CCJ aprova PEC que proíbe o aborto no Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou, em 27 de novembro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a proibição do aborto no Brasil. O texto agora segue para análise em uma comissão especial, responsável por discutir o mérito da proposta e com poder para sugerir alterações no conteúdo. A formação dessa comissão dependerá de uma decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cujo mandato está vigente até o final de 2024.

No Brasil, o aborto é considerado crime pela legislação vigente, com punições previstas no Código Penal para quem o realiza ou auxilia na prática. Contudo, existem exceções em que a interrupção da gravidez é legalmente permitida. Essas situações são: quando a gestação oferece risco de morte para a mulher, nos casos de gravidez resultante de estupro e, desde 2012, quando o feto é diagnosticado com anencefalia, uma condição incompatível com a vida fora do útero.

Segundo o deputado Bacelar (PV-BA), a PEC 164/12 é inconstitucional. 

“Ao proibir o aborto em quaisquer circunstâncias, esse texto é incompatível com os direitos fundamentais e com os princípios da dignidade da pessoa humana”, afirma o deputado.


Protesto contra projeto de lei antiaborto (Foto: reprodução/ NELSON ALMEIDA / Colaborador/ Getty Images Embed)


Países em que o aborto é legalizado

O aborto é legal em diversos países, com regulamentações que variam conforme os contextos culturais, sociais e políticos. Em muitos locais, ele é permitido sem a necessidade de justificativa, desde que respeite um limite gestacional. Na América Latina, países como Uruguai, Argentina e Colômbia legalizaram o procedimento dentro de prazos específicos, geralmente até 12 ou 14 semanas. No Canadá, o aborto é completamente descriminalizado, sem restrições de tempo.

Na Europa, a maioria dos países, como França, Espanha e Suécia, permite o aborto, também com limites entre 10 e 18 semanas. Na Ásia, países como Japão e Coreia do Sul permitem o procedimento sob condições específicas. Na Oceania, o aborto é legal em toda a Austrália e Nova Zelândia, com variações nos prazos. Na África, nações como África do Sul e Tunísia também legalizaram a prática, embora o acesso seja limitado em regiões mais conservadoras.

Estados Unidos

O principal retrocesso em relação ao aborto nos Estados Unidos ocorreu em 2022, quando a Suprema Corte do país derrubou a decisão que havia garantido o direito constitucional ao aborto em nível federal por quase 50 anos. Com essa reversão, os estados passaram a ter autonomia para determinar suas próprias leis sobre o tema, resultando em uma onda de proibições e restrições severas em várias regiões do país, especialmente nos estados governados por legisladores conservadores.

Anitta conversa com seguidores sobre a importância de discutir política na internet

Nesta quarta-feira (19), Anitta, a cantora brasileira de 31 anos, postou em seu Instagram com mais de 64 milhões de seguidores, diversos stories comentando sobre assuntos recentes da política brasileira e reforçando a necessidade de falar abertamente sobre política nas redes sociais.

Entenda o contexto

A cantora gravou cinco stories falando sobre a nova proposta do Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. A PEC 09 propõe anistia aos partidos que não colocam a porcentagem pré-determinada de mulheres, pessoas negras e indígenas durante seu mandato, além de propor a diminuição desta porcentagem.


Anitta via Stories (Foto: reprodução/Instagram/@Anitta)

Anitta também compartilhou o vídeo da Deputada Federal Tarília Petrone explicando melhor o objetivo desta PEC e as problemáticas por trás dela.


Tarília Petrone via Stories de Anitta (Foto: reprodução/Instagram/@Anitta)

A artista carioca faz questão de sempre falar sobre seus posicionamentos políticos desde a pandemia em 2020. Durante as eleições de 2018, Anitta se manteve bem privada em relação à política, até que seus fãs começaram a cobrá-la, por conta de sua grande influência. A empresária então transformou suas redes sociais em grandes plataformas de estudos de política, para poder se educar mais e ajudar seus fãs. 

