de cobranças por melhores resultados na luta contra a dengue, que já acumula 2,7 milhões de casos e mais de mil mortes somente neste ano. O evento desta segunda-feira faz parte de um esforço do governo para aprimorar a comunicação sobre as ações e realizações dos ministérios de Lula. Antes da saúde, eventos semelhantes ocorreram voltados para os ministérios da Justiça e da Educação.

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