Tragédia nos Lençóis Maranhenses: queda de avião de deputado mata jovem veterinária e piloto

Um acidente aéreo no último sábado (9) resultou na queda de avião nos Lençóis Maranhenses, em Santo Amaro do Maranhão, deixando duas pessoas mortas. A aeronave de pequeno porte, prefixo PU-GIV, pertence ao deputado estadual Francisco Nagib Buzar de Oliveira (PSB) e caiu nas proximidades da Lagoa das Pedras.

O Corpo de Bombeiros confirmou que as vítimas eram Bruna Emanoely, médica veterinária recém-formada, e Manoel Victor Britto, piloto e pai de dois filhos. O avião levava apenas os dois ocupantes no momento do acidente.

Queda de avião nos Lençóis Maranhenses: quem eram as vítimas

Bruna, de 23 anos, concluiu recentemente a graduação no Instituto de Treinamento e Atualização Veterinário (Itavet), onde ficou conhecida pela dedicação aos estudos. “Bruna era aluna assídua e muito dedicada em tudo o que se propôs a fazer, uma perda enorme para o futuro da nossa profissão”, afirmou a instituição em nota.

Natural de Santa Inês (MA), a jovem era filha de proprietários de um restaurante local. A família suspendeu as atividades do estabelecimento neste domingo (10) em sinal de luto e, além disso, publicou uma mensagem descrevendo-a como “alegre e bondosa”.

O piloto Manoel Victor Britto havia obtido a habilitação recentemente. Formado pela Universidade Salgado de Oliveira, em Recife (PE), ele se apaixonou pela aviação e costumava sobrevoar a região dos Lençóis Maranhenses. Além disso, era pai dedicado de dois filhos e irmão de cinco irmãs.

Manoel era um amigo próximo que a aviação me presenteou”, relatou o deputado Francisco Nagib


Avião de deputado cai nos Lençóis Maranhenses e deixa dois mortos (Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Resgate e investigação do acidente

Equipes do Centro Tático Aéreo, do 2° Batalhão de Turismo da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Prefeitura de Santo Amaro e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) participaram das buscas.
Logo após localizar a aeronave, os socorristas levaram os corpos para o Hospital de Santo Amaro e, posteriormente, para o Instituto Médico Legal (IML), em São Luís.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) investiga as causas da queda. Enquanto isso, familiares e amigos seguem em luto e buscam forças para lidar com a perda.

Mesmo diante da dor, pessoas próximas ressaltam que Bruna e Manoel serão lembrados pela dedicação às suas áreas e pelo carinho com que tratavam todos ao redor. Além disso, Bruna, de 23 anos, planejava passar o Dia dos Pais em São Luís com os pais, o que torna a data ainda mais dolorosa para a família.

Acidente Voepass: áudios inéditos revelam tranquilidade antes de queda em Vinhedo

Áudios divulgados nesta semana expõem detalhes das últimas conversas entre a tripulação do voo 2283 da companhia Voepass e o controle aéreo de São Paulo. A aeronave, um ATR 72-500, caiu em Vinhedo (SP) em 9 de agosto de 2024 e causou 62 mortes. A princípio, as gravações mostram diálogos protocolados, sem indicação de pane ou emergência iminente.

De início, os minutos finais dos áudios apresentam que as trocas de frequência entre os controladores seguiram procedimentos comuns de aproximação. Contudo, cruzamentos com dados das caixas-pretas apontam que, dentro da cabine, o acúmulo de gelo já comprometia o desempenho do avião. Além disso, alertas luminosos e sonoros surgiam enquanto os pilotos se comunicavam com a torre e repassavam informações aos passageiros.

Sinais de gelo e investigações em andamento

Todavia, relatos de outros voos na mesma rota reforçam as suspeitas. Portanto, pilotos de diferentes companhias reportaram a formação de gelo na região minutos antes e depois do acidente. Assim, o relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) confirmou que o sistema de degelo foi acionado instantes antes da perda de controle da aeronave.


Imagens inéditas do acidente da Voepass (Vídeo: reprodução/YouTube/Domingo Espetacular)

Ao passo que especialistas acompanham o caso, fazem alerta sobre a formação de gelo ter sido o fator decisivo, mas ressaltam que há a necessidade de analisar possíveis falhas de manutenção, bem como as rotinas da tripulação. Por outro lado, a Polícia Federal investiga uma possível negligência no registro e tratamento de panes anteriores ao voo. Ainda assim, depoimentos apontam indícios de que um problema no sistema de degelo foi identificado horas antes da decolagem, contudo, não houve o registro do evento no diário de bordo.

