O estudo publicado no The Lancet Regional Health, na Europa, e intitulado CLOCK (Children and young people with Long Covid) é da UCL (London´s Global Univeristy), e fala sobre a Covid longa em crianças e jovens, sendo relatado que os sintomas nesse público podem mudar com o tempo.
Para a realização da pesquisa, a maior de escala global sobre seu tema até agora, os pesquisadores perguntaram as crianças de 11 a 17 anos, não hospitalizadas, sobre sua saúde, no período de seis meses e 12 meses após fazer um teste de PCR, entre setembro de 2020 e março de 2021. Também foi pedido a elas que listassem seus sintomas durante o momento do exame, incluindo falta de ar e cansaço, além de usar escalas para avaliar sua qualidade de vida, saúde mental, bem-estar e fadiga.
Entre as 5.086 crianças e jovens examinados, com 2.909 testando positivo para a Covid-19 e 2.177, negativo, a equipe de pesquisa descobriu que, durante o teste, os problemas de saúde eram mais comuns em crianças e jovens com teste positivo para o vírus em comparação aos que apresentaram o exame negativo. Entre os testes que deram resultado positivo, 10,9% relataram fadiga em todos os três pontos de tempo: seis meses e 12 meses após o PCR, além do momento da pesquisa, enquanto somente 1,2% dos que apresentaram resultado negativo relataram fadiga nos três períodos.
10,9% relataram fadiga em todos os três pontos de tempo (Foto:Reprodução/Freepik)
Também foi observado que os sintomas mudaram ao longo do período de um ano. Enquanto alguns dos sintomas originais das crianças diminuíram, novos sintomas apareceram. Este também foi o caso das análises nas escalas que medem a má qualidade de vida, dificuldades emocionais e comportamentais, bem-estar comprometido e fadiga.
Os cientistas descobriram com a pesquisa que os sintomas de Covid longa experimentados por crianças e jovens mudam com o tempo e que os médicos devem estar a par disso.
“Nossa pesquisa vai além dos estudos existentes e indica que os pesquisadores precisam rastrear trajetórias individuais usando medições repetidas nas mesmas crianças e jovens ao longo do tempo”, diz Snehal Pinto Pereira, Surgery & Interventional Science da UCL e autor do estudo.
Apesar de ser o maior estudo mundial feito até o momento, o CLOCK apresenta suas limitações. Uma delas é que os sintomas relatados pelas crianças e adolescentes no momento do teste estão sujeitos a memória, porque foram relatados no momento do primeiro contato com o estudo (três ou seis meses depois do teste). Ainda assim, sintomas de seis meses e 12 meses foram mencionados no momento em que estavam sendo sentidos.
Foto Destaque: Sintomas da Covid nesse público podem mudar com o tempo. Reprodução/Freepik