A Áustria tomou medidas inéditas para conter o avanço da Covid-19, a partir da última sexta-feira (19), se tornou a primeira democracia ocidental a determinar que a vacinação de adultos seja obrigatória. O país se preparava para um lockdown nacional de dez dias, a partir desta segunda-feira (22), devido a um aumento de casos no continente europeu.
Com as novas medidas restritivas e obrigatórias, líderes de movimentos antivacinas e do Partido da Liberdade, que são de extrema direita, movimentaram violentos protestos pelo fim de semana, comparando as últimas decisões tomadas pelo governo como similares a uma ditadura.
O chanceler austríaco Alexander Schallenberg e os ministros Wolfgang Mueckstein e Karl Nehammer
anunciaram as novas medidas em coletiva de imprensa, em Viena (Foto: Reprodução/Reuters/Leonhard Foeger)
A nova lei só entrará em vigor em fevereiro, o governo espera que até lá uma parcela maior da população se sinta motivado a tomar as vacinas iniciais e as de reforço. Wolfgang Mückstein, que é ministro da Saúde da Áustria, disse que o anúncio é apenas o primeiro passo, e que deu aos líderes tempo suficiente para formalizar as diretrizes legais da obrigatoriedade. A elaboração da lei envolverá a sociedade civil e uma revisão cuidadosa.
Os detalhes da aplicação e execução da lei estarão todos disponíveis até que o processo seja concluído. Mückstein afirmou que governo está confiante que a lei poderá ser elaborada, citando a obrigatoriedade nacional para vacinação contra varíola, aprovado em 1948, sendo assim elaborada dentro dos limites da Constituição.
A Áustria já havia tomado medidas restritivas aos não vacinados, o novo anúncio do país acende um grave alerta sobre a situação do continente europeu que atualmente é o epicentro do vírus em sua quarta onda. Demonstra o desespero dos governos para conter o avanço e principalmente a perda de paciência com pessoas céticas em relação à vacina, fazendo assim a mudança de vacinação voluntária para obrigatória.
Foto Destaque:Pessoas aguardando para fazerem teste de Covid-19 em Viena, Áustria.Reprodução/AP Photo/Ronald Zak