Festival de Cannes reforça regras e limita liberdade de expressão nos looks

O Festival de Cannes, um dos mais importantes do mundo para o cinema, não deixa de ser também uma grande vitrine de moda. Todos os anos, o tapete vermelho se transforma em passarela para estilistas e celebridades do mundo inteiro. No entanto, para desfilar por ele em 2025, será preciso seguir novas regras. A organização do evento anunciou, nesta segunda-feira (12), que estão proibidos trajes com transparência e vestidos muito volumosos durante as exibições entre os dias 13 e 24 de maio.

O novo código de vestimenta exige trajes formais ou black tie vestidos longos para elas, ternos para eles. Tênis, mochilas, ecobags e bolsas grandes já estavam vetados em edições anteriores. Agora, a justificativa para as novas limitações é clara: “Por motivos de decência, nudez é proibida no tapete vermelho, assim como qualquer outra área do festival…”, afirmou a direção do evento, em comunicado oficial. A medida, no entanto, gerou discussões ao restringir a liberdade estética em um espaço conhecido por valorizar a expressão artística.

Vestidos como forma de protesto silencioso

Cannes é muito conhecido por unir arte, cinema e moda em uma mesma atmosfera. Muitos looks ao longo da história carregaram não só beleza, mas também mensagens políticas, sociais ou provocativas. Em 2024, tivemos a modelo Bella Hadid usou um vestido marrom todo trabalhado na transparência da Saint Laurent que, pelas novas regras, não seria mais permitido.



Bella Hadid no Festival de Cannes com vestido transparente (Foto: reprodução/Kristy Sparow/Getty Images Embed)


Moda e cinema em um encontro que pede liberdade

Ao tentar controlar o que é ou não apropriado, o Festival de Cannes pode estar enfraquecendo uma de suas maiores forças: a liberdade criativa. O encontro entre moda e cinema sempre foi natural e necessário. E, para muitos, impor censura é caminhar na contramão da arte.