Lula critica PEC da Blindagem e destaca que sua rejeição era previsível

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em coletiva de imprensa durante a Assembleia Geral da ONU, na data de ontem, quarta-feira (24), se posicionou contra a PEC da Blindagem aprovada anteriormente pela Câmara dos Deputados e arquivada em definitivo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. Lula declarou que a PEC foi “desnecessária e provocativa”. Segundo ele, o simples fato de colocar a proposta em votação foi “um erro histórico”, que passou um “péssimo sinal” para a sociedade.

Declarações do presidente Lula

Ontem, logo após comentar sobre o conflito Rússia-Ucrânia, no final da entrevista coletiva na sede da ONU em Nova York, nos EUA, o presidente Lula foi questionado sobre a PEC da Blindagem e o arquivamento em definitivo do projeto pela CCJ. Apesar de o assunto não estar na pauta do dia, o presidente brasileiro declarou que a proteção para os parlamentares deve vir de um comportamento ético, e não de medidas que busquem isentá-los das consequências de seus atos.

 “O único jeito das pessoas serem protegidas é não fazerem as coisas erradas. Você não pode querer a proteção que a Sociedade não tem.(…) está com medo do quê?”, questionou Lula, destacando que a proposta foi uma tentativa equivocada de blindar os políticos de investigações.


Lula, presidente do Brasil, no final da entrevista coletiva na sede da ONU, faz declarações sobre a PEC da Blindagem (Vídeo: reprodução/X/@LulaOficial)

Apesar da aprovação inicial do projeto na Câmara dos Deputados, a pressão popular, levando milhares de pessoas às ruas no último domingo (21) e o rápido movimento de parlamentares no Senado Federal mostraram que, mesmo diante da polarização política vivida no pais, algumas propostas não conseguem escapar da avaliação rigorosa da opinião pública, unindo apoiadores e opositores do Governo Federal.

Arquivamento em definitivo

O arquivamento da PEC no Senado ocorreu como uma resposta direta à pressão popular e, também, ao consenso dentro da própria CCJ que votou de forma unânime pela rejeição do projeto. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou a decisão, ressaltando que os parlamentares seguiram com rigor o regimento interno da Casa e “sem atropelos”. 

A Comissão rejeitou a proposta em tempo recorde, após análise que concluiu pela inconstitucionalidade do Projeto de Emenda à Constituição. Alcolumbre enfatizou que a decisão era um reflexo do compromisso do Senado com a ética e a legalidade, em um momento de intensa mobilização pública contra a proposta.


Publicação sobre a rejeição da PEC da Blindagem pela CCJ (Foto: reprodução/Instagram/@senadofederal)


A PEC da Blindagem foi aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados em 16 de setembro (2025) por 353 votos a favor e 134 contra, gerando críticas por parte da imprensa e de vários setores da sociedade. Articulada pelo “Centrão”, oficialmente denominada de “PEC das Prerrogativas”, visava ampliar direitos de parlamentares, incluindo a possibilidade de votação secreta para autorizar ou não a abertura de processos contra os próprios congressistas, sendo interpretada como uma tentativa de enfraquecer o combate à corrupção.

Ananda faz pronunciamento após Ministério Público arquivar denúncia de racismo

A cantora Ananda se manifestou nesta quarta-feira (15), após o Ministério Público de São Paulo arquivar a investigação por injúria racial contra a influenciadora Ana Paula Minerato. Em um pronunciamento exclusivo à Marie Claire, Ananda comentou a decisão da Justiça paulista, que acatou o pedido do MP para encerrar o caso.

O que aconteceu

Em uma postagem no Instagram, a cantora Ananda expressou sua indignação ao ser surpreendida, logo pela manhã, com a notícia de que o processo por injúria racial contra Ana Paula Minerato havia sido arquivado por falta de provas. Ela afirmou que a decisão arruinou seu dia e destacou as dificuldades enfrentadas por mulheres negras e pardas no Brasil, onde, segundo ela, o racismo continua sendo uma ferida aberta. Ananda também criticou a desumanização constante de pessoas negras, especialmente quando há espaço para que isso aconteça.

Em seguida, Ananda mencionou o vazamento de um áudio no qual Ana Paula Minerato proferia ofensas racistas, a chamando de “empregada do cabelo duro”. Ela comentou sobre o impacto do áudio, que foi amplamente divulgado na mídia nacional, e se mostrou frustrada ao perceber que, apesar da gravidade da situação, o outro lado celebrava a vitória.


Publicação de Ananda sobre o arquivamento do caso (Reprodução/Instagram/@anandacantora)


Na postagem, ela explicou que, por se tratar de um crime de ação pública incondicionada, a injúria racial não depende de representação da vítima, e que, por isso, havia deixado a questão nas mãos das autoridades competentes. No entanto, após a notícia sobre o arquivamento do caso, ela procurou assessoria jurídica e afirmou: “A luta não acabou! Todas as medidas necessárias serão tomadas para a mais justa apuração dos fatos”.

Relembre o caso

Em novembro de 2024, um áudio vazado trouxe à tona comentários de Ana Paula Minerato sobre Ananda. Em um trecho, a influenciadora se referia à cantora de forma racista, dizendo: “A empregada [doméstica], a do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro, KT? Eu não sabia que você gostava de mina do cabelo duro.”

Naquele período, Minerato enfrentou consequências profissionais, perdendo uma vaga como apresentadora em um programa de rádio e sendo afastada do cargo de musa da Gaviões da Fiel. A repercussão das declarações também a levou a ser internada em um hospital.

O episódio gerou uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo, que, nesta terça-feira (14), decidiu arquivar a investigação por falta de provas. Minerato celebrou a decisão em suas redes sociais, afirmando: “É que no final… O bem sempre vence o mal”, sem fazer referência direta ao caso.