Polêmica

A cantora promoveu diversas lives e debates com especialistas e desde então, vem fazendo questão de se posicionar fortemente, o que já ocasionou discussões acaloradas de Anitta e grandes políticos na internet. A artista em seu stories diz que é atualmente bloqueada por Arthur Lira.

Além de explicar sobre, a carioca comentou que a PEC da Anistia seria discutida na manhã desta quarta-feira e que seus seguidores deveriam estar atentos. A votação ocorreu e, ao contrário de Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu por seguir o rito usual da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição.


Anitta via Stories (Foto: reprodução/Instagram/@Anitta)

Anitta finalizou seus vídeos defendendo o uso das redes sociais como uma forma de falar e expor abertamente suas posições políticas. Ela afirmou que é a melhor forma de usar sua voz e influência, além da importância da união do povo contra esses tipos de ações contra a democracia.

PL do aborto: Arthur Lira segue pressionado sobre votação do projeto

O partido PL concordou em discutir por mais tempo o projeto sugerido que equipara o aborto de mulheres grávidas depois de 22 semanas ao crime de homicídio. O projeto de lei (PL) 1904/24, no entanto, foi aprovado de forma simbólica – como ficou registrado no sistema da Câmara –  na última terça-feira (11). 

A proposta, que conta com o apoio da bancada do ex-presidente Jair Bolsonaro, rejeita modificações ao texto. A confirmação foi divulgada pelo deputado Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara.

Arthur Lira (PP-AL) atual presidente da Câmara, não possui uma data definida para maiores decisões a respeito da proposta, mesmo com a pressão feita pela bancada religiosa.

Segundo aliados do presidente da Câmara, o projeto pode ser discutido durante a reunião de líderes que acontece na próxima terça-feira (18), mas não há previsão de votação. 

Negociações

Lira atualmente segue em negociações com a bancada feminina da Câmara dos Deputados, com a intenção de escolher uma relatora com perfil moderado. 

No entanto, a medida segue rodeada de dúvidas a respeito da escolha da relatora, se isso seria um sinal do mesmo sobre sua intenção de pautar o projeto. 

Próximos passos

A coordenadora da bancada, Benedita da Silva (PT), conversou com Arthur Lira sobre o projeto e pode ser a relatora indicada. A relatora poderá sugerir alterações ao projeto, ou até mesmo arquivá-lo.


Benedita da Silva, possível relatora do processo (Foto: reprodução/Rede Brasil)

Benedita, que já foi candidata a prefeita do Rio de Janeiro 2020 e foi governadora e vice-governadora do estado do Rio, é evangélica e já se declarou contra a criminalização do aborto em outros momentos, o que poderia criar uma situação desconfortável tanto com o partido de Bolsonaro, quanto com o governo ou os eleitores.

No entanto, até o momento, os ministros do governo acreditam que Lira não dará  novos passos em relação ao projeto, mantendo a proposta sem uma nova votação. 

Câmara aprova suspensão da dívida do RS com a União

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira (15) um projeto que suspende a dívida do Rio Grande do Sul com a União por três anos, visando auxiliar o estado após temporais e enchentes que causaram 149 mortes. O texto-base foi aprovado na terça-feira e nenhum dos quatro destaques propostos foi aprovado, encaminhando o projeto para o Senado.

A suspensão do pagamento da dívida é uma das medidas adotadas pelo governo para ajudar o estado, que enfrenta consequências graves dos temporais desde abril. Além disso, a medida reduz a taxa de juros a 0% durante esse período. Porto Alegre, mesmo sem chuva, registrou aumento no nível do lago Guaíba em 21 centímetros em 24 horas, alcançando 5,23 metros na terça-feira (14), segundo a Defesa Civil.


Intenções de Lira saem do papel e são postas em ação (Foto: reprodução/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados )

Dívida

A dívida do Rio Grande do Sul com a União soma R$ 97,7 bilhões, e a suspensão dos pagamentos deve evitar gastos de R$ 11 bilhões com as parcelas e mais R$ 12 bilhões com os juros, segundo o Ministério da Fazenda.

