Netanyahu arrisca confronto com o Irã após interceptar toneladas de explosivos

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está diante de uma encruzilhada política após Israel ter interceptado 60 toneladas de explosivos e mais de 350 projéteis iranianos destinados ao país no último domingo (14).

A interceptação, que contou com a ajuda de aliados, aumentou a tensão crescente entre Israel e o Irã, com ambos os lados trocando ameaças.

Esses eventos surgiram em um momento delicado para Netanyahu, que enfrenta pressões internas e externas para determinar a resposta de Israel ao ataque iraniano.


Netanyahu e Biden se corresponderam por telefone no último sábado (13) após o ataque do Irã a Israel (Foto: reprodução/Gabinete do Primeiro-Ministro de Israel)

Diplomacia americana

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instou Netanyahu à contenção, recusando-se a apoiar qualquer ação ofensiva de Israel contra o Irã. Biden enfatizou a sua intenção de evitar um atrito que poderia desencadear uma guerra regional com sérias consequências.

Enquanto isso, o Irã continua desafiando Israel, prometendo retaliar contra qualquer ação agressiva. A estratégia iraniana busca minar a dissuasão israelense e aumentar a pressão sobre o governo de Netanyahu.

Diplomacia britânica

A visita iminente do diplomata britânico Lord David Cameron em Israel, na intenção de oferecer assistência humanitária em Gaza, também surgiu como um apelo para que o conflito seja respondido com moderação.

Rishi Sunak, ministro das Finanças do Reino Unido, em conversas com Netanyahu, destacou a importância de uma resposta diplomática coordenada do G7 ao ataque do Irã. Sunak enfatizou que uma escalada adicional só agravaria a situação na região, destacando a necessidade de calma e negociações diplomáticas.

Netanyahu sob pressão

Netanyahu, que agora enfrenta pressões internas devido à sua gestão da crise em Gaza e ao tratamento dos palestinos, está diante de uma posição crítica que oscila entre sua imagem política e a estabilidade regional diplomática entre outros países.

Enquanto isso, o Irã mantém um posicionamento hostil, prometendo retaliar contra qualquer ação israelense. Atualmente essa estratégia visa a minar a dissuasão de Israel e aumentar a pressão sobre Netanyahu.

Governo de Israel revida falas de Irã sobre possíveis ataques no país

Nesta quinta-feira (11), Benjamin Netanyahu se pronunciou oficialmente sobre as possíveis ofensas oriundas do Irã contra Israel. O primeiro-ministro deixou claro em sua fala que as forças armadas israelenses estarão preparadas para lidar com qualquer tipo de interferência em seu território.

“Quem quer que nos prejudique, nós os prejudicaremos. Estamos preparados para atender a todas as necessidades de segurança do Estado de Israel, tanto defensivamente quanto ofensivamente.” relatou Netanyahu. As tensões entre Israel e Irã começaram no dia primeiro de abril, após um ataque aéreo comandado por tropas israelenses atingir um complexo da embaixada iraniana.

Entenda mais sobre o ataque

No dia primeiro de abril, aviões militares de Israel chocaram-se com um complexo do consulado iraniano em Damasco, região localizada na Síria. Na ocasião, o comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã, Mohammad Reza Zahedi, foi uma das vítimas fatais. Além dele, as autoridades do país confirmaram a morte de mais sete militares.

Em resposta ao acontecido, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, culpou diretamente as forças israelenses classificando-os como um “regime maligno” e afirmando que deverão ser punidos por suas ações. As autoridades iranianas ainda recorreram a ONU, a fim de arquitetar uma reunião de emergência para resolver o ataque, além de se mostrarem dispostos a revidar a agressão.


Ali Khamenei, líder do Irã, durante as eleições do país de 2024 (Foto: reprodução/Getty images embed)


As Forças de Defesa de Israel (FDI) se pronunciaram brevemente sobre o ocorrido ao apenas contestar a finalidade do complexo atingido. Segundo o porta-voz do órgão, o local não servia como consulado do Irã. No entanto, nenhuma explicação foi dada acerca das mortes causadas pelo confronto.

Cerca de quatro autoridades israelenses chegaram a afirmar para o veículo americano The New York Times que Israel teria sido o autor do ataque. A informação foi tratada como fonte sigilosa e não foi confirmada por nenhuma outra instituição oficial do país.

