Entre os mil e um fatores discutidos para a adoção de um pet, pouco se fala dos benefícios físicos, sociais e psicológicos acarretados pela convivência direta com ele. Estudos recentes apontam que o contato com os animais de estimação propicia visíveis melhoras na saúde física e na imunidade dos tutores, sobretudo de crianças, idosos e pacientes oncológicos.
As vantagens com a adoção e a convivência com um pet são muitas e perpassam apenas ao que diz respeito da saúde física, como a melhora da imunidade e dos tratamentos com intervenções assistidas por ele. Estes animais de estimação auxiliam na redução do estresse e apresentam benefícios sociais no crescimento e desenvolvimento emocional de crianças e adolescentes.
A médica veterinária e especialista em comportamento animal do Pet de TODOS Juliana Germano explicou que não existem contraindicações para a convivência entre os seres humanos e os pets, pelo contrário. De acordo com ela, existem inúmeros estudos comprovando o quão benéfico pode ser o uso de cães, gatos e outros animais para a prevenção e tratamento de doenças.
A redução da diabetes e, também, de doenças cardíacas são apenas alguns dos benefícios para a saúde, decorrentes da convivência com animais, segundo o estudo da American Heart Association, a Associação Norte-Americana do Coração. Na convivência com os bichinhos, os tutores tendem a adquirir hábitos mais saudáveis, como, por exemplo, caminhadas ao ar livre, o que resultaria em um acréscimo de até 30 minutos de exercícios físicos, em relação às pessoas sem pets.
Convivio com cachorros (Foto: Reprodução/Uol)
A especialista também destaca o convívio com animais como forma de melhorar a imunidade de crianças, idosos e, até mesmo, pacientes oncológicos. O contato com os pelos e com os microorganismos nos animais de estimação podem ajudar os tutores, independentemente da idade deles, a desenvolverem tolerância em relação ao animal e ao ambiente. Como resultado dela, há a prevenção e o tratamento de alergias.
Um estudo publicado pelo Instituto de Ciências da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, com mais de mil crianças, entre sete e oito anos, demonstrou que metade das crianças participantes sem contato frequente com animais de estimação tinha problemas respiratórios ou alérgicos. Enquanto isso, as crianças que conviviam com os animais não tinham nenhum sinal destas doenças.
Além disso, um levantamento da revista científica Plos One, da Public Library of Science, nos Estados Unidos, comprovou que há uma diminuição significativa dos níveis de cortisol, o hormônio ligado ao estresse, no contato frequente com os pets. A pesquisa foi feita a partir da análise da saliva de crianças.
Juliana conta que algumas famílias fazem uso do convívio com os animais como forma de contribuir para o progresso de tratamentos. Nestes casos, algumas espécies são escolhidas especialmente para participarem de tratamentos com intervenções assistidas por animais. “Para a intervenção assistida, as raças escolhidas geralmente são Golden Retriever e Labrador, que são raças muito conhecidas pela convivência harmoniosa com os seres humanos. Esses animais são muito usados para o acompanhamento de pessoas com deficiência visual e de crianças com autismo, por exemplo”.
A convivência com os animais tem, também, a capacidade de ajudar os adolescentes e crianças no desenvolvimento do senso de responsabilidade e da empatia, à medida em que despertam neles a preocupação do cuidado e a promoção do bem-estar para o pet. Além disso, as pessoas mais tímidas, ao conviverem com os animais domésticos, podem se distrair e socializar mais.
A médica veterinária detalha que toda família merece um cachorro ou um gato, mas atenta que estes animais devem estar com as vacinas e a saúde em dia. Saudáveis e com os cuidados necessários, os benefícios da convivência com estes pets são enormes, além de oferecerem um efeito realmente terapêutico na vida dos tutores.
Capa destaque: Menina com cachorro. Reprodução/Patas da Casa