Mortalidade em pacientes de câncer raro pode ser prevista com ajuda de marcador proteico

Gabriela Bita Por Gabriela Bita
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Foto destaque: Peça anatômica de um pulmão (reprodução/Robina Weermeijer/Unsplash)

Patologistas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) publicaram um trabalho no periódico “Frontiers in Immunology” que demonstra que uma molécula de uma proteína sintetizada por células tumorais pode auxiliar a prever a evolução clínica do paciente com câncer.

A molécula em questão é a mesotelina, produzida por células tumorais do mesotelioma. Segundo o estudo, a proteína poderia ser também um potencial alvo terapêutico para a doença. Para Vera Luiza, uma das autoras do artigo, ao inibir a mesotelina os pesquisadores perceberam que é possível conter o crescimento tumoral a partir da diminuição da proliferação celular.

Mesotelioma pleural

O desenvolvimento da doença acontece principalmente quando o organismo é exposto com frequência ao amianto (asbesto). Suas fibras destroem as células mesoteliais da membrana que reveste o pulmão, a pleura e, a partir da ação conjunta entre as células dessa camada e as células de defesa do sistema imunológico (os macrófagos), o câncer se desenvolve.


O amianto era utilizado, principalmente, em produtos de construção (Foto: reprodução/Selim Arda Eryilmaz/Unsplash)

Segundo a equipe de pesquisadores, a doença não costuma se manifestar até após dos 50 anos de idade. Além disso, ela acomete mais homens do que mulheres, especialmente aqueles que trabalham ou já trabalharam em empresas que faziam/fazem o uso do asbestos em caixas d´água, telhas e pisos.

Vera Luiza comenta que o tumor tem implicações jurídicas também, pois ao receber um laudo de mesotelioma maligno, além de auxiliar os médicos que estão cuidando do caso, o paciente possui uma fundamentação para a abertura de um possível processo trabalhista.

Atuação da mesotelina

Os cientistas mostraram que a mesotelina remodela a matriz imunológica do microambiente tumoral. A proteína aumenta a produção de colágeno tipo I e recruta diferentes células do sistema imunológico, o que resulta no estabelecimento de uma barreira antitumoral, que inibe a migração das células malignas e restaura o cenário imunológico do paciente, explica Capelozzi. Com essa ação, há a diminuição do risco de morte dos afetados pela doença.

Redatora no site In Magazine; Estudante de Jornalismo na Unesp; amante de moda, cultura e temas sociais
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