Israel se prepara para uma possível retaliação

Na última quarta-feira (10), moradores de cidades como Tel Aviv e Jerusalém amanheceram sem sinal de GPS. O motivo da não conexão se deu por conta de um bloqueio proposital do exército israelense com o objetivo de impedir possíveis ataques aéreos das forças iranianas.

O ocorrido veio como uma solução de “neutralizar as ameaças”, segundo o porta-voz da FDI. Entretanto, a ação causou frustração em parte da população, principalmente aqueles que necessitavam usufruir de aplicativos em suas redes móveis no dia a dia.

Biden faz críticas a  Netanyahu sobre a guerra em Gaza

Em entrevista ao canal de TV Univision que foi ao ar nesta terça–feira (09), Joe Biden criticou abertamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em relação à sua atuação na Faixa de Gaza. Além disso, Biden também cobrou que o chefe do poder  Executivo de Israel acate um cessar-fogo com o Hamas. 

“Peço simplesmente que os israelenses estabeleçam um cessar-fogo, que permitam durante as próximas seis, oito semanas, acesso total a todos os alimentos e medicamentos que entrem [em Gaza]” , enfatizou Joe Biden em entrevista à televisão norte-americana que foi ao ar nesta terça-feira (09). 

Além disso, Biden também teceu fortes críticas direcionadas ao primeiro-ministro israelense, inclusive apontando que não concorda com seu posicionamento diante do conflito. “Acho que ele comete um erro no que faz. Não concordo com o ponto de vista dele”, concluiu o presidente dos EUA. 


Mais de 30 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza em seis meses de conflito. (Foto: reprodução/Mohammed Faeq/AFP)

Seis meses de guerra em Gaza

O conflito que teve início em outubro de 2023 devido a um ataque do Hamas, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns, na fronteira de Gaza com Israel, acaba de completar seis meses de duração. Na atual situação em que se encontra a guerra, tropas israelenses continuam seu domínio sob a Faixa de Gaza, além de bombardeamentos constantes que se concentram principalmente no norte e no centro do território. 

Nesses seis meses em que se perdura o conflito, mais de 30.000 pessoas já foram mortas na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas. No entanto, no último domingo (7),  países que atuam como mediadores do diálogo entre o grupo terrorista e Israel , como Egito, Estados Unidos e Catar, apresentaram uma proposta de trégua dividida em três fases. 

Histórico do conflito

Em 1947 a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação do  Estado de Israel em área na qual pertencia à Palestina, com o intuito de solucionar o antissemitismo. Assim, a partir de 1948, a região foi dividida em dois Estados, um judeu, pertencente à Israel e um árebe, pertencente à Palestina

A configuração proposta pela ONU gerou uma série de conflitos históricos entre os dois povos, com a ocupação de judeus em áreas que, inicialmente, deveriam pertencer aos palestinos.

 Segundo relatório da ONU, desde 2008, Israel matou mais de 6.300 árabes, sendo mais da metade civis, e feriu cerca de 150 mil. Pelo outro lado, o relatório registrou 308  mortes de israelenses por palestinos, no qual 131 eram civis, os feridos somam-se mais de 6.307.

Conselho de Direitos Humanos da ONU exige que países parem de vender armas à Israel

Nesta sexta-feira (5) o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução para que países parem de fornecer armas e munições ao país de Israel, seja por meio de repassagem ou venda. A medida foi elaborada pelo Paquistão e tem em mente “prevenir novas violações do direito humanitário internacional e violações e abusos dos direitos humanos”.

O texto teve a maioria de votos a favor (incluindo o Brasil) e também recomenda o cessar imediato de comércio envolvendo equipamentos militares, pedindo pela interrupção de tais operações. Dos 47 países no Conselho, 28 votaram em favor, 6 votaram contra, e 13 se abstiveram.

Entre os países que votaram contra a medida (Argentina, Paraguai, Bulgaria, Malawi) dois deles, a Alemanha e os Estados Unidos, são notáveis porque compõem parte dos poucos países que ainda comercializam armamentos com Israel. Por ter sido aprovado pelo Conselho de Direitos Humanos mas não pelo Conselho de Segurança, é possível que esses países continuem o comércio, sem obrigação por lei internacional.


Em verde, países que reconhecem o Estado da Palestina (Foto:Reprodução/Wikipedia Commons)

Países fornecedores

Atualmente, existem cinco países que fornecem armas e munições à Israel:

  • Os Estados Unidos;
  • O Reino Unido;
  • A França;
  • A Alemanha;
  • A Austrália.

