Alexandre de Moraes abre julgamento dando recados e cita Fux 

Na manhã de terça-feira (02/09), deu início ao julgamento pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) o ex-presidente Jair Bolsonaro e os demais réus. O ministro Alexandre de Moraes foi o primeiro a falar e iniciou com diversos temas.  

O ministro deixou claro que defenderia a independência do Poder Judiciário, que não aceitaria pressões tanto de parlamentares quanto de países externos ao Brasil. Ele deixou claro que busca uma pacificação entre os poderes, porém não quer que confundam com impunidade. 

“Anistia” e a pressão ao julgamento

A jornalista Luísa Martins (CNN Brasil) analisou as falas do magistrado e afirma que pessoas próximas ao ministro Alexandre de Moraes dizem que não há dúvidas de que foi uma referência à pauta da anistia. Ele deixou evidenciado que tais crimes, de tamanho importância para a democracia, devem ser julgados com o máximo de seriedade e assim se deve cumprir o veredito das penas. 


Matéria CNN Brasil (Vídeo: reprodução/X/@cnnbrasil)

Também vale dizer que, com o discurso do ministro, fica cada vez mais claro que o julgamento será levado à penalização dos réus, e que eles não pretendem dar anistia neste caso. 

Portanto, teria que ser um julgamento extremamente técnico. Assim, o Poder judiciário poderia demostrar seu poder, mas não só uma demonstração, tentar encontrar um equilíbrio entre os poderes, informando que ninguém está acima da lei e tentando ser o mais justo e técnico possível, o julgamento ainda terá mais desdobramentos, porém mostra com clareza que o caminho é de veredito não favorável ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e os outros réus. 

Citação ao Fux

O ministro aproveitou também para falar de seu companheiro de corte, o ministro Luiz Fux, um magistrado que por muitas vezes esteve Antagônico ao desenrolar das decisões dos outros ministros. Mesmo o ministro Fux por vezes divergir do ministro Moraes, ambos mantêm um discurso mais amigável. Por muitas vezes, tendem a ter o mesmo pensamento sobre algum julgamento, com uma ou outra diferença de pensamento, que seria algo totalmente normal na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).


Ministro Luiz Fux (Foto: reprodução/Evaristo SA/Getty Images Embed)


Algumas atitudes, discursos e votos recentes demonstram um pensamento diferente de seu companheiro, o ministro Alexandre de Moraes, onde Fux foi contra a determinação de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Fux não acreditava que o ex-presidente demonstrava risco de fuga, e afirmou que era desproporcional a medida. Também não concorda com a seriedade nas penas que o tribunal vai sentenciar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. o ministro Luiz Fux considera que não se deve condenar simultaneamente os atos como “abolir violentamente o Estado Democrático de Direito” e “golpe de Estado”, por configurações de novo outra vez (duplica punição por mesmo fato). Com isso, em casos futuros, ele pretende deixar claro seu novo entendimento, por meio de embargos ou revisão criminal.

Eduardo Bolsonaro busca apoio de Trump para sanções contra Moraes

Segundo relatório do jornal The Washington Post, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem sido alvo de uma articulação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com aliados do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pressionar o governo americano a impor sanções contra Moraes. A iniciativa acontece em meio a uma escalada de tensões políticas e judiciais entre o bolsonarismo e o Judiciário brasileiro.

Eduardo Bolsonaro amplia articulação para promover sanções contra Moraes

De acordo com o The Washington Post, Eduardo Bolsonaro tem participado de reuniões com congressistas republicanos e membros da administração Trump, buscando apoio para aplicar sanções contra Moraes com base em supostas violações de direitos humanos e abusos de autoridade. O objetivo é enfraquecer a influência do ministro, responsável por importantes inquéritos envolvendo aliados de Jair Bolsonaro.

A estratégia prevê a imposição de sanções econômicas, como congelamento de bens e restrições de viagem, além de medidas diplomáticas que possam pressionar o ministro e o STF. Fontes afirmam que essa articulação faz parte de um esforço mais amplo para internacionalizar a disputa política no Brasil.



O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/X/@BolsonaroSP)


Contexto político internacional e alianças da direita

A mobilização de Eduardo Bolsonaro acontece em sintonia com movimentos de direita conservadora global, que buscam apoio entre setores políticos nos Estados Unidos para influenciar decisões internas brasileiras. Ele mantém relação próxima com figuras como Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, que critica publicamente decisões do STF.

Essas conexões reforçam a pressão para que as autoridades estadunidenses adotem medidas punitivas contra Moraes, em resposta à cassação de mandatos políticos e bloqueios de redes sociais relacionados à disseminação de desinformação.

