Após deixar rastro de destruição, furacão Beryl chega a Jamaica

Nicole Mendes Por Nicole Mendes
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Furacão Beryl causa estragos no Caribe (Reprodução/AP/Ricardo Mazalán)

O Furacão Beryl chega à Jamaica na tarde desta quarta-feira (3) após passagem pelo Caribe. No início da manhã, o olho do Beryl já estava a cerca de 300 km da capital Kingston.O furacão chega ao país com mais força do que foi previsto inicialmente, estando na categoria 5 com ventos de mais de 240 km/h. A tempestade é a primeira a atingir essa força em um mês de junho, o que é atípico para a época, já que a temporada de furacões acontece entre julho e setembro.

O fenômeno preocupa autoridades por ter causado problemas em outros países. Ele já deixou sete mortos, sendo um em São Vicente e Granadinas, três na Venezuela e três em Granada. Na Venezuela, quatro pessoas estão desaparecidas .O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC na sigla em inglês) classificou Beryl como “extremamente perigoso”. Ele subiu rapidamente de categoria saindo da categoria 1 para 4 em apenas dez horas. O fenômeno começou como uma tempestade tropical, mas virou um furacão no último final de semana.

Era previsto que o furacão perdesse a força na tarde terça (2), mas não foi o que aconteceu. A sua força e imprevisibilidade têm assustado os meteorologistas. O furacão é previsto para aumentar as marés da Jamaica de 1,8 até 2,7 metros acima do normal e causar chuvas com totais isolados de até 300 milímetros.

O estrago de Beryl

Nas redes sociais, o primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, orientou a população a se abastecer com alimentos, baterias, velas e água. Ele também pediu que os jamaicanos protegessem documentos importantes e que removessem árvores ou objetos que possam colocar em perigo as propriedades.

Em Granada, o Furacão Beryl passou com categoria máxima e deixou o governo sem contato com as ilhas Carriacou e Petite. “Em meia hora, Carriacou foi devastada”, disse o primeiro-ministro Dickson Mitchell. Ele comparou a situação como sendo semelhante ao Armagedom. Além disso, há estradas intransitáveis devido a quedas nas linhas de energia e à destruição de postos de combustíveis.

Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro expressou suas condolências às famílias mortas pelo furacão. “Que eles descansem em paz. Ordenei total apoio às famílias”, disse Maduro. Três pessoas morreram e quatro estão desaparecidas. Oito mil casas foram afetadas, sendo que 400 delas foram “perda total”, segundo o presidente.


Projeção feita pelo NHC sobre o caminho do Beryl (Reprodução/NHC)

O maior rastro de destruição do furacão foi deixado em uma das ilhas de São Vincente e Granadinas. Nessa ilha, 90% das casas foram destruídas ou severamente danificadas, de acordo com o primeiro-ministro Ralph Gonçalves, além de deixar um morto e moradores desaparecidos.

O impacto do aquecimento global

O período de furacões na região da América Central e Caribe é entre junho e novembro, mas a chamada temporada de furacões só ocorre entre julho e setembro. Os especialistas acreditam que o Beryl tenha atingido essa intensidade antes da hora devido ao fato da água da região estar 3°C acima da média. Isso ocorre por causa do aquecimento global.

Em maio, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) informou que os furacões este ano seriam extraordinários, podendo ter até sete tempestades acima da categoria 3. O NHC disse que uma tempestade tão poderosa no início da temporada como o Beryl é extremamente raro.

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