Brasília recebe o Mundial de Marcha Atlética de 2026

A Federação Internacional de Atletismo, escolheu a capital brasileira para receber o Campeonato Mundial de Marcha Atlética por Equipes de 2026. O anúncio da vitória da capital federal foi feito pelo Sebastian Coe, presidente da federação, na manhã desta terça-feira (25), em uma entrevista de imprensa em Pequim, na China, após reunião do Conselho Mundial de Atletismo.

Outras cidades como Samborondón, no Equador, e Varsóvia, capital na Polônia, também eram pretendentes, mas foram derrotadas pela candidatura brasileira.


Postagem de comemoração com vitória do Brasil em sediar a competição (Foto: reprodução/Instagram/@atletismo.brasil)

O Campeonato Mundial de Marcha Atlética por Equipes será realizado no mês de abril, com o dia 12 como data proposta, em percurso a ser montado na Esplanada dos Ministérios, um dos pontos turísticos da capital, no lugar onde estão também a Catedral Metropolitana, o Museu Nacional da República e a Livraria Nacional.

Brasília, pronta para marchar com o mundo

A capital garantiu o marco de ser a primeira cidade do hemisfério sul a sediar o campeonato por equipes e utilizou como um dos argumentos a influência da cidade na formação de atletas dessa modalidade de atletismo.


Caio Bonfim, medalhista olímpico de Marcha Atlética nas Olimpíadas de Paris 2024 (Foto: reprodução/Instagram/@caiobonfims)

Na proposta de sede, um vídeo apresentou Brasília como uma cidade única, com um plano urbano e arquitetônico modernos, integrada por largas avenidas, parques e espaços abertos, aeroporto internacional e com acesso fácil ao local de competição.

Medalhista em casa e últimas edições

Além disso, Brasília é a cidade natal do atleta e medalhista olímpico Caio Bonfim, o mesmo ainda treina e mora pela capital. Além dele, sua mãe e treinadora, Gianette Bonfim, se formou na cidade e formou outros atletas olímpicos como Max Batista e Gabriela Muniz.

A última edição da competição por equipes aconteceu em 2024, na cidade de Antália, Turquia, mas o Brasil já foi palco de outros campeonatos mundiais. Em 1998, Manaus recebeu o Campeonato Mundial de Revezamento de Rua e o Rio de Janeiro organizou o Mundial de Meia Maratona em 2008.

História do atletismo no Brasil: marcas, recordes e heróis

Quem vibrou com a medalha de bronze de Alison dos Santos nos 400m com barreiras nas Olimpíadas de Paris talvez não tenha dimensão do tamanho da história do atletismo no Brasil.

Essa modalidade, que engloba dezenas de provas —  desde os 100m rasos ao arremesso de peso — é a segunda que mais rendeu medalhas ao Brasil na história dos Jogos Olímpicos, 21 no total. Além de várias outras em Mundiais e Jogos Pan-Americanos.

O atletismo é considerado um dos esportes mais antigos da humanidade e começou a se desenvolver por aqui no final do século XIX, muito antes da gente pensar em sonhar em fazer aposta esportiva na Betfair.

A influência europeia era forte, com imigrantes e descendentes de europeus desempenhando um papel significativo na promoção do esporte.

Um marco importante na história do atletismo no Brasil foi a fundação da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) em 1914, que era responsável pelo futebol e diversas outras modalidades.

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) foi criada somente em 1977, mas já havia bons frutos no atletismo brasileiro nestas primeiras décadas.

Os pioneiros

A trajetória do atletismo brasileiro em Jogos Olímpicos começou em 1924, também em Paris. O Brasil foi representado por uma delegação de apenas 12 atletas, todos homens. Eurico de Freitas quase alcançou a final no salto com vara, terminando a prova em 11º.

A primeira medalha olímpica do Brasil no atletismo veio em Helsinque 1952, com dois grandes nomes do esporte: o bronze de José Telles da Conceição no salto em altura e o ouro de Adhemar Ferreira da Silva, no salto triplo.

Adhemar Ferreira da Silva foi um dos maiores saltadores triplo da história da modalidade. Ele repetiu o feito na edição seguinte, em Melbourne 1956, e quebrou o recorde mundial da prova cinco vezes. Seu sucesso colocou o Brasil no mapa do atletismo mundial e inspirou futuras gerações de atletas.

Após Adhemar e José Telles, o país viu surgir nomes como Nelson Prudêncio e João Carlos de Oliveira, que todo fã de esporte e bet no Brasil conhece pelo apelido “João do Pulo”.

João do Pulo foi um dos maiores saltadores do mundo na década de 1970, tendo conquistado duas medalhas de bronze olímpicas e também quebrou recordes mundiais. Ele também foi um símbolo de perseverança e superação após o grave acidente que sofreu em 1981 e que interrompeu sua carreira esportiva.

As décadas seguintes

O atletismo brasileiro continuou a crescer nas décadas de 1980 e 1990, mas também enfrentou desafios significativos. A falta de investimentos adequados, a precariedade das instalações esportivas e a ausência de uma política esportiva nacional consistente dificultaram o desenvolvimento do esporte.

Mesmo com esses obstáculos, o Brasil continuou a revelar atletas talentosos. Nesse período surgiram atletas como Robson Caetano, Zequinha Barbosa, Joaquim Cruz, e Vanderlei Cordeiro de Lima e Maurren Maggi, já nos anos 2000.

Joaquim Cruz entrou para a história ao conquistar a medalha de ouro nos 800 metros nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, tornando-se o primeiro e único brasileiro a vencer essa prova.

Já Maurren Maggi, especialista em salto em distância, fez história ao conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, tornando-se a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro individual em Olimpíadas.

