Baixo índice de vacinação em crianças prejudicará o programa imunização

Felipe Yamauchi Por Felipe Yamauchi
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Segundo levantamento da agência CNN, apenas 28% das crianças de 5 até 11 anos tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19


Foto: Criança tomando vacina/Reprodução:Poder 360


Em um relatório feito pela equipe da CNN, mostrou que apenas 27,8% das crianças de 5 à 11 anos foram tomar a segunda dose da vacina da Covid-19, já as que tomaram pelo menos a primeira dose o índice chega em 60,9%.

Os estados com maior número de menores vacinados são:São Paulo com 90,3%, seguido por Piauí com 84,5% e em terceiro lugar Minas Gerais com 69,5%. Já os estados que menos vacinaram seus pequenos foram:Roraima (20,1%), em segundo lugar, Rondônia (24,9%) e fechando Tocantins (28,6%).No Brasil, foram aplicadas 20.707.411 de doses, sendo só a primeira 12.613.384 e de segunda 5.752.246 nesta faixa etária.

Em entrevista com a equipe da CNN BRASIL, o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, Raphael Guimarães, pontuou que a baixa adesão as vacinas nesta faixa etária, de 5 aos 11 anos, prejudicará a cobertura vacinal do país, pois este público representa cerca de 10% da população brasileira.

Esse ritmo de vacinação desacelerado é preocupante, pois com quatro meses  de campanha de vacinação era esperado uma cobertura maior.Por esse grupo representar 10% da população e estar em ritmo lento, isso prejudicará a meta nacional de imunização”, falou o pesquisador.

Além de prejudicar a situação de vacinação do Brasil, outra conseqüência apontada por Raphael é que dessa forma, as crianças estarão muito mais vulneráveis em relação à infecção do vírus.

Esse cenário deixa as crianças em uma situação dramática, porque o vírus vai começar a circular mais entre eles por estarem menos protegidos”. Ele ressaltou que sua equipe de pesquisadores ainda precisam combater a disseminação de informações falsas sobre a vacinação em crianças.

Estamos em um momento para sensibilizar as pessoas pois o compartilhamento de Fake News.Tanto que mesmo pais com alto grau de escolaridade ainda hesitam na hora de irem vacinar seus filhos e isso prejudica nossa meta de vacinação pelo país”, conta o pesquisador.

Casos de SRAG ainda predominam em crianças

Paralelo ao baixo índice de vacina em crianças, o Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz, mostrou que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave(SRAG), estão caindo, porém as crianças são as mais afetadas.Entre os dias 17 e 23 de abril foram registrados cerca de 1,7 mil casos de SRAG em crianças de 0 até 4 anos.

O pesquisador do InfoGripe, Marcelo Gomes, afirmou que os casos de SRAG estão acontecendo desde fevereiro.Para ele, a volta às aulas e o fim da obrigatoriedade no uso de máscaras impulsionou o crescimento de infecção nessa faixa etária. “Essa combinação deixou as crianças mais vulneráveis e aumentou a propagação do vírus”, afirmou o pesquisador.

Foto de Destaque: Criança americana tomando vacina/Reprodução:CNN BRASIL

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