O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (2), que o Natal será antecipado para o dia 1º de outubro. A decisão foi divulgada durante um pronunciamento transmitido pela televisão estatal, no qual Maduro afirmou que a medida é um gesto de agradecimento ao povo venezuelano.
“Embora ainda seja setembro, o espírito natalino já está presente. Portanto, para homenagear e agradecer a todos vocês, decidi que este ano as celebrações de Natal começarão em 1º de outubro”, declarou o presidente. A antecipação das festividades natalinas ocorre em um contexto de tensões políticas no país, com manifestações contra o governo após suspeitas de fraude eleitoral nas recentes eleições.
Oposição contesta resultado das eleições
A decisão de antecipar o Natal foi anunciada no mesmo dia em que a Promotoria venezuelana pediu a prisão de Edmundo González Urrutia, ex-candidato da oposição. Urrutia, com a opositora María Corina Machado, acusa Maduro de ter fraudado os resultados das eleições de 28 de julho para garantir sua reeleição. A oposição realizou uma contagem independente dos votos, que mostrou boletins de urna apontando para a vitória de Urrutia.
No entanto, o governo venezuelano e suas autoridades, alinhadas ao chavismo, consideram as ações da oposição como ilegais. O mandado de prisão contra Urrutia menciona crimes como usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, incitação à desobediência civil, formação de quadrilha, sabotagem e associação ilícita. As acusações foram detalhadas pelo portal argentino Infobae.
Repercussão internacional e medidas dos EUA
Além dos acontecimentos internos, a situação na Venezuela chamou a atenção internacional, especialmente dos Estados Unidos. Também nesta segunda-feira, autoridades americanas apreenderam um jato presidencial de Maduro, que estava estacionado na República Dominicana. Os Estados Unidos alegam que a compra do Dassault Falcon 900 violou sanções econômicas impostas ao regime venezuelano, sendo o jato transferido para a Flórida.
A decisão de Maduro de antecipar o Natal ocorre em meio a um cenário de crise política e econômica no país. Com a medida, o presidente parece buscar uma forma de apaziguar os ânimos da população, tentando desviar o foco das tensões políticas que têm marcado sua gestão. Enquanto isso, a oposição e a comunidade internacional continuam a pressionar por respostas e transparência em relação ao processo eleitoral e às sanções econômicas em vigor.