SUS incorpora remédio inédito e moderno no tratamento do câncer de mama

O Ministério da Saúde anunciou a chegada ao Brasil do medicamento Trastuzumabe Entansina, uma terapia moderna destinada ao tratamento do câncer de mama do tipo HER2-positivo, uma das formas mais agressivas da doença. O remédio será distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), beneficiando pacientes em tratamento e reduzindo a mortalidade. A medida foi celebrada como um marco no mês do Outubro Rosa, campanha de prevenção e conscientização sobre o câncer de mama.

Distribuição nacional e impacto direto nas pacientes

O primeiro lote, com 11.978 unidades, chegou ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) nesta segunda-feira (13) e será distribuído às secretarias estaduais de saúde. O cronograma prevê três novas remessas até junho de 2026, com a expectativa de atender 100% da demanda já em 2025. O medicamento é indicado para mulheres que, mesmo após a quimioterapia inicial, ainda apresentam sinais da doença em estágio avançado, garantindo um tratamento mais eficaz e direcionado.

O Trastuzumabe Entansina atua de forma precisa, atacando apenas células tumorais que expressam a proteína HER2, o que reduz os danos às células saudáveis. Segundo o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer, José Barreto, o avanço é “gigantesco para a oncologia nacional” e pode “reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama do tipo HER2 positivo”. O governo investiu R$ 159,3 milhões na compra de 34,4 mil frascos e obteve um desconto de 50% em relação ao preço de mercado.


SUS inova no tratamento para o câncer de mama (Vídeo:reprodução/YouTube/@bandjornalismo)

Expansão de políticas e acesso ao diagnóstico precoce

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comemorou a chegada do medicamento ao país. “HISTÓRICO: Medicamento ultra-moderno contra o câncer de mama chega ao Brasil para ser distribuído no SUS! O Trastuzumabe Entansina, que custa mais de R$ 11 mil por frasco na rede privada, agora será ofertado gratuitamente”, escreveu no X. O ministro ressaltou que o remédio representa um avanço real no tratamento das mulheres que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia.

Além do novo medicamento, o Ministério da Saúde ampliará o uso de inibidores de ciclinas, como abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe, para casos metastáticos. Outra medida importante é a ampliação da faixa etária para a realização de mamografias, agora disponível a partir dos 40 anos, inclusive para mulheres sem histórico familiar. Em 2024, mais de 1 milhão de exames foram realizados em pacientes com menos de 50 anos, o que reforça o compromisso do governo com o diagnóstico precoce e a prevenção do câncer de mama.