Em entrevista para a CNN Rádio, Renato Kfouri, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, afirmou que o Brasil vive uma nova onda de Covid-19, e ressaltou que existe muita subnotificação dos casos.
“Não estamos registrando a totalidade de casos, e há cada vez mais subnotificação, com as pessoas testando menos ou não reportando resultados de autotestes. O aumento de casos é muito maior do que o reportado, todos nós conhecemos pessoas que estão com Covid-19, é um momento de maior circulação”.
Os autotestes também ajudam na subnotificação. Sem ser vinculado ao SUS, a população mais pobre não tem acesso e não existe uma forma de computar os testes realizados nas casas.
Agente da saúde aplicando a vacina (Foto: Vagner Santos/Prefeitura de Cotia)
Um dos indicadores, segundo o infectologista, é o aumento de internações e mortes.
“Voltamos ao patamar de 6 mil mortes por mês, e chegamos a reduzir para 3 mil, aproximadamente”.
No domingo (03), o Brasil registrou o 10º dia seguido de alta na média móvel de mortes por Covid, já são 223 vítimas diárias, 58% acima da média anterior, e os casos chegam a ficar acima de 60 mil por dia, depois de quatro meses abaixo desse número.
Para o diretor, o esquema da vacinação completa ainda é a maior dificuldade enfrentada.
“Temos boa parte da população somente com duas doses, mas, para a atual variante, a Ômicron, com as subvariantes b.a.4 e b.a.5, duas doses não são suficientes para proteção adequada”.
Renato Kfouri também alertou sobre o número de mortes, e que ainda não é momento de banalizar a Covid-19.
“Quando passamos de nível de 4 mil mortes por dia, para 200 mortes, parece sensação de tranquilidade, e tem se refletido no comportamento, como falta de uso de máscara, é um risco enorme, nenhuma doença infecciosa e prevenível por vacinação tem esses números”, finalizou.
Foto destaque: Aplicando a dose da vacina. Reprodução: Prefeitura Municipal de São Gonçalo
