Água e seus benefícios na hora da refeição

Ana Modesto Por Ana Modesto
8 min de leitura

A desidratação, mesmo que uma leve com perda de 1% a 2% de líquidos, quando tratada de forma displicente como ocorre com grande parte dos brasileiros, pode causar estragos no desempenho físico, mental e emocional e até na cognição de uma pessoa que ingere pouca água.

 

“Se não repormos (a perda de fluidos), acabamos ficando com déficit de água corporal, e isso significa que muitas vezes temos desempenho físico prejudicado, podemos ter algum prejuízo no desempenho mental e sensação de fadiga, por exemplo”, explica Stuart Galloway, professor de fisiologia do exercício da Universidade de Stirling, na Escócia.

 

O nosso cérebro é 90% água e nosso organismo 60% formado por água, por isso precisamos estar constantemente repondo os líquidos que são perdidos com o suor no calor, ao respirar, dejetos, urina e até pela lubrificação dos olhos! 

 

Diante disso, o método de beber um pouco de água a cada refeição pode solucionar essa perda como também pode até auxiliar na perda de peso. Além disso, a nossa pele é super dependente dela para não ficar descamando e os rins para poder imitar seus resíduos de forma natural, principalmente em momentos de grande agitação nas atividades físicas ou em dias de muito calor. 


Suor humano. Reprodução/CGN089/Shtterstock


“Basicamente, precisamos de água para realizar uma série de processos em nosso corpo. E como estamos constantemente perdendo fluidos por meio da respiração, do suor e da urina, precisamos repor isso com a água que obtemos a partir de bebidas e outros alimentos”, acrescenta o especialista.

É importante alertar que a desidratação pode levar ao óbito se não for tratada adequadamente. Segundo Stuart, uma pesquisa feita com adultos mostrou que uma pessoa internada com desidratação tem menos chances de se recuperar rapidamente. Ele alerta ainda, que apesar da água ser de suma necessidade, existem outras formas de se hidratar sem ser com água potável, pode ser também através dos alimentos, que podem ser escolhidos de forma consciente podem ter bastante água dentro deles, como as frutas e legumes, por exemplo. 

 

“Não precisa necessariamente ser água, depende de quais são seus objetivos alimentares em geral, e sua ingestão de água vai ser influenciada pelo clima e por quanta atividade você faz”, diz Galloway.

 

A ideia que deve-se beber 8 copos de água por dia não é fundamentada em nenhum estúdio, apesar de ter sido difundido em 1945 pelo Conselho de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos, e o recomendado atualmente é uma ingestão diária de 2 litros de água para homens e 1,6 para mulheres, mas a quantidade exata depende do peso da pessoa e seu hábito de praticar exercícios físicos. Outro fator importante de deteçção de uma possível desidratação, é a observação direta da sua urina.

 

“Se você urina cinco ou seis vezes por dia, ou talvez até sete vezes por dia, provavelmente está bebendo a quantidade certa de líquido. Se você faz xixi apenas 3 ou 4 vezes por dia, possivelmente não está bebendo o suficiente. E se você vai mais de 7 ou 8 vezes ao dia, provavelmente está bebendo demais”, conclui o especialista.

 

Alerta!

 

Apesar de parecer óbvio, você não deve beber água apenas quando sente sede, o ideal é beber água mesmo sem a vontade, pois quando a sede vem, você já perdeu de 1% a 2% de água corporal, ou seja, já se apresenta em uma pequena desidratação. 

 

Ao contrário, água em excesso também pode fazer mal, como disse o Médico e físico do século XVI, Paracelso: “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”, por isso na sua hidratação, a busca pelo equilíbrio é sempre uma boa opção.

 

“Há estudos com corredores de maratona em que as pessoas ingeriram água em excesso e acabaram com uma condição chamada hiponatremia, caracterizada pela baixa concentração de sódio no sangue, e que pode levar a complicações e morte em casos extremos”, indica Galloway.

 

Apesar de bebidas muito procuradas por brasileiros como chás e cafés serem uma opção extra para se hidratar, vale descartar também o perigo que uma pesquisa indicou de elas serem mais diuréticas que hidratantes, piores os casos de desidrogenação em alguns casos. Dentre os três, o café é o maior vilão.

 

“Você pode tomar chá e café como parte de sua meta diária de água. Mas as evidências são um pouco céticas sobre a quantidade de café que você precisa beber para que tenha um efeito diurético. Parece que é em torno de 400 e 500 miligramas de cafeína, o que equivale a quatro ou cinco cafés razoavelmente fortes.”, conclui o professor. 

 

O leite é também muito procurado como segunda opção e dentre o chá, café e o leite, o terceiro é o mais aconselhado, apesar de ser o mais calórico. “O que descobrimos neste estudo é que se você tomar 1 litro de leite, você retém por mais tempo, o que significa que (o leite) tem um efeito de hidratação mais prolongado do que muitas das outras bebidas que examinamos”, declarou Galloway.

 

Ele recomenda também que beber leite pode ser recomendado após exercícios físicos, “pode ser uma estratégia útil pós-exercício, por exemplo, em que você está adicionando proteína, recebendo líquido para repor a perda de fluidos e, o que muito gente não está ciente é de que há bastante sais no leite também, então você está repondo os sais (minerais) que perde”, explica.

Já é confirmado em diversos estudos que a ingestão devida de água por dia ajuda também na memória de curto prazo, atenção e memória para fins laborais. Auxilia também para manter a pele com aspecto saudável, no humor, nas dores de cabeça e na perda de peso. Um dos estudos recentes sobre o assunto mencionado pela BBC Brasil, indica que seus pesquisados que beberam ao menos 500ml de água antes das refeições perdeu mais peso do que aqueles que não beberam nada.

 

Foto Destaque: Beber água durante as refeições. Reprodução/Getty Imagens

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