Há pouco tempo, este número era maior, mas outros seis países (Itália, Espanha, Holanda, Bélgica, Japão e Canadá) suspenderam suas exportações de equipamento militar após o início do conflito.

Conselhos da ONU

Em alguns casos, tais resoluções tem como objetivo mais aumentar a pressão geopolítica internacional do que de fato impor um julgamento final. Por exemplo, embora o Conselho de Segurança tenha acordado por um cessar-fogo na Faixa de Gaza semana passada (25 de março), o governo israelense ignorou a resolução.

O que de fato pode ajudar a resolver a guerra são as consequências de tal pressão, que faz com que países se tornem menos populares por rejeitar a decisão da ONU. Em ano de eleição nos Estados Unidos, a esfera política tem maior preocupação com tais detalhes, o que pode acabar influenciando diretamente a situação de Israel, que depende de seus aliados internacionais.

Casa Branca força Israel a abrir rotas de ajuda humanitária para Gaza

Nesta sexta-feira (5), o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que Israel vai permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza a partir de pontos seletos. Isso ocorreu após um pedido do presidente estadunidense Joe Biden, e a decisão foi saudada pela Casa Branca.

O pedido ocorreu nesta última quinta-feira (4) após um telefonema entre os dois líderes, e forçou a ação de Netanyahu ao estabelecer uma condição para a continuidade do apoio dos Estados Unidos à Israel: a proteção dos civis palestinos em Gaza, que foi pela primeira vez imposta como necessária pelo presidente. E tal proteção requer, de acordo com Washington, a implementação de certas medidas.

Essas medidas, incluindo um compromisso de abrir o porto de Ashdod para a entrega direta de assistência em Gaza, abrir a passagem de Erez para uma nova rota de assistência para chegar ao norte de Gaza e aumentar significativamente as entregas da Jordânia diretamente em Gaza, agora devem ser implementadas completa e rapidamente,” comunicou Adrienne Watson, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.


Ajuda humanitária é lançada pelo ar sobre Gaza (Foto:Reprodução/REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa/CNN)

Resposta de Israel

Assim, o gabinete de guerra de Israel rapidamente afirmou a autorização de “medidas imediatas para aumentar a ajuda humanitária à população civil da Faixa de Gaza” que deverão evitar uma crise humanitária sem comprometer a missão de “alcançar os objetivos da guerra“.

No entanto, ainda serão avaliadas as ações imediatas de Israel nos próximos dias, e os Estados Unidos poderão de forma correspondente mudar sua política internacional com relação à Gaza.

Estamos preparados para trabalhar em plena coordenação com o Governo de Israel, os Governos da Jordânia e do Egito, as Nações Unidas e as organizações humanitárias, para garantir que essas importantes medidas sejam implementadas e resultem em um aumento significativo da assistência humanitária que chegue a civis em extrema necessidade em toda Gaza nos próximos dias e semanas,” adicionou Watson.

Ajuda Humanitária

Desde o início do conflito, Israel tem tido problemas com as organizações de ajuda humanitária atuantes na Faixa de Gaza, o que tem criado tensões. De forma mais significativa, Israel manteve bombardeios na cidade de Rafah, que atuava como o principal ponto de escape para o Egito para civis que buscavam se refugiar.

Como ponto ainda mais recente, vale apontar o caso desta terça-feira (2), em que Netanyahu confirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) mataram sete agentes humanitários da World Central Kitchen (WCK) que estavam em carros blindados e sinalizados como pertencentes da organização.

Agora, os novos pontos de entrada para ajuda humanitária serão o porto de Asdod (35 km de Gaza), e a passagem de Erez (norte do território palestino). Durante os próximos dias, os Estados Unidos devem averiguar se as medidas para a evacuação de civis é satisfatória, ou requer mais alterações.

Joe Biden configura mortes de trabalhadores de ONG em Gaza como “inaceitáveis”

Nesta quinta-feira (4), um comunicado emitido pela Casa Branca revelou detalhes da conversa do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A ligação telefônica entre os líderes ocorreu após a tragédia envolvendo sete funcionários da ONG World Central Kitchen.