A vitória dela foi um marco importante para o atletismo feminino no Brasil, que até então não havia alcançado grande destaque em competições internacionais.

Entre 2007 e 2016, período em que o Rio de Janeiro sediou os Jogos Pan-Americanos e Olímpicos, o atletismo brasileiro recebeu um novo impulso, com investimentos em infraestrutura e a promoção do esporte em todo o território nacional.

Foi assim que surgiu nomes como o de Thiago Braz, ouro no salto com vara em 2016, diante de um Estádio Nilton Santos lotado; de Alison dos Santos, o Piu, que além da já citada medalha em Paris 2024 também já foi bronze em Tóquio 2020 e ouro no Mundial de 2022; e de Caio Bonfim, prata na marcha atlética.

A história do atletismo no Brasil é uma narrativa de superação e perseverança, marcada por conquistas significativas e desafios contínuos. É essencial que haja um comprometimento maior com o desenvolvimento da modalidade, garantindo que mais atletas possam também alcançar mais medalhas e recordes.

Fernando Balotelli critica material enviado para Olimpíadas de Paris

José Fernando Ferreira, mais conhecido como Balotelli, expressou sua frustração após receber o material esportivo para as Olimpíadas de Paris. O atleta brasileiro do decatlo revelou que recebeu apenas uma regata, um macaquito e um short como equipamento para suas competições.

“Vocês não tem ideia do quanto foi broxante receber o material da seleção” 

Afirmou Balotelli em publicação no “X”

Publicação de Balotelli no “X” (reprodução/X/@ferrazdecatlo)

O atleta explicou que passará mais de 20 horas na pista de atletismo, competindo em dez provas distintas ao longo de dois dias, distribuídas em quatro etapas. Devido à escassez de material e à necessidade de uniformes específicos, Balotelli revelou que, sem patrocinador, terá de gastar dinheiro do próprio bolso para comprar sapatilhas, pois precisa de sete modelos diferentes para conseguir disputar a tão sonhada medalha olímpica.

A situação já havia gerado repercussão nas redes sociais após Izabela da Silva, atleta de lançamento de disco, postar um vídeo em seu Instagram afirmando não ter recebido uniformes no tamanho adequado. Segundo Izabela, a fornecedora de material esportivo alegou não possuir tamanhos G, disponibilizando apenas tops femininos até o tamanho M.


Sheilla Castro apresenta o uniforme Olímpico (Foto: reprodução/Buda Mendes/Getty Images Embed)


Comitê Olímpico Brasileiro

O Comitê Olímpico do Brasil (COB), responsável por parte do material dos atletas, se pronunciou após a rápida repercussão nas redes sociais. A entidade afirmou que o material recebido no Brasil são os uniformes de viagem e de desfile para a abertura. Em Paris, todas as delegações receberão malas com mais de 30 itens, variando entre masculino e feminino.

Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt)

Responsável pelos uniformes de treino e competição, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) informou ao portal “ge” que o problema está sendo resolvido. Segundo a entidade, todos os atletas têm canais abertos de comunicação com a CBAt.

Foco na competição

Único representante do Brasil no decatlo, Balotelli disputará a medalha olímpica na modalidade mais completa do atletismo. Após conquistar a prata nos Jogos Pan-Americanos de 2023, em Santiago, no Chile, o pernambucano chega a Paris como o melhor sul-americano da atualidade na competição. José Fernando recebeu o apelido de Balotelli devido à sua semelhança física com o atacante italiano.

Paris 2024: Thiago Braz está fora das Olimpíadas

O atleta Thiago Braz, um dos principais nomes do salto com vara, foi suspenso por doping. A suspensão é de 16 meses e deixará o campeão olímpico fora dos Jogos de Paris. O advogado do atleta, Marcelo Franklin, entrou com recurso na Corte Arbitral do Esporte.

A decisão foi confirmada nesta terça-feira (27) pela entidade máxima do atletismo, a World Athletics. Para a Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), Thiago Braz não cumpriu as Regras do Antidoping do Atletismo Mundial. O atleta já estava suspenso provisoriamente desde o dia 28 de julho do ano passado.


Thiago Braz com a bandeira do Brasil (Foto: reprodução/Instagram/@thiagobrazpv)

Thiago é um dos maiores representantes do esporte no mundo. O atleta tem 30 anos e conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Em Tóquio 2021, conseguiu o bronze. Braz foi prata no Mundial de Atletismo Indoor de Belgrado, em 2022.

Antidoping

No dia 2 de julho de 2023, foram realizados exames que acusaram a presença de ostarina no atleta. A substância é utilizada para o aumento da massa muscular, da força e da performance.

A Unidade de Integridade do Atletismo informou, em nota, que solicitou a suspensão de Thiago Braz durante 4 anos. De acordo com a AIU, o atleta foi imprudente e agiu com intenção indireta.

Defesa do atleta

A defesa de Thiago alega que o campeão olímpico foi vítima de uma contaminação cruzada. É o que acontece quando um atleta ingere algum suplemento ou medicamento que tenha a presença da substância considerada doping.

Em nota publicada no Instagram, a defesa informa que o atleta irá se pronunciar após o julgamento final na Corte Arbitral na Suíça e que estão confiantes para a exclusão ou diminuição da suspensão, para que Thiago consiga competir em Paris.


Nota oficial publicada nas redes sociais de Thiago Braz (Reprodução/Instagram/@thiagobrazpv)

Em entrevista ao ge, o advogado Marcelo disse que está otimista. “A decisão foi boa, porque queriam quatro anos e tivemos 16 meses. Estabelecemos que o Thiago não teve culpa, foi uma vítima da contaminação cruzada”, informou.

Atualmente, a suspensão de Thiago Braz vai até o dia 27 de novembro deste ano.