Governo Trump sinaliza operação terrestre para bloquear tráfico vindo da Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (27) que o país deve iniciar, “muito em breve”, operações terrestres para conter grupos envolvidos no tráfico de drogas a partir da Venezuela. A declaração foi feita durante uma conversa virtual com militares, em homenagem ao Dia de Ação de Graças, quando Trump reforçou a intenção de Washington de ampliar o escopo das ações já em curso no Caribe.

Segundo o presidente, redes criminosas que atuam pela rota marítima estariam enfrentando mais dificuldades por causa das operações navais americanas, o que abriria espaço para uma nova fase por terra. “Vocês provavelmente notaram que as pessoas não querem mais arriscar entregas pelo mar. Vamos começar a impedi-las também por terra. Essa etapa será mais simples e terá início muito em breve”, afirmou.

Trump acrescentou ainda que o governo já havia “avisado” os grupos envolvidos para que deixassem de enviar drogas aos Estados Unidos.

Operações no Caribe ganham nova dimensão

A fala ocorre em meio à intensificação da presença militar dos EUA próximo ao território venezuelano. Nos últimos meses, Washington reforçou patrulhas navais e aéreas no Caribe e no Pacífico, alegando foco no combate ao narcotráfico.

Entre os recursos mobilizados está o grupo de ataque do USS Gerald R. Ford, o maior porta-aviões do mundo, acompanhado de navios de guerra, caças F-35 e um submarino nuclear.


Presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Steven Hirsch-Pool)


Tensão cresce enquanto negociações são ventiladas

A Venezuela ainda não respondeu diretamente aos novos comentários. O governo Nicolás Maduro, porém, tem reiterado que está preparado para reagir a qualquer tentativa de incursão e acusa Washington de usar o combate ao narcotráfico como pretexto para buscar uma mudança de regime.

Apesar da escalada recente, tanto Trump quanto Maduro sinalizaram, nos últimos dias, abertura para uma possível negociação. As declarações, no entanto, contrastam com o aumento da mobilização militar dos Estados Unidos, que mantém um cenário de incerteza sobre os próximos passos na relação entre os dois países.