No último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados registraram aproximadamente 1,5 milhão de novos casos globais da Covid-19 no período entre 24 de julho e 20 de agosto, totalizando um aumento susbtantivo de quase setenta por cento, embora o número de mortes tenha caído quase pela metade, com cerca de duas mil mortes.
Um detalhe importante está na organização notar que a variação em certos índices pode ser afetada não somente pelo contágio efetivo do vírus, mas também devido à diminuição significativa da testagem.
“Dados apresentados neste relatório são, portanto, incompletos e devem ser interpretados à luz dessas limitações”, o órgão adverte. Ainda por cima, cita que, “alguns países continuam a relatarem altas cargas pela Covid-19, incluindo aumentos em casos recentemente notificados e, mais importante, aumentos em hospitalizações e mortes – estes últimos considerados indicadores mais confiáveis, dadas as reduções das testagens”.
Imagens de microscópio das partículas do coronavírus que causam a Covid-19. (Foto:Reprodução/NIAID-RML/AP)
Variantes em circulação
Parte do aumento pode ser atribuído às novas variantes da Covid-19. Atualmente, são mais prevalentes duas sublinhagens da Ômicron, XBB.1.16 e EG.5. Esta última foi recentemente detectada no Brasil e apelidada de Eris.
O relatório da OMS apresenta que, “na semana epidemiológica 31 (de 31 de julho a 6 de agosto de 2023), XBB.1.16 e EG.5 representaram 23,9% e 23,8% das sequências em comparação com 23,0% e 21,7% na semana 27 (3 a 9 de julho de 2023), respectivamente.”
No geral, especialistas ainda tendem a indicar, que a variante EG.5 não deve ter grandes impactos nos números de internações e óbitos. No entanto, este crescimento relatado pela OMS evidencia a maior capacidade de contágio das variantes, e demonstra o porquê de cuidados ainda serem necessários. No caso nacional, a advertência vale especialmente.
Lavar as mãos ajuda a previnir não só a Covid-19, como inúmeras doenças contagiosas (Foto:Reprodução/Pixabay).
Cuidados recomendados por especialistas
O Brasil hoje é o país com o segundo maior número de mortes (atrás só dos Estados Unidos no mundo inteiro), com mais de 700.000 óbitos. Além disso, um levantamento do Observa Infância, projeto da Fiocruz em parceria com o Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), mostrou recentemente que só 11,4% das crianças com idades entre 6 meses e 4 anos foram completamente vacinadas.
Por esses e outros fatores, certa precaução a mais não é excessiva. Especialistas da área recomendam especialmente:
- Completar o esquema vacinal tomando a dose bivalente, que amplia a proteção contra a Ômicron;
- Fazer o teste da Covid-19 se estiver com sintomas gripais, como nariz entupido, espirros, tosse, ou corriza;
- Em caso de sintomas, utilizar máscara enquanto não sair o resultado e, se der positivo, cumprir todas as orientações de isolamento;
- Grupos vulneráveis, como idosos, imunossuprimidos e gestantes, devem considerar o uso de máscaras em locais de maior risco, como fechados, com aglomeração e mal ventilados;
- Imunizar bebês, crianças e adolescentes. A vacina ainda está disponível no Brasil para todos a partir dos seis meses de idade
Foto Destaque: Profissionais médicos em um hospital. Reprodução/Sasin Tipchai/Pixabay