Repercussões diplomáticas e resposta institucional

Até o momento, o STF não se pronunciou oficialmente sobre as movimentações para aplicar sanções contra Moraes. No entanto, especialistas em direito constitucional alertam para os riscos de interferência internacional nas decisões judiciais brasileiras, o que pode comprometer a soberania do país.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) não comentou o caso, mas diplomatas indicam preocupação com o impacto negativo que essa articulação pode gerar nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.


PF revela mensagens de Braga Netto que sugerem interferência em investigações

A Polícia Federal (PF) revelou neste sábado (14), mensagens trocadas por Walter Souza Braga Netto, general e ex-ministro do governo Bolsonaro, que levantam suspeitas de interferência em investigações. O conteúdo foi detalhado em uma decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes. As conversas, recuperadas no âmbito de inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF), indicam que o militar teria buscado informações sigilosas e tentado coordenar uma narrativa entre investigados.

O ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, figura central no governo Bolsonaro, é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado. Preso no Rio de Janeiro, Braga Netto será mantido sob custódia do Exército.

Tentativa de controle da narrativa

Nas mensagens, Braga Netto teria orientado pessoas próximas a alinhar discursos para evitar contradições em depoimentos e preservar aliados políticos. A PF acredita que o objetivo era limitar os impactos das investigações, que miram a organização e o financiamento de atos que contestaram o resultado das eleições de 2022.


Braga Netto (Foto: reprodução/ Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Nessas mensagens, Braga Netto aparece em grupos e conversas individuais, onde discutia estratégias para mobilizar apoiadores e autoridades militares. O general também buscou obter informações confidenciais sobre o avanço das apurações. Apesar das evidências apresentadas, a defesa do ex-ministro nega as acusações, alegando que as mensagens foram retiradas de contexto.

Consequências jurídicas

A decisão de Alexandre de Moraes destaca que o conteúdo das mensagens pode configurar crimes como associação criminosa e tentativa de obstrução de investigação judicial. O ministro autorizou novas medidas para aprofundar as investigações, incluindo a análise de outros dispositivos eletrônicos apreendidos.

O caso agrava a situação de Braga Netto, que já era alvo de críticas por sua atuação durante o governo Bolsonaro. Agora, o general enfrenta maior pressão pública e legal, com a possibilidade de ser formalmente acusado pelos atos revelados. A investigação segue em ritmo acelerado, com novos desdobramentos esperados para os próximos dias.

Matéria por Alexia Gabriela (Lorena- R7)

BlueSky atinge mais de 1 milhão de usuários após bloqueio do X no Brasil

Após a suspensão da rede social X no Brasil, muitos usuários foram para outras plataformas parecidas com a rede social, alguns usuários passaram a usar o Threads, rede pertencente ao Meta, e rival do X, e uma grande parte criou sua conta no BlueSky, rede criada pelo mesmo criador do Jack Dorsey, em 2019. Dessa forma a BlueSky atinge hoje cerca de 1 milhão de usuários.

Popularidade de BlueSky

A BlueSky, criada em 2019, tornou-se independente em 2021 e se tornou popular após Elon Musk que adquiriu o X (Antigo Twitter), limitar o número de tuítes diários para usuários não verificados, e criar a assinatura para se tornar verificado e obter mais suporte.

A plataforma, assim como o início do Orkut, exigia um convite para ingressar, contudo a restrição foi removida em fevereiro de 2024, facilitando assim a adesão de novos usuários. Atualmente a plataforma segue no comando de Jay Graber, e pela “equipe BlueSky”. Na rede pode fazer publicações com até 300 caracteres. E é possivel republicar postagens e compartilhar fotos e textos.


Elon Musk (Reprodução/Blommberg/Getty Images Embed)


Suspensão do X no Brasil

O X foi suspenso no Brasil, após descumprimento das ordens exigidas por Moraes. O Ministro do STF, solicitou que Musk, indicasse um representante legal no Brasil para a empresa no prazo de 24 horas. O empresário não cumpriu a ordem, dizendo que enfrentaria o bloqueio no território brasileiro. Com o prazo limite sendo atingido, Moraes determina o bloqueio no país, até que sejam cumpridas todas as ordens judiciais, e as multas devidamente pagas e seja indicado, uma pessoa física ou jurídica como representante em território nacional.

Moraes, afirma que as redes sociais não são uma terra sem lei, criticando as postagens de Musk que segundo o ministro do STF, fazem parte de uma “campanha de desinformação”, estimulando a desobediência e obstrução à justiça.

Vale lembrar que o X encerrou as atividades e escritórios no Brasil, após alegarem que Moraes ameaçou prender a representante legal da empresa no Brasil. Desde esse momento o X tem ignorado as ordens judiciais para remover conteúdos considerados golpistas ou que atacam as instituições.