O destino do TikTok nos Estados Unidos tornou-se uma questão central nas tensões entre Washington e Pequim. Recentemente, o recém eleito presidente Donald Trump sinalizou estar aberto a um acordo que envolveria Elon Musk, CEO da Tesla, ou Larry Ellison, fundador da Oracle, como possíveis compradores do aplicativo de compartilhamento de vídeos. A proposta inclui ainda a participação do governo americano como sócio na operação.
A proposta de Trump
Durante um evento na Casa Branca, Trump sugeriu que metade do valor da empresa poderia ser destinada aos Estados Unidos como parte de um acordo que garantiria a licença para o funcionamento do TikTok no país.
Apesar da abertura ao diálogo, a ByteDance, empresa controladora do TikTok, permanece relutante em vender a plataforma. A companhia enfrenta pressão para cumprir uma lei que exige desinvestimento nos Estados Unidos devido a preocupações de segurança nacional. Pequim, por sua vez, vê espaço para negociação, mas é improvável aceitar um acordo politicamente motivado.
Donald Trump (Foto: reprodução/Pool/Getty Images Embed)
Possíveis compradores
Entre os interessados na compra do TikTok estão figuras de destaque no mundo dos negócios. Além de Musk e Ellison, nomes como o empresário Frank McCourt e o investidor Kevin O’Leary já demonstraram interesse. McCourt, ex-dono do Los Angeles Dodgers, sugeriu adquirir o aplicativo sem seu mecanismo de recomendação, enquanto O’Leary afirmou que poderia fechar o negócio rapidamente, avaliando a operação em cerca de US$ 20 bilhões.
Outro grupo interessado inclui o criador de conteúdo MrBeast, que se uniu ao empresário Jesse Tinsley para fazer uma proposta pela plataforma. No entanto, questões como o acesso ao algoritmo do TikTok e preocupações antitruste podem complicar as negociações.
Tensões com a China
A principal resistência à venda está na relação entre a ByteDance e o governo chinês. O Partido Comunista Chinês possui leis que permitem acesso a dados das empresas nacionais, gerando receios de espionagem. Embora a ByteDance negue que dados de usuários americanos sejam compartilhados com autoridades chinesas, a Suprema Corte dos EUA manteve recentemente a lei que exige a venda ou o banimento da plataforma.
Próximos passos
Com a ordem executiva de Trump estendendo o prazo para um possível acordo por mais 75 dias, o TikTok segue temporariamente disponível nos Estados Unidos. Analistas avaliam que, com permissão para operar, a empresa poderia alcançar um valor de mercado de até US$ 1 trilhão.
Enquanto isso, o TikTok enfrenta um futuro incerto, dependendo de como as negociações entre governo americano, potenciais compradores e a ByteDance se desenrolarão. Para os milhões de usuários da plataforma, o desfecho dessa disputa pode redefinir o panorama das redes sociais nos Estados Unidos.