Cronologia do acidente

11h58min05s – Decolagem do voo 2283 de Cascavel.

13h14min21s – Controle orienta mudança para frequência 135,75 MHz.

13h14min28s – Tripulação confirma mensagem.

13h14min36s – Já na nova frequência, voo informa recebimento do chamado.

13h14min40s – Controle pergunta sobre recepção; tripulação relata eco.

13h14min49s – Controle orienta voltar para 120,925 MHz; tripulação confirma.

13h15min02s – Controle pede manutenção do nível de voo 170 (5 mil metros).

±13h15min – Outro piloto informa gelo moderado na região.

13h15min08s – Voepass 2283 confirma manutenção do nível.

13h18min21s – Tripulação informa estar no ponto ideal para iniciar descida.

13h18min25s – Controle reforça manutenção do nível 170; tripulação confirma.

13h18min53s – Controle orienta contato com São Paulo na frequência 123,25 MHz.

13h19min01s – Tripulação responde que fará o contato (última comunicação obtida pelo g1).

13h19min07s – Voo faz primeira chamada na nova frequência, sem resposta.

13h19min16s – Aeronave repete a chamada.

13h19min19s – Controle pede manutenção do nível 170 devido ao tráfego.

13h19min23s – Voo confirma manutenção e informa estar pronto para descida.

13h19min30s – Controle confirma e orienta aguardar autorização.

13h19min31s – Voo confirma espera e agradece (última comunicação externa da tripulação).

13h21min09s – Pilotos perdem controle da aeronave; queda inicia.

13h22min30s – Aeronave colide com o solo.

±13h26min – Outros dois pilotos relatam formação de gelo na região.


Vista aérea dos destroços do voo 2283 (Foto: reprodução/Miguel Schincariol/AFP/Getty Images Embed)


Contexto da tragédia e resposta da Voepass

Um ano após o acidente, a Voepass mantém apoio psicológico às famílias e colabora com as investigações. A companhia reforça que cumpre padrões internacionais de segurança e que sua frota sempre esteve certificada para operar.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no entanto, determinou a suspensão provisória das operações até que todas as irregularidades sejam sanadas. Agora, o relatório final do Cenipa é aguardado para o fim deste ano e deve esclarecer fatores técnicos e humanos envolvidos na tragédia.

Acidente aéreo na Coreia do Sul pode ter investigações longas

No último domingo (29), a Coreia do Sul vivenciou uma de suas maiores tragédias aéreas. Um voo da Jeju Air bateu contra um muro no Aeroporto Internacional de Muan. Com 181 pessoas a bordo, apenas duas pessoas sobreviveram.

As investigações sobre o que levou ao acidente devem levar anos, de acordo com o ministério do transporte da Coreia.

Como aconteceu o acidente

A aeronave partiu de Bangkok, na Tailândia, e enfrentou dificuldades para pousar. Segundo investigações, a falha de pouso aconteceu devido uma colisão com pássaros. Um alerta sobre os pássaros foi dado, porém, poucos minutos depois o piloto pediu ajuda.

O ministério afirma que a pista não contribui para a tragédia e que, após uma falha no trem de pouso por conta da primeira tentativa, o piloto fez um pouso forçado e colidiu com o muro, causando explosões. 

Imagens do local são sensíveis, exibindo os destroços espalhados, fogo e fumaça e equipes de resgate trabalhando em busca das vítimas.

Sobreviventes

Um dos sobreviventes da queda, é um comissário de bordo da Jeju Air, de 33 anos. Ele está consciente e teve múltiplas fraturas, segundo o hospital onde ele está internado. O mesmo disse que acordou após ter sido resgatado. A outra sobrevivendo também é comissária de bordo, uma mulher de 25 anos, do qual não foi informado detalhes do seu estado, apenas que está estável. 

Investigações

O diretor da aviação do Ministério de Terras, Infraestrutura e Transportes, Ju Jong-wan informou que as caixas-pretas foram recuperadas e isso pode auxiliar nas investigações. Em comunicado, foi compartilhado que as investigações podem ser longas, pois a aeronave foi fabricada fora do país e será necessário consultar as origens das peças do avião. 


Link da midia:

Imagens do acidente foram compartilhadas na Internet (Reprodução/Instagram/@avioes.historias)


Governo coreano declarou emergência para as investigações e decretou sete dias de luto no país.