Trump amplia presença militar nas cidades e envia 300 soldados a Chicago

Neste sábado (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou o envio de 300 soldados da Guarda Nacional para Chicago, em Illinois. A princípio, a medida ocorre após semanas de ameaças e resistência de autoridades locais.

Primordialmente, os militares devem proteger prédios federais e garantir a segurança de agentes em operação. Segundo a Casa Branca, o presidente “não fechará os olhos para a ilegalidade nas cidades americanas.

Impasse judicial e resistência dos estados elevam tensão política nos EUA

O governador de Illinois, JB Pritzker, afirmou ter sido pressionado a mobilizar tropas antes que o governo federal o fizesse. Assim, ele classificou o ato de Trump como “ultrajante e antiamericano”. Ainda segundo Pritzker, não há necessidade de tropas militares em Illinois. Durante protestos em Chicago, agentes da Patrulha de Fronteira atiraram em uma mulher armada. A cidadã americana foi levada ao hospital, e nenhum policial ficou gravemente ferido. Agentes também usaram spray de pimenta e balas de borracha para dispersar manifestantes.

Mais cedo, uma juíza bloqueou temporariamente o envio de 200 soldados da Guarda Nacional a Portland, no Oregon. Simultaneamente, a decisão ocorreu após o governo estadual argumentar que Trump exagerou ao usar a ameaça dos protestos como justificativa.


Guarda Nacional age em Chicago após ordem de Trump (Vídeo:reprodução/YouTube/OPOVO)

Expansão do controle migratório e plano paralelo no Oriente Médio

Fontes ligadas à Casa Branca informam que o governo prepara uma grande operação de fiscalização da imigração em Chicago. O plano prevê aumento de agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) e da Proteção de Alfândega e Fronteiras dos Estados Unidos (CBP), com veículos blindados à disposição.

Enquanto reforça ações internas, Trump apresentou a Benjamin Netanyahu um plano de paz para Gaza. Em contrapartida ao cenário do território americano, o projeto prevê o desarmamento do Hamas e a criação de um futuro Estado palestino. Já a operação em Chicago reforça o atrito entre Trump e cidades governadas por democratas. Essas localidades mantêm políticas de “santuário”, que reduzem a cooperação com autoridades federais de imigração.

Portugal endurece regras de imigração com nova lei aprovada

Foi aprovada nesta terça-feira (30) pelo Parlamento de Portugal, uma segunda versão do projeto anti-imigração que busca alterar a Lei dos Estrangeiros. A primeira versão da proposta já havia sido rejeitada pelo Tribunal Constitucional, que a considerou inconstitucional em alguns trechos, chamando-os de “vagos”.

A proposta de lei aprovada impõe restrições às reuniões familiares de imigrantes, além de limitar os acessos a vistos e à regularização de estadia, entre outras medidas. O texto foi aprovado pela base do governo português, que tem como líder Luís Montenegro, um político conservador. Os votos contabilizados foram de 160 a favor e 70 contra, com uma forte força por parte do Chega (partido de ultradireita). 

Mudanças na lei

Entre as mudanças propostas na Lei do Estrangeiro, a que mais chama a atenção é a forma de entrar no país. Antes era possível que se entrasse legalmente de forma temporária em Portugal, com visto de turista, e depois fosse realizada a solicitação para residir no país. Essa mudança já havia sido aprovada em 2024, entretanto, com resguardos acerca de brasileiros e cidadãos do Timor-Leste. Com a nova versão do projeto, essa alternativa se torna impossível para esses dois grupos.

Já no contexto de reunião familiar, que é o direito de que o imigrante com residência legal traga seus familiares para viverem em Portugal, os imigrantes só poderão solicitar visto para os parentes após dois anos de residência legal. Anteriormente, não existia um tempo mínimo para solicitação do visto. Ainda falando sobre vistos, o texto também dificulta a situação de vistos para falantes de língua portuguesa, determinando que a solicitação deve ser feita anteriormente à viagem no país de origem do cidadão. 


Projeto pode prejudicar diretamente brasileiros (Mídia: reprodução/X/@GloboNews)


Também foi alterado o visto de empregos. De acordo com o projeto, esses vistos só serão disponibilizados a imigrantes “altamente qualificados”, determinando que os imigrantes que não conseguirem um emprego durante o prazo previsto devem retornar ao seu país e para conseguir voltar a Portugal após, a solicitação só poderá ser feita depois de um ano.

Tramitação no parlamento

A segunda versão do projeto foi aprovada com sucesso, principalmente por partidos de direita, como o Chega. A anti-imigração se tornou uma das principais pauta do movimento político de direita em Portugal, ao mesmo tempo em que o resto da Europa também discute esse tema. Os partidos buscam ainda, alterar a Lei da Nacionalidade, endurecendo também o acesso à cidadania portuguesa, prevendo por exemplo, o fim do direito automático de filhos de imigrantes à cidadania.  

Agora, após os novos ajustes realizados, o texto segue de volta para o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que tem o poder de sancionar, vetar o projeto inteiramente ou vetar apenas trechos. Contudo, foi o próprio presidente português quem enviou a primeira versão do projeto de lei para o Tribunal Constitucional, que escolheu barrá-lo. As dúvidas do presidente eram acerca da legalidade de diversas medidas, onde a Corte considerou certos pontos e requisitos “vagos”.