O dinheiro que seria usado para pagar as parcelas da dívida deverá ser direcionado integralmente para ações de enfrentamento à calamidade pública e suas consequências sociais e econômicas.

“A tragédia incalculável que se abateu sobre o Rio Grande do Sul prova, sem sombra de dúvida, que é necessário haver um dispositivo legal autorizando o Governo Federal a refinanciar as dívidas dos Estados eventualmente atingidos por calamidades públicas”, escreveu o relator do projeto, deputado Afonso Motta (PDT-RS), em seu parecer.

Prestação de contas

A proposta não se restringe ao Rio Grande do Sul. Em casos de calamidade pública reconhecida pelo Congresso, a União pode adiar pagamentos devidos por um estado, com redução a 0% da taxa de juros, pelo período de 36 meses. O projeto, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode liberar R$ 23 bilhões para o caixa do RS em três anos.

Além da suspensão da dívida, o projeto estabelece que durante a calamidade pública o estado fica proibido de criar ou aumentar despesas permanentes sem aprovação do Ministério da Fazenda. Após cada ano de suspensão, o estado deve enviar relatórios de comprovação de aplicação dos recursos, e ao final do período de três anos, assinar um termo aditivo ao contrato da dívida. Os valores suspensos serão incorporados ao saldo devedor do estado, sem incidência de juros, caso o termo aditivo não seja assinado.

Lira convoca comissão para analisar emendas para combate a desastres

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) convocou para a próxima quarta-feira (8) uma comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC). O projeto reserva 5% das emendas parlamentares para combater desastres naturais.

PEC

A decisão da instalação da comissão especial para a próxima quarta-feira (8) ocorre depois das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (25). A PEC estabelece que a reserva de 5% do valor disponibilizado para as emendas deverá ser feita para o enfrentamento de emergências naturais.

O valor deverá ser destinado ao órgão federal competente, que fará o repasse às unidades da Federação quando houver desastres naturais. Em suas redes sociais, Arthur Lira se solidarizou com a população atingida pelas enchentes e prestou apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

A Câmara dos Deputados está à disposição para aprovar medidas emergenciais que possam auxiliar o governo e o povo do RS a superarem esse momento difícil e doloroso. Determinei ainda a instalação de uma Comissão Especial que vai analisar a proposta de emenda à Constituição (PEC 44/23) que reserva 5% das emendas individuais ao Orçamento para o enfrentamento de catástrofes e emergências naturais”

Arthur Lira, presidente da Câmara

A comissão especial para a análise da PEC contará com 34 membros efetivos e o mesmo número de suplentes. Caso não haja irregularidades que expliquem o uso das verbas, o texto indica que os valores devem ser revertidos aos parlamentares no quarto ano da legislatura.

Autor da PEC 44/23, o deputado Bibo Nunes (PL-RS) tem cobrado a análise da PEC, apresentada há sete meses, em suas redes sociais. Tendo sido aprovada, a proposta vai agilizar o envio das verbas para os lugares afetados por catástrofes e emergências naturais.

O deputado esclareceu ainda que a PEC faz com que o deputado federal e o senador tenham 5% das suas emendas disponíveis para uso imediato. Bibo Nunes citou que no caso da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, as emendas já poderiam ter sido enviadas, uma vez que o processo é demorado.

Fortes chuvas no Sul

Nesta sexta-feira (3), em uma contagem divulgada pelo governo do Rio Grande do Sul, 39 pessoas morreram em decorrências das enchentes que atingiram mais de 130 municípios do estado. Apesar da torcida para não haver mais estragos na região, o Rio Grande do Sul segue com o alerta de mais chuva neste fim de semana, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).


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Municípios do Rio Grande do Sul são atingidos por fortes chuvas (Foto: reprodução/Anselmo Cunha/Getty Images Embed)


Além dos óbitos, temporal no Rio Grande do Sul registrou 74 feridos e outros 74 desaparecidos. Em números atualizados da Defesa Civil, 8.168 pessoas estão em abrigos e 24.080 estão desalojadas, na casa de amigos ou familiares. Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, diz que números ainda podem mudar ao longo dos dias.