No relato compartilhado pelo representante Antony Blinken, Biden classifica as mortes como “inaceitáveis”. Além disso, o presidente exige que Israel tome medidas mais concretas de proteção, tanto para os cidadãos resididos em Gaza, quanto aos voluntários que permanecessem no local para auxiliar nas ajudas humanitárias.

Joe ainda teria reforçado a ideia do cessar-fogo entre o conflito Israel e Palestina – o qual vem defendendo em seus discursos nos últimos meses, assim como outros países.

Posicionamento dos EUA acerca de Israel pode mudar

Ainda segundo o comunicado da Casa Branca, Joe Biden foi firme ao relatar que, se as melhorias acerca das condições de segurança destas pessoas não forem providenciadas, o posicionamento dos Estados Unidos de continuar apoiando o governo israelense pode sofrer alterações.

O ataque horrível dessa semana aos agentes humanitários da World Central Kitchen não foi o primeiro do tipo, mas tem que ser o último. Se não virmos Israel fazendo as mudanças que devem ser feitas, nós mudaremos a nossa política com eles.

Antony Blinken

Entretanto, não foi dito ao certo quais ações políticas o país de fato pretende tomar em relação ao acontecido. No momento, eles esperam apenas uma atualização acerca das atitudes do governo de Israel.

O que aconteceu com os funcionários da ONG na Faixa de Gaza


Comunicado da World Central Kitchen sobre as vítimas do ataque ocorrido na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Instagram/@wckitchen/@chefjoseandres)

Na última segunda-feira (1), um veículo que transportava funcionários da ONG World Central Kitchen (WCK) foi atingido por um ataque aéreo comandado pelo exército israelense. Segundo os responsáveis gerais pela ONG, o transporte já havia passado por uma identificação previamente na região de Gaza.

Ao todo, foram sete mortes confirmadas – três britânicos, uma australiana, um estadunidense e canadense, um polonês e um palestino. A WCK foi fundada pelo chef de cozinha espanhol José Andrés.

Nos últimos meses, a ONG vem traçando uma longa jornada de fornecimento de recursos alimentícios para cidadãos que vivem em situações precárias nos arredores da Faixa de Gaza.

 Estados Unidos apresentam proposta de “cessar-fogo imediato” para a guerra entre Israel e Palestina

Nesta quinta-feira (21), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, confirmou que os Estados Unidos solicitaram um pedido ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para um “cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza. 

Em viagem a Arábia Saudita, Blinken disse que há possibilidade de paralisação dos bombardeamentos em Gaza caso o Hamas concorde em liberar reféns que estão sob poder do grupo terrorista desde os ataques que deram início a guerra, no último dia 7 de outubro. 

“Acabamos de apresentar uma resolução perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que apela a um cessar-fogo imediato ligado à libertação de reféns. Claro, apoiamos Israel e o seu direito de se defender, de garantir que o 7 de outubro nunca mais aconteça. Mas, ao mesmo tempo, é imperativo que nos concentremos nos civis que estão em perigo e que sofrem tão terrivelmente”, declarou Blinken em viagem a Arábia Saudita. 


Antony Blinken em encontro em Jeddah, na Arábia Saudita, discute sobre a tentativa de cessar-fogo na Faixa de Gaza. (Foto: Reprodução/Evelyn Hockstein/AFP)

Mudança de tom em relação a postura de Israel 

Com a oficialização do pedido dos Estados Unidos por um cessar-fogo em Gaza ao Conselho de Segurança da ONU, esta será a primeira vez, desde o início da guerra, que o presidente americano, Joe Biden,  solicitará a interrupção dos bombardeamentos vindos de Israel em direção ao território palestino.

Nas últimas semanas, Biden vem mudando o tom em relação à postura de Israel no conflito, isso porque, a escalada do número de mortes de civis palestinos vem afetando, inclusive, a reputação do presidente americano, que concorrerá à reeleição ainda neste ano. 

No início de março, durante uma entrevista, Joe Biden criticou a postura do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em relação aos ataques de Israel diante dos civis da Faixa de Gaza. “Ele tem o direito de defender Israel, o direito de continuar perseguindo o Hamas, mas ele precisa prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas”, enfatizou o presidente americano. 

Exército israelense estuda para atacar Rafah

Há semanas, as tropas de Israel vêm se preparando para atacar o território de Rafah, situado no sul da Faixa de Gaza, cidade localizada na fronteira do Egito. No entanto, a ação que vem sendo orquestrada pelo exército israelense não tem apoio internacional, isso porque, Rafah possui cerca de 1 milhão de civis palestinos que se deslocaram até a cidade em busca de abrigo. 

