Aliança entre Jony Ive e OpenAI reforça pressão sobre a Apple em meio à crise com inteligência artificial

O designer britânico Jony Ive, conhecido por contribuir com a criação de produtos icônicos da Apple, firmou uma parceria com a OpenAI, de Sam Altman, criadora do ChatGPT, para desenvolver uma nova geração de dispositivos baseados em inteligência artificial. O acordo, anunciado no dia 21 de maio, destaca a ambição da empresa em reinventar o hardware da IA e surge em um momento delicado para a Apple, que enfrenta críticas e atrasos em seus próprios projetos no setor.

Um novo tipo de computador pessoal

A startup de hardware de Ive, io Products, foi adquirida pela OpenAI por cerca de US$ 6,5 bilhões, marcando sua entrada no desenvolvimento de dispositivos físicos voltados para inteligência artificial. Embora siga operando de forma independente, a LoveFrom, estúdio de design de Ive, será responsável por todo o design dos produtos da OpenAI, incluindo software.

De acordo com o Wall Street Journal, o projeto liderado por Ive e Altman busca desenvolver “companheiros de IA”, dispositivos compactos e conectados à inteligência artificial de forma intuitiva. A proposta é que o aparelho funcione como um assistente integrado ao cotidiano do usuário, capaz de compreender seu ambiente e suas rotinas.

Portanto, o novo produto, ainda em fase de desenvolvimento, seria uma categoria totalmente nova de hardware, algo que não substituirá o smartphone, mas que poderá complementá-lo de maneira inovadora. Em sua conta no X, Altman elogiou Ive como “o maior designer do mundo” e disse estar animado com a parceria. O primeiro aparelho resultado da parceria deve ser lançado em 2026.


Anúncio do acordo entre as empresas (Foto: reprodução/Instagram/@openai)


Apple perde fôlego na corrida da IA

Enquanto isso, a Apple vive um período de incertezas no campo da inteligência artificial, com as ações caindo mais de 17% em 2025. Investidores veem a movimentação da OpenAI como uma ameaça à liderança da Apple no mercado de dispositivos inteligentes.

Além disso, os esforços mais recentes da Apple na área, como o sistema “Apple Intelligence”, enfrentaram atrasos e críticas. O recurso, anunciado com destaque no lançamento do iPhone 16, teve sua implementação adiada para 2026 após polêmicas envolvendo informações imprecisas geradas por resumos automáticos.

O cenário ficou ainda mais conturbado com um processo movido por consumidores estadunidenses, acusando a Apple de publicidade enganosa ao prometer recursos de IA que não estavam prontos. Em paralelo, a empresa se prepara para o Worldwide Developers Conference, evento anual em que apresenta seus novos softwares e tecnologias.


Jony Ive, à esquerda, mostrando o dispositivo para Tim Cook, CEO da Apple (Foto: reprodução/Justin Sullivan/Getty Images Embed)


Jony Ive

Em contraste, Jony Ive parece determinado a retomar seu papel de protagonista na tecnologia. Ele entrou na Apple em 1992 e, como chefe de design, contribuiu para a criação de alguns dos produtos mais revolucionários da empresa, entre eles, o iMac (1998), o iPod (2001), o iPhone (2007), o iPad (2010) e o Apple Watch.

Após deixar a Apple em 2019 para fundar sua própria empresa de design, a LoveFrom, Ive demonstrou interesse crescente por inteligência artificial, chegando a criticar produtos recentes do setor, como o Human AI Pin, por sua má execução.

A fundação da empresa io já sinalizava sua intenção de construir algo novo. Inicialmente, sua intenção era desenvolver e comercializar um dispositivo de IA com tecnologia da OpenAI, até que Sam Altman sugeriu a fusão entre as duas empresas.

Apple promete impactar a experiência dos usuários de iPhone com o iOS 18

De acordo com Hugo Gloss, em sua conta no Instagram, a Apple divulgou nesta segunda-feira (10) uma demonstração da versão 2024 do sistema operacional do iPhone, com novidades que irão impactar os “applemaníacos”.

Home screen mais interativo

Uma das mudanças é a customização da home screen. Essa atualização permitirá que o usuário organize a tela inicial de forma personalizada, colocando os ícones dos aplicativos e widgets em qualquer lugar, podendo deixar espaço entre eles. Será possível, também, mudar o visual dos ícones com cores diferentes para combinar com o papel de parede.

Outra ferramenta irá potencializar a segurança – “pastas secretas”. Esses documentos poderão ser ocultados e desbloqueados apenas com o Face ID ou o código de bloqueio. O aplicativo Fotos será completamente redesenhado, cujo objetivo é melhorar a organização e fluidez.

O modo game também ganhará um plus. Essa atualização irá minimizar as atividades em segundo plano, de forma que alcance taxas máximas de quadros e aumente a capacidade de respostas sem fios para controles e fones.

Por último, mas não menos importante, a tela de bloqueio e a central de controle também ganharão atualizações, as quais terão mais atalhos para comandos de casa inteligente, reprodução de áudio/vídeo e aplicativos de terceiros.

As atualizações não serão para todos os dispositivos

O único senão é que os modelos mais antigos não serão mais atualizados pela empresa. O iOS estará disponível em uma atualização de software gratuita para o iPhone XS e posterior, a partir do segundo semestre, de acordo com a empresa.


Lançamento do iPhone Xs e Xs Max na Austrália em 2018 (Foto: reprodução/James D. Morgan/Getty Images embed)


Os recursos de inteligência artificial do Apple Intelligence, por enquanto, funcionarão em versão beta do iPhone 15 Pro, iPhone 15 Pro Max, iPad e Mac com chip M1 e posterior. iPhone XR, iPhone X, iPhone 8, iPhone 8 Plus e versões anteriores não serão atualizados.

Apple na vanguarda da tecnologia

Os dispositivos que não vão receber os novos recursos do iOS 18 e nem as atualizações de segurança do sistema, com o passar do tempo, perderão suporte de alguns apps.

A Apple não lança o iOS para todos os iPhones, seguindo sua política de acompanhar o desenvolvimento da tecnologia. Para ela, o sistema operacional é como se fosse um cérebro, que faz tudo funcionar no celular, mas depende dos novos componentes integrados ao dispositivo.

Os processadores atuais conseguem executar trilhões de operações por segundo, um volume muito superior aos chips de cinco, dez anos atrás. Além disso, as baterias não têm um tempo de vida útil significativo. O iOS é desenvolvido para consumir menos energia a cada geração.