O presidente americano Donald Trump, em entrevista a jornalistas na Casa Branca, na última quarta-feira (23), informou que seu contato com autoridades chinesas é diário e que mantém uma boa relação com o país asiático.
A declaração de Trump ocorre em meio à guerra comercial deflagrada pelo governo americano após as tarifas impostas a dezenas de países em todos os continentes serem anunciadas. As taxas variam de 10% a 245%, sobre a importação de produtos diversos.
No caso da China, a tarifa inicial era de 34%. Em meio às retaliações tarifárias entre EUA e China, atualmente as taxas impostas aos chineses pelos americanos podem chegar a até, 245%.
De acordo com um documento explicativo divulgado pelo Governo Trump recentemente, o aumento da taxa ao país asiático ocorre devido à soma tarifária aplicada pelos EUA à China. No caso, são 125% de tarifa recíproca, 20% relacionado à crise do fentanil e uma tarifa que varia de 7,5% a 100% sobre determinados produtos, relacionados à Seção 301 da Lei de Comércio Americana.
Apesar das conversas diárias com o governo de Xi Jinping, Donald Trump diz que as tarifas serão reduzidas, mas que não chegarão a zero e que, apesar de manter uma boa relação com o líder chinês, entende que a China possui um comércio “muito unilateral”. Ainda assim, espera chegar a um acordo ou definir um preço em breve.
Respeito mútuo
Apesar das declarações do presidente Donald Trump de que mantém conversas amistosas com o presidente chinês Xi Jinping diariamente, Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, vê a guerra tarifária entre os dois países com preocupação.
Em declaração aberta, na data de ontem, quarta-feira (23), Bessent ressaltou que “America First” não significa “América sozinha ou isolada” e fez um apelo ao respeito e colaboração comercial entre os países.
Ainda, segundo Bessent, a China precisa mudar e sabe disso. Informando que os EUA estão dispostos a ajudar pois é necessário reequilíbrio.
Além de Bessent, Jerome Powell, presidente do Banco Central Americano (FED), também avalia que as políticas tarifárias de Donald Trump precisam de equilíbrio para não sobrecarregar o sistema financeiro do país.
Resposta chinesa
Enquanto os EUA estão otimistas com um possível acordo comercial e tarifário com a China, Lin Jian, Vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, declarou em suas redes sociais que o Governo Trump estão “empurram as relações internacionais de volta para a lei da selva”.
Para Jian, os EUA violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) ao utilizar “tarifas como armas” e que a China, “não busca apenas os seus interesses”, mas “as regras do sistema internacional”.
Em outra publicação, Lin Jian, declara que os EUA perderam o apoio popular, isolando-se da comunidade internacional e que os países precisam se unir para defender o multilateralismo e as boas relações comerciais.
Em meio a guerra comercial entre EUA e China, o presidente Xi Jinping anunciou a flexibilização tarifária à investidores estrangeiros de diversos setores visando o fortalecimento do comércio interno e do setor industrial chinês.