Vacina contra tipo fatal de câncer de pele entra em sua última fase de testes

Alice Cassimiro Por Alice Cassimiro
5 min de leitura

Foi anunciado pelas farmacêuticas Moderna e MSD que o novo tratamento agrupado que está sendo desenvolvido contra o melanoma, que é o tipo mais difícil e fatal de câncer de pele, está indo para a terceira e, felizmente, última etapa de testes clínicos. Esse tratamento inclui um fármaco que já é utilizado e um novo tipo de vacina específica.

Cerca de 1.089 pessoas acima dos 18 anos de idade, em aproximadamente 25 países serão chamadas para participar dos testes. As inscrições iniciais já começaram na Austrália, de acordo com o comunicado emitido pelas farmacêuticas. Esse estudo pode demorar mais de um ano para ser concluído.

Dados obtidos através de uma pesquisa intermediária, realizada em 157 pessoas, relataram que a junção da imunoterapia, intitulada Keytruda, com essa nova vacina, diminuíram o risco de reaparecimento da doença ou de morte em 44% em pacientes que possuem melanoma quando em comparação aos pacientes que utilizam somente a imunoterapia, segundo a Reuters.


Pessoa em tratamento de câncer. (Foto: Reprodução/UOL).


O vice-presidente sênior e também chefe de desenvolvimento da Moderna, Kyle Holen, denominou o começo do estudo dessa fase como um marco muito importante e empolgante para eles.

Ele ainda enfatizou que os laboratórios seguem trabalhando juntos com o intuito de investigar e conhecer mais sobre como a terapia, sozinha com neoantígenos, podem transformar o tratamento desse tipo mais grave de câncer.

Além disso, as farmacêuticas têm o plano de expandir esse programa para outros tipos de cânceres, como o de pulmão.


O melanoma

De acordo com as farmacêuticas, esse tipo de câncer tem como característica principal o crescimento de forma descontrolada das células que produzem os pigmentos. Ele teve um crescente número de casos à nível mundial durante as últimas décadas.

O câncer de pele é uma das formas mais comuns da doença, diagnosticada nos Estados Unidos, e o melanoma é o responsável por grande parte das mortes decorrentes de cânceres de pele.


Como funciona o tratamento

Essa nova vacina, que ainda está em fase de teste, foi projetada com o objetivo de preparar o sistema imunológico para gerar uma resposta direta a tumores mais específicos.

Ela é composta pela tecnologia de RNA mensageiro, que é o mesmo que foi usado anteriormente nas vacinas para a Covid-19. Uma mesma fórmula irá ser decodificada pelo corpo dos pacientes na produção de anticorpos.

Essa vacina será fabricada baseada na sequência de genes do tumor de cada um dos pacientes.


Pessoa em tratamento para câncer. (Foto: Reprodução/Mundo Educação).


Nessa situação, ela não será usada para prevenir a doença em pacientes que nunca foram acometidos, mas sim para evitar que ela volte em quem já teve, assim como para evitar a morte.

A imunoterapia da MSD incentiva o sistema imunológico a atacar diretamente os tumores no corpo.


Como funciona o teste

Esse estudo é feito de forma randomizada, ou seja, alguns pacientes irão receber a vacina efetiva e outros irão receber o placebo de forma dupla, além de também ser duplo-cego, que é quando nem o paciente e nem o aplicador sabem se o que está sendo utilizado é a vacina ou o placebo, e também a partir do controle por placebo e comparador ativo, que é quando existe a comparação entre o medicamento que está sendo testado ou se é algum que já é utilizado em outros tratamentos.

Ele tem como objetivo testar se o imunizante é eficaz e seguro para os pacientes. De acordo com a MSD e a Moderna, depois de removerem o tumor completamente com cirurgia, algumas pessoas irão receber 1 mg da vacina a cada 3 semanas, até alcançar 9 doses, e 400 mg da imunoterapia Keytruda com a distância de 6 semanas uma da outra.

Os outros pacientes irão receber apenas a imunoterapia pelo período de aproximadamente 1 ano, até que a doença entre em recorrência ou que tenha um nível de toxicidade mais aceitável no corpo; o que acontecer antes.

Foto destaque: Vacina contra o melanoma. Foto: Reprodução/Barão de Mauá.

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