Nesta terça-feira (19), Netanyahu rejeitou o pedido de Biden para cancelar os planos de um ataque terrestre em Rafah. O primeiro-ministro israelense deixou claro que está determinado em concluir a extinção do Hamas em toda região.

Benjamin Netanyahu apresenta plano oficial para Gaza após fim de guerra entre Israel e Hamas 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou, nesta quinta-feira (23), para os membros do gabinete de segurança de Israel, um plano pós-guerra em Gaza. Segundo a Reuters, que teve acesso ao documento, o ministro revelou que deseja manter o controle do território palestino desde Cisjordânia a Gaza.

A proposta aborda também o fechamento da fronteira sul com o Egito, desmilitarização do território e revisão dos sistemas educativos de Gaza.  

Planos para Gaza 

O documento é uma base para preparação de futuras negociações sobre o futuro dos palestinos. A médio prazo, o primeiro-ministro pretende dar fim a radicalização política, mas não detalha como e nem quando será feito. A longo prazo, Netanyahu rejeita a ideia de um Estado palestino, dizendo que pode ser feito um acordo com negociações diretas de ambos os lados.

Para se livrar do domínio de Hamas em Gaza, Netanyahu propõe trabalhar com comitês locais que não sejam ligados a Hamas nem financiado por eles. 


O território palestino foi reduzido para 15%, numa disputa territorial que já dura mais de 70 anos (mapa: reprodução/ Blog Dmasd/ Jornal do Campus)

O líder do governo também sugere que Israel integre na fronteira Gaza e Egito, bem como uma cooperação com Egito e Estados Unidos na tentativa de impedir a prática de contrabando, inclusive na cidade de Rafah. 

O documento reflete um amplo consenso público sobre os objetivos da guerra e sobre a substituição do domínio do Hamas em Gaza por uma alternativa civil”, disse um comunicado do gabinete de Benjamin. 

Desejo do povo palestino 

O porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, Nabil Abu Rudeineh, disse, em entrevista, à Reuters que o plano do primeiro-ministro está “fadado ao fracasso”, logo como qualquer plano que tenha o objetivo de mudar como a cidade e população vive em Gaza.

Para Nabil, se o mundo está interessado na segurança da região, deve reconhecer um Estado palestino e incluir Jerusalém como capital. 

Netanyahu rejeita solução de dois Estados após guerra em Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quinta-feira (18) que rejeita a criação de um Estado Palestino em qualquer cenário pós-guerra, enfatizando a necessidade de controle total de Israel sobre a Faixa de Gaza para garantir a segurança. A declaração ocorre em meio a crescentes tensões regionais e após países árabes discutirem com os Estados Unidos uma iniciativa para encerrar o conflito, condicionada à solução de dois Estados, proposta também apoiada pelos EUA, mas rejeitada, de forma contundente, por Israel.



Desacordos com os Estados Unidos 

Durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18). Netanyahu afirmou: “Em qualquer acordo futuro, Israel precisa controlar a segurança de todo o território a oeste do Jordão. Isto colide com a ideia de soberania. O primeiro-ministro precisa ser capaz de dizer não aos seus amigos”, referindo-se aos Estados Unidos.

A vitória, segundo o líder israelense, exigirá mais tempo, mas ele reiterou a determinação em alcançá-la. Netanyahu destacou objetivos, incluindo o retorno de reféns, a eliminação do Hamas e a garantia de que Gaza não representa mais uma ameaça para Israel.

A declaração de Netanyahu representa uma rejeição clara à posição oficial dos Estados Unidos, que busca um acordo que inclua a criação de um Estado palestino. O Departamento de Estado norte-americano respondeu, afirmando que não há solução duradoura e reconstrução viável para Gaza sem o estabelecimento de um Estado palestino.

Recentes ataques 

Essas tensões ocorrem em um momento crítico no Oriente Médio, com preocupações sobre a possível escalada do conflito. Os recentes ataques dos EUA a posições dos rebeldes houthis no Iêmen adicionam mais complexidade à região, intensificando os receios de uma disseminação ainda maior das hostilidades.

A situação permanece fluida, com desdobramentos iminentes nas próximas semanas, à medida que as propostas e reações moldam o cenário geopolítico delicado da região.