Menopausa e climatério: desvendando seus mistérios

Grasiele Gomes Por Grasiele Gomes
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A chegada da menopausa na vida de muitas mulheres é sinônimo de dor de cabeça, pois as alterações bioquímicas são intensas e provocam uma verdadeira “bagunça hormonal” no corpo da mulher trazendo desconfortos como ondas de calor, conhecidas como fogachos, que se alteram com frequência. Esse é um dos sintomas mais comuns relatados pelas mulheres, essas ondas surgem de forma inesperadas e são sentidas, na maioria das vezes, no rosto, pescoço e na parte superior do tronco.

A menstruação irregular também é um indício do início da menopausa, o sangramento que é mensal torna-se esporádico, podendo não ocorrer em um mês ou em vários meses. Há também mudanças de humor de forma repentina e isso ocorre devido à queda do estrógeno e da progesterona, que são responsáveis pelo bom funcionamento do sistema nervoso central, a partir disso começa a sensação de melancolia, irritação constante, ansiedade e até mesmo choro.

O sistema nervoso central tem receptores de estrogênio, e a carência dele afeta o funcionamento de neurônios e neurotransmissores do hipotálamo, onde fica nosso centro de controle de temperatura”, descreve Lucia Costa-Paiva, ginecologista e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Todas essas alterações provocadas pela queda hormonal podem causar, ainda aumento do risco de infarto, derrame, osteoporose e outros.


Alterações homonais durante a menopausa (Foto: Reprodução/Tomás Arthuzzi/Saúde.Abril)


A menopausa é o último ciclo menstrual, isto é, a data da última menstruação. Ocorre, na maioria das vezes, entre 45 e 55 anos e só é determinada quando é observado 12 meses sem sangramento. Em algumas mulheres isso pode acontecer antes dos 40 anos e é chamado de menopausa precoce. São inúmeras as causas, as mais comuns estão relacionadas a fatores genéticos. “Há necessidade de acompanhamento ginecológico e, na maioria das vezes, quando não há contraindicação absoluta, indica-se a reposição hormonal”, explica a ginecologista da Clínica FemCare, Prof. Flávia Fairbanks. Em outras mulheres pode ocorrer após os 55 anos, chamado de menopausa tardia. “Essas mulheres podem ter risco aumentado para algumas doenças estrogênio-dependentes, como lesões mamárias, ovarianas e uterinas”, concluiu a médica.

Em entrevista realizada no Fantástico, o Dr. Drauzio Varella explica bem o que acontece ao corpo feminino nessa fase da vida https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/09/menopausa-sem-segredo-drauzio-varella-esclarece-fase-em-nova-serie.html

Já o climatério é a passagem da vida reprodutiva, ou fértil, para a vida não reprodutiva. Nesse período acontecem sinais e sintomas que podem surgir antes ou depois da menopausa. Apesar de ser considerado o fim do mundo para algumas mulheres, na verdade não é, o que realmente acontece é o desaparecimento do estradiol ou estrogênio, pois esse hormônio que é o produzido nos ovários no período de vida fértil.


Mudança na vida reprodutiva (Foto: Reprodução/Cruz azul)


Alguns tratamentos podem ajudar e amenizar os efeitos da menopausa e do climatério, o mais conhecido é a reposição hormonal, que também é considerado um tabu para algumas mulheres. “Ainda existe resistência por parte de profissionais e pacientes. Mas não estamos falando de opiniões pessoais. A segurança da terapia é um conceito bem estabelecido entre as sociedades médicas do mundo todo e está apoiada por estudos”, confirma o médico ginecologista Maurício Abrão, professor da Faculdade de Medicina da USP. Ele afirma, ainda que para as mulheres que não podem fazer a reposição hormonal, existem tratamentos direcionados conforme as queixas de cada uma delas, inclusive com uso de fitoterápicos.

Convém ressaltar que toda terapia de reposição hormonal deverá ser acompanhada pelo médico de confiança da paciente.

Por fim, hábitos saudáveis como: alimentação balanceada, atividade física, evitar consumo de cigarros e bebidas alcoólicas também ajudam a amenizar os sintomas da menopausa.

Foto reprodução: Efeitos da menopausa no organismo. Reprodução/Dra. Sibele Klitzke.

 

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