Furacão Beryl vira tempestade tropical após perder força

Nesta segunda-feira (8), o Furacão Beryl avançou mais profundamente pelo Texas, onde tocou o solo, causando inundações e danos. Aos poucos, perdeu a força e se tansformou em uma tempestade característica da região dos trópicos.

Chegada do Beryl no Texas

No condado de Harris, onde fica cidade de Houston, uma árvore caiu sobre uma casa. Um homem de 53 anos morreu. Uma outra residência também foi atingida por uma árvore, matando uma mulher de 74 anos. O xerife Ed González foi quem deu as informações.


Furacão Beryl no centro de Huston, no Texas (Reprodução/x/@mundonoticiasgl)


Imagens de vários danos, estradas inundadas e árvores caídas sobre veículos foram compartilhados em fotos pela autoridades de Houston na rede social X. O NHC (Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos) havia alertado sobre riscos de marés de tempestade que colocariam vidas em risco, rajadas de vento, inundações e chuvas que ainda pairavam sobre o leste do Texas. Também foram emitidos alertas de tornado para áreas do Texas, Arkansas e Louisiana.


Rastro do Beryl em Houston, no Texas (Reprodução/x/@mundonoticiasgl)


A previsão é de que Beryl continue enfraquecendo e se torne um ciclone pós-tropical na terça-feira. Com uma velocidade de 20 km/h, é provável que sua trajetória siga para o leste do Texas. Na sequência, deverá avançar pelo Vale do Mississippi rumo ao Vale de Ohio na terça e quarta-feira.

O que as mudanças climáticas nos reservam

As mudanças climáticas que provocaram o aumento da temperatura dos mares favorecem e aumentam a probabilidade essas tempestades, de acordo com os cientistas. Beryl, que foi o primeiro furacão da temporada do Atlântico (no período de junho ao fim de novembro), deixou os especialistas impressionados com a precocidade e intensidade alcançadas.

Após deixar rastro de destruição, furacão Beryl chega a Jamaica

O Furacão Beryl chega à Jamaica na tarde desta quarta-feira (3) após passagem pelo Caribe. No início da manhã, o olho do Beryl já estava a cerca de 300 km da capital Kingston.O furacão chega ao país com mais força do que foi previsto inicialmente, estando na categoria 5 com ventos de mais de 240 km/h. A tempestade é a primeira a atingir essa força em um mês de junho, o que é atípico para a época, já que a temporada de furacões acontece entre julho e setembro.

O fenômeno preocupa autoridades por ter causado problemas em outros países. Ele já deixou sete mortos, sendo um em São Vicente e Granadinas, três na Venezuela e três em Granada. Na Venezuela, quatro pessoas estão desaparecidas .O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC na sigla em inglês) classificou Beryl como “extremamente perigoso”. Ele subiu rapidamente de categoria saindo da categoria 1 para 4 em apenas dez horas. O fenômeno começou como uma tempestade tropical, mas virou um furacão no último final de semana.

Era previsto que o furacão perdesse a força na tarde terça (2), mas não foi o que aconteceu. A sua força e imprevisibilidade têm assustado os meteorologistas. O furacão é previsto para aumentar as marés da Jamaica de 1,8 até 2,7 metros acima do normal e causar chuvas com totais isolados de até 300 milímetros.

O estrago de Beryl

Nas redes sociais, o primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, orientou a população a se abastecer com alimentos, baterias, velas e água. Ele também pediu que os jamaicanos protegessem documentos importantes e que removessem árvores ou objetos que possam colocar em perigo as propriedades.

Em Granada, o Furacão Beryl passou com categoria máxima e deixou o governo sem contato com as ilhas Carriacou e Petite. “Em meia hora, Carriacou foi devastada”, disse o primeiro-ministro Dickson Mitchell. Ele comparou a situação como sendo semelhante ao Armagedom. Além disso, há estradas intransitáveis devido a quedas nas linhas de energia e à destruição de postos de combustíveis.

Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro expressou suas condolências às famílias mortas pelo furacão. “Que eles descansem em paz. Ordenei total apoio às famílias”, disse Maduro. Três pessoas morreram e quatro estão desaparecidas. Oito mil casas foram afetadas, sendo que 400 delas foram “perda total”, segundo o presidente.


Projeção feita pelo NHC sobre o caminho do Beryl (Reprodução/NHC)

O maior rastro de destruição do furacão foi deixado em uma das ilhas de São Vincente e Granadinas. Nessa ilha, 90% das casas foram destruídas ou severamente danificadas, de acordo com o primeiro-ministro Ralph Gonçalves, além de deixar um morto e moradores desaparecidos.

O impacto do aquecimento global

O período de furacões na região da América Central e Caribe é entre junho e novembro, mas a chamada temporada de furacões só ocorre entre julho e setembro. Os especialistas acreditam que o Beryl tenha atingido essa intensidade antes da hora devido ao fato da água da região estar 3°C acima da média. Isso ocorre por causa do aquecimento global.

Em maio, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) informou que os furacões este ano seriam extraordinários, podendo ter até sete tempestades acima da categoria 3. O NHC disse que uma tempestade tão poderosa no início da temporada como o Beryl é extremamente raro.