Gerenciamento de emoções é o objetivo central para ter mais controle sobre respostas instintivas a diversos fatores externos. O tema voltou a ser disutido após imagens mostrarem o lutador Mike Tyson dando socos na cabeça de homem, que estava sentado no banco de trás de um avião.
No quadro “Correpondente médico”, da CNN Brasil, o neurocirurgião Fernando Gomes ensina os principais mecanismos ligados às emoções humanas.
“O que é uma pessoa que tem uma inteligência emocional bem desenvolvida? Capacidade de lidar com as emoções e requer o equilíbrio principalmente entre a manifestação cognitiva que nós temos no sistema límbico, que é a parte mais interna do cérebro que tem correlação com as emoções, e as habilidades que existem em cada um dos hemisférios”, explica.
Administrar as emoções em busca da inteligência emocional envolve o equilíbrio entre as áreas presentes nos dois hemisférios do cérebro o esquerdo e o direito: “Uma pessoa com uma inteligência emocional equilibrada e bem desenvolvida é capaz de amortecer estímulos que muitas vezes acabam sendo julgado de uma forma inapropriada do ponto de vista de convívio social”, diz Gomes.
Equilíbrio das emoções Reprodução/Lucidez na mente
Em busca do equilíbrio
Seja por Brigas de trânsito, conflitos com vizinhos, estresses no trabalho, somos submetidos a diversas situações que testam nosso controle das emoções. Dependendo da situação, qualquer pessoa pode apresentar um quadro de descompensação. Entretanto, é possível atingir o equilíbrio emocional a partir de medidas que envolvem bem-estar e a qualidade de vida.
“A gente precisa criar rotina e ter alguns mecanismos que fazem com que a gente consiga reequilibrar as emoções. Respeitar momentos de descanso, o sono é algo que, se acaba sendo comprometido, pode levar o indivíduo a ter uma inabilidade emocional. Práticas como atividade esportiva e até mesmo meditação são situações que fazem com que a gente consiga gerenciar e entender as nossas emoções”, orienta o médico.
Autoconhecimento
A busca por hábitos saudáveis pode ajudar o organismo a responder de maneira mais equilibrada aos estímulos externos, refletir sobre o que causam as reações desequilibradas pode evitar novas crises.
“A partir do momento que eu consigo classificar, consigo perceber que posso manipular e não permitir que isso chegue em um ponto em que não tem volta e acaba manifestando aquela síndrome do incrível Hulk, que de repente se transforma e depois é muito difícil lidar com a consequência”, explica.
O especialista aponta que buscar o autoconhecimento pode ser feito já na infância. “A pedagogia das emoções diz que principalmente na infância que você consegue ensinar a criança a lidar com as emoções, frustração e pressão para conseguir entender que o mundo na verdade nunca vai ser estável no decorrer do tempo em termos das emoções que a gente sente”, afirma.
Ajuda especializada
A irritabilidade, ligada a outros fatores, pode ser um sinal de que a saúde mental não vai bem, necessitando da busca por ajuda especializada. Para algumas pessoas, o uso de medicamentos pode ser recomendado a partir da avaliação clínica realizada pelo médico psiquiatra.
Ricardo Amaral, médico do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP afirma que .“Existem diferentes tipos de medicamentos, inclusive medicamentos para a depressão. Então, vamos ter um perfil de modelos biológicos para tratamentos por exemplo de depressão, de ansiedade, de quadros fóbicos, obsessivo-compulsivos, psicóticos. Todos esses medicamentos vão ter um perfil mais adequado para um tipo de alteração ou de transtorno e para cada pessoa também”
O especialista diz que pacientes diagnosticados com quadros de depressão e ansiedade podem apresentar melhoras com o uso de remédios que vão sendo descontinuados aos poucos. “Então, em determinados momentos, a pessoa tem uma melhora, pode até parar de tomar remédio, mas é possível que ela precise tomar em outro momento da vida”, conclui o psiquiatra.
Foto destaque: Homem emocionalmente abalado Reprodução/Sensi Saúde