O açúcar é mesmo o vilão das festas de fim de ano?

Editoria Imag Por Editoria Imag
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Para além das confraternizações entre familiares, colegas e amigos, as festas de fim de ano são famosas e muito aguardadas pelas comidas típicas desse período, sobretudo na ceia de Natal. Contudo, para quem se preocupa com as calorias, festejar nesta época pode ser um verdadeiro dilema, principalmente quando se trata das sobremesas e bebidas açucaradas, como os refrigerantes. Mas, afinal, o açúcar é, realmente, um vilão quando o assunto são as festas de fim de ano? Na avaliação de profissionais, o verdadeiro perigo está no exagero.

“Alimento nenhum é vilão. Em termos nutricionais, o açúcar é um alimento pobre, sem fontes inteligentes de nutrientes, mas é fonte de energia. No entanto, conseguimos essa oferta de energia por meio de carboidratos mais saudáveis, como frutas e vegetais”, exemplifica a nutricionista Debora Sena, da plataforma Science Play. “Devemos evitar o consumo do açúcar, pois ele altera respostas hormonais que desencadeiam problemas de saúde graves, como a obesidade.”

A ingestão diária de açúcar recomendada pela Organização Mundial da Saúde é de 25g, que equivale a cerca de seis colheres de chá. Porém, como se sabe, muitas das guloseimas natalinas podem levar bem mais que isso em uma única porção. “O perigo desse alimento está no excesso, que pode prejudicar a pressão arterial, triglicerídeos elevados e maior retenção de líquido, que vai promover sintomas como indisposição, cansaço, dor de cabeça”, explica a nutricionista Natyelle Bonina. “O açúcar em excesso foi associado ao déficit de nutrientes, que pode promover o aumento da gordura visceral, o que por si só contribui para o aumento dos marcadores inflamatórios, sendo prejudicial à saúde.”

Quem quer aproveitar os quitutes da ceia sem prejuízos à saúde deve garantir a atividade física do dia e manter as refeições saudáveis, evitando alimentos gordurosos e embutidos, além de beber a quantidade correta de água ao longo do dia. “Não é porque vai sair da dieta por uma noite que já deve começar o dia comendo besteiras”, adverte a profissional, que também integra o time da Science Play. “Ter uma boa relação com o alimento é fundamental para manutenção de um estilo de vida saudável, aproveitando os momentos sociais.”

“As pessoas parecem acreditar que só têm aquele dia para comer alguns pratos típicos favoritos. Dessa forma, exageram nas quantidades”, complementa Debora Sena. Na avaliação dela, devido a toda a memória afetiva que os pratos típicos de fim de ano envolvem, especialmente os natalinos, o ideal não é substituir, mas consumir com moderação, inclusive as preparações mais saudáveis, já que as calorias a mais ingeridas são transformadas em gordura.

Dia seguinte

A médica Mariana Arraes explica que para uma pessoa que fez dieta e atividade física durante todo o ano, a ceia de natal não levará tudo por água abaixo. Segundo a especialista em emagrecimento e longevidade saudável, é possível que esse dia fora da dieta seja compensado com outras atividades e mudança na alimentação no dia seguinte.

Os cuidados para o dia após a ceia incluem consumir um café da manhã que equilibre bem proteínas e fontes de carboidratos, além de frutas e fibras. A nutricionista Natyelle Bonina também indica praticar pelo menos 30 minutos de exercício físico, a exemplo de atividades como caminhada, ciclismo ou musculação. Por fim, beber a quantidade correta de água por dia, calculando o peso corporal por x50ml. Já Mariana dá a dica de fazer uma atividade aeróbica em jejum após a ceia para que as calorias do dia anterior sejam queimadas.

Mariana ainda aconselha que para que o prejuízo seja diminuído, ingredientes das famosas receitas podem ser trocados por outros mais saudáveis. “Se for possível, é interessante que a pessoa tente optar por comidas com menos teor glicêmico, por uma receita com açúcar como xilitol e derivados, por exemplo. Nas sobremesas usar um chocolate 70% ao invés do ao leite. Mas caso não consiga é importante compensar no outro dia com alguma atividade aeróbica”, reforça a especialista.

“O mais importante é lembrar que a ceia é um momento em família para aproveitar com amor, comunhão e a representatividade religiosa. A comida e a bebida são coadjuvantes, portanto, não é necessário exagerar nas quantidades. Com moderação, de maneira equilibrada, vai ficar tudo bem”, assegura Debora Sena.

Foto Destaque: Reprodução

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