Conheça a técnica de transplante de órgãos que tem sido alvo de debates nos Estados Unidos

Recentemente, um método alternativo de transplante de órgãos tem se tornado causa de debate nos Estados Unidos. A Perfusão Regional Normotérmica (PRN) é uma forma de recuperar órgãos de pessoas mortas praticada há alguns anos na Europa, e tem ganhado espaço entre a medicina norte-americana para transplantes de coração, rim, fígado, entre outros – porém, vários especialistas da área levantam questões éticas sobre a técnica, afirmando que seria desrespeitoso com os falecidos em questão.

Isso porque a PRN é aplicada em pacientes que estariam vivos apenas com suporte de aparelhos, com danos cerebrais irreversíveis. A técnica se baseia em, após desligar os aparelhos e declarar a morte com consentimento de familiares, bombear o sangue do falecido novamente para reativar o funcionamento do coração e dos pulmões. Dessa forma, os médicos evitariam a deterioração do órgão e veriam se ele estaria apto para um transplante.


Técnica de PRN sendo aplicada. (Foto: reprodução/BBC/Getty Images)


O problema é que muitos médicos consideram a prática antiética, afirmando que ressuscitaria o paciente temporariamente, desrespeitando a escolha da família e, às vezes, do próprio falecido. Algumas das organizações desses médicos defendem que a técnica seja usada apenas em órgãos abdominais, para evitar a reativação do coração em si. Já os médicos que defendem a prática afirmam que as afirmações são um exagero, já que o único propósito é conferir a integridade dos órgãos do doador. Eles respondem dizendo que o coração não voltaria por conta própria sozinho, e que a técnica não muda as circunstâncias em que a família permitiu a declaração de morte. De acordo com eles, a PRN é uma técnica totalmente ética, é apenas mais um método de recuperar órgãos. 

Apesar do debate ainda estar acontecendo, a prática continua sendo difundida nos Estados Unidos, e já avança na Europa. Ainda não houve relatos de seu uso na américa latina, mas parece ser apenas uma questão de tempo.

Foto destaque: Primeiro transplante de coração do mundo, realizado na África do Sul. Reprodução/Richard Holmes

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