Um estudo avaliou como as mudanças no estilo de vida podem impactar a saúde do cérebro.
Através de uma investigação, foi revelado como atividades físicas e mentais, tais como tarefas domésticas, exercícios e visitas a familiares e amigos, ajudam a diminuir o risco de demência.
Outra pesquisa analisou o impacto da ingestão de alimentos ultraprocessados no risco futuro de demência.
A rotina por consumo de alimentos mais naturais e não processados, fazer exercícios e ter uma boa vida social são formas de combate a demência à medida que envelhece, segundo dois novos estudos publicados na quarta-feira (27) em Neurology, revista médica da Academia Americana de Neurologia.
Mais de 500 mil pessoas que participaram do Biobank do Reino Unido, que abriga informações genéticas e de saúde detalhadas, foram questionadas sobre a frequência com que subiam escadas, caminhavam ou andavam de bicicleta, faziam tarefas domésticas ou de trabalho ou participavam de esportes extenuantes.
As pessoas que fizeram parte da pesquisa, também foram questionadas sobre o nível educacional e se frequentava aulas de educação de adultos, com que frequência visitava amigos e familiares e com que frequência participava de clubes sociais ou grupos religiosos.
Após isso, eles também foram questionados sobre a extensão de seu uso eletrônico, como jogar jogos de computador, assistir TV e usar um smartphone.
Os participantes foram acompanhados por cerca de 11 anos para ver se desenvolveram demência.
As pessoas que estavam altamente engajadas em padrões de atividade, como exercícios frequentes, tinham um risco 35% menor de desenvolver demência em comparação com as pessoas menos engajadas nessas atividades, descobriram os pesquisadores.
Fazer tarefas domésticas regularmente reduziu o risco em 21%, enquanto as visitas diárias com familiares e amigos reduziram o risco de demência em 15%, em comparação com pessoas menos engajadas. Visitar pubs parecia aumentar o risco, de acordo com o estudo.
“A atividade social é uma forma de estimulação cognitiva e ajuda a construir a reserva cognitiva, o que em parte pode explicar como ela protege contra a demência”, disse Kellyann Niotis, neurologista da Clínica de Prevenção de Alzheimer da Weill Cornell Medicine e NewYork-Presbyterian, que não se envolveu com o estudo.
As pessoas que praticam atividades sociais regularmente também têm mais proteínas protetoras da memória e são mais propensas a ter uma sensação de significado na vida — todas de suma importância para a saúde do cérebro. Sobre a prática de exercícios com outras pessoas pode ampliar o benefício de cada um, disse ela.
“Se alguém disser que a dieta X é a melhor para você, essa pessoa está mentindo”, diz especialista / (Foto destaque:Reprodução/Unplash/Divulgação)
Todos no estudo se beneficiaram do efeito protetor das atividades físicas e mentais, mesmo não tendo histórico familiar de demência, descobriram os pesquisadores.
Uma limitação importante da pesquisa foi que as pessoas foram solicitadas a lembrar, não a rastrear objetivamente suas atividades, e foram questionadas uma vez apenas, no início do estudo sobre seus comportamentos.
“Mais pesquisas são necessárias para confirmar nossas descobertas. No entanto, nossos resultados são encorajadores de que fazer essas mudanças simples no estilo de vida podem ser benéficas”, disse o autor do estudo, Huan Song, professor de pesquisa da Universidade de Sichuan em Chengdu, China, em um comunicado.
Trocar alimentos ultraprocessados, como biscoitos, sorvetes e batatas fritas, por alimentos integrais não processados pode auxiliar no combate a demência, descobriu um novo estudo de dados do UK Biobank.
“Os resultados mostram que não apenas os alimentos ultraprocessados são prejudiciais à saúde do cérebro, mas removê-los de sua dieta pode melhorar os resultados cognitivos e reduzir o risco de demência”, disse Niotis, que não participou do estudo.
Pois os alimentos ultraprocessados são ricos em gorduras adicionadas, como sal e açúcar, desta forma simultaneamente pobres em proteínas e fibras.
“Pesquisadores demonstraram que a substituição de 20% do peso de alimentos ultraprocessados na dieta por uma proporção equivalente de alimentos não processados/minimamente processados foi associada a um risco 34% menor de demência e 39% menor risco de demência vascular (mas não de Alzheimer doença)”, escreveram Maura Walker, professora assistente de pesquisa na Universidade de Boston e Nicole Spartano, professora assistente de medicina na Escola de Medicina da Universidade de Boston em um editorial. Elas não participaram do estudo.
Foto destaque: Reprodução/Site gooutside