Nicolás Maduro convoca as Forças Armadas após resultado das eleições na Venezuela

Fernanda Eirão Por Fernanda Eirão
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Foto destaque: Venezuela enfrenta onda de protestos contra a eleição de MAduro como presidente (Reprodução/Jesus Vargas/Getty Images embed)

A Venezuela terá forças de segurança nas ruas a partir desta quarta-feira (31), em um esforço para conter os protestos dos opositores à vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais. A medida foi anunciada ontem (30), em reunião conjunta do Conselho de Estado e de Defesa com a presença de autoridades governamentais.

Maduro informou o público em pronunciamento no mesmo dia e disse querer ver a força policial nas ruas até que haja o estabelecimento do plano de paz.

Protestos contra o resultado da eleição

Desde que o resultado das eleições foi anunciado na noite de domingo (28), indicando a vitória de Nicolás Maduro com 51% dos votos e a derrota de seu rival Edmundo González, parte da população irrompeu em protestos contestando os números divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Tanto a oposição no país quanto a comunidade internacional questionam a vitória do presidente, pedindo por transparência e pela divulgação da contagem completa dos votos. Maduro viu o pedido como uma “tentativa de desestabilizar” o país, que até o momento, teve cerca de 11 mortos e vários feridos nos protestos em diversas regiões do país, de acordo com ONGs venezuelanas.

Segundo Tarek William Saab, o procurador-geral da Venezuela, informou na terça-feira (30) que mais de 700 manifestantes já foram presos. Maduro prometeu penas de 15 a 30 anos de prisão e que não haverá perdão.


Protestos irromperam na Venezuela desde a divulgação da vitória de Maduro (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images embed)


Nicolás Maduro convocou apoiadores para comparecerem ao Palácio de Miraflores para protestar em apoio ao governo. Maduro também imputou a responsabilidade do que está acontecendo à oposição, culpando María Corina Machado e Edmundo González diretamente, dizendo que “a Justiça vai chegar para eles”.

“A responsabilidade é sua, senhor Edmundo González Urrutia, por tudo o que está acontecendo na Venezuela, pela violência criminosa, pelos delinquentes, pelos feridos, pelos falecidos, pela destruição. O senhor será o responsável direto, senhor González Urrutia, e a senhora também, senhora Machado”, disse Maduro.

Nicolás Maduro afirma que seu país está sofrendo uma tentativa de desestabilização e que a oposição, apoiada pela direita internacional extremista e o imperialismo dos EUA, quer tomar o poder por meio da violência, da manipulação e da mentira. Maduro alega que sedes do CNE foram alvo de grupos criminosos, a quem chamou de “terroristas”, com máquinas queimadas e funcionários eleitorais agredidos.

As acusações e medidas de Maduro

Maduro parabenizou Jorge Rodríguez, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, por aprovar um projeto de lei que reconheceu o resultado eleitoral divulgado pelo CNE. O presidente chamou a luta pelo reconhecimento das eleições como uma “batalha definitiva contra o fascismo, o ódio e a intolerância”, acusando a oposição de impor uma guerra civil na Venezuela para tomar o poder por meio de um golpe de Estado.

Maduro também acusou o narcotráfico colombiano de apoiar González, chamando o político de “Guaidó 2.0”, em referência ao presidente interino da Venezuela, Juan Gerardo Guaidó Márquez. O presidente também chamou González de covarde e o culpou pela derrubada de monumentos de figuras históricas venezuelanas, incluindo imagens de Hugo Chávez.


A oposição vai às ruas com a população para protestar contra o resultado das eleições (Foto: reprodução/Alfredo Lasry R/Getty Images embed)


O governo de Maduro anunciou a criação de duas comissões especiais neste período tumultuoso. Uma delas contará com assessoria da Rússia e da China e irá avaliar o sistema de biossegurança da Venezuela e os ataques ao sistema de comunicação do CNE, os quais Maduro acusou o empresário Elon Musk de estar por trás.

A outra comissão será comandada pelo presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e será composta por especialistas em tecnologia e por membros da casa legislativa, com a missão de defender a opinião pública do país nas redes sociais.

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