O caso de racismo do qual Luighi, jogador da base do Palmeiras, foi vítima, segue repercutindo. O Palmeiras quer a punição do Cerro Porteño e pediu que o clube paraguaio seja excluído da Libertadores Sub-20, além de outras sanções. O alviverde protocolou a Conmebol na última sexta-feira (7), um documento com 14 páginas após o caso de racismo contra seu atleta.
Palmeiras pede punição dura
Para o Palmeiras, o Cerro Porteño descumpriu os princípios de conduta nas competições e, por isso, entende que o clube deve sofrer punições pela ação do seu torcedor que cometeu o ato de racismo contra Luighi. O alviverde quer que o adversário sofra pena de multas e portões fechados no restante da competição.
Além disso, o Palmeiras foi além. O clube de São Paulo pediu a desclassificação imediata do Cerro Porteño da Libertadores Sub-20.
Os pedidos do Palmeiras de punição à Conmebol foram os seguintes:
- Pede-se que o Cerro Porteño seja punido e jogue sem torcida na Libertadores Sub-20;
- O clube deve ser responsabilizado pelos atos de seus torcedores;
- O Cerro Porteño não seguiu as regras do Código Disciplinar da Conmebol e do Código de Ética, devendo responder por isso;
- Por ser reincidente, sugere-se ainda uma multa de 400 mil dólares;
- Por fim, considera-se justa a desclassificação do time da competição, conforme previsto no regulamento.
Cerro Porteño é reincidente
Para embasar o pedido de exclusão do Cerro Porteño, o Palmeiras considerou o histórico de racismo em competições organizadas pela Conmebol, a reincidência do Cerro Porteño e a impunidade de atos de racismo no Paraguai, onde não é previsto o crime de racismo.
O Palmeiras lembrou no seu pedido à Conmebola que o Cerro foi condenado a pagar multa de 100 mil dólares e a exibir frases contra o racismo. O alviverde ainda pede que o Código Disciplinar e o Código de Ética da Conmebol sejam cumpridos, eles apontam que as equipes são responsáveis pelas ações dos torcedores nos jogos.
O que aconteceu?
Na documentação enviada à Conmebola, o Palmeiras relatou que os jogadores Luighi e Figueiredo estavam saindo de campo após serem substituídos, por volta do minuto 79, quando foram alvos de insultos racistas por parte de torcedores do Cerro Porteño. Um deles chegou a fazer gestos imitando um macaco para ofender o brasileiro. O clube anexou imagens do momento, registradas pela transmissão oficial da Conmebol.
Os atletas informaram o ocorrido ao árbitro da partida, o peruano Augusto Menendez. Um aviso foi emitido pelo sistema de som do estádio para que as ofensas parassem. No entanto, os agressores permaneceram no local e a partida seguiu normalmente, sem interrupção por parte do juiz do certame.
O Palmeiras apontou que isso violou o protocolo de racismo da Fifa, que desde 2019 prevê três medidas em casos de discriminação: primeiro, um anúncio público para pedir o fim das agressões, depois a suspensão temporária do jogo e, se necessário, a interrupção definitiva da partida.