No último domingo (10), o cantor Wesley Safadão deu uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, onde revelou ter dado uma pausa em seus shows, após um diagnóstico de transtorno de ansiedade.
De acordo com a psicóloga Blenda Oliveira, todo mundo carrega um pouco do transtorno, mas quando ele se torna exagerado, vira um problema patológico.
“Estava a caminho de um show em Minas e comecei a passar mal dentro do carro. Eu comecei a sentir faltar ar, queria respirar e não conseguia. ‘Eu quero ir para o hospital, acho que eu estou morrendo’. Eu não sentia meus dedos”, contou Wesley Safadão no programa.
O músico disse que foi diagnosticado com transtorno de ansiedade e que resolveu pausar os compromissos profissionais para cuidar da saúde mental.
Quando se torna patológico
Segundo a psicanalista Blenda Oliveira existe o dito como ansiedade “boa” e a ansiedade “patológica”. A diferença das duas está na frequência e intensidade. “A ansiedade boa funciona como uma espécie de motor, pode fazer parte dos momentos de realização, curiosidade, da vontade de crescer, de aprender, é uma energia que move você adiante”, explica a especialista.
“Já a ansiedade patológica, tem uma frequência e intensidade muito grande, podendo tornar a vida disfuncional. A pessoa começa a ter sintomas físicos, como taquicardia, dores no estômago, problemas de pele e de sono, comer muito ou não comer, e a dificuldade de dar conta das tarefas do dia a dia, além de seus relacionamentos e compromissos”, complementa.
Como tratar
Atividade física, meditação, psicoterapia, são alguns dos recursos para lidar com a ansiedade boa, comum. Já quando ela atinge uma fase patológica, é preciso ter ajuda médica e psicológica.
“Existem pessoas que têm um traço maior de ansiedade, podem ser características de alguém. Gente que corre muito atrás do que quer, quer dar conta de tudo, mas isso não quer dizer que é patológico. Essa pessoa pode aprender a diminuir a ansiedade, a se tranquilizar, mudando o estilo de vida”, ressalta a psicanalista.
“Já no sentido patológico, pode usar de medicações e buscar ajuda médica”, complementa ela.
Em todo caso, Blenda ressalta a importância de se manter atento e vigilante no cuidado com a saúde mental.
*Blenda Marcelletti de Oliveira: Doutora em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
Foto destaque: Wesley Safadão em entrevista. Reprodução/ TV Globo