Biden chega à França para comemorações do Dia D

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarca em Paris nesta quarta (5) para cumprir compromissos nas cerimônias de celebração dos 80 anos do Dia D, data que marca o desembarque dos Aliados na Normandia. A visita de Biden tem propósitos além das celebrações, nessa viagem o presidente quer reforçar laços com os países europeus diante da ameaça de seu rival à presidência Donald Trump. O presidente da Rússia Vladimir Putin não foi convidado para a celebração apesar de a União Soviética ter lutado ao lado dos Aliados.

Biden, que fará um discurso durante as celebrações, planeja contrastar a sua visão de democracia com a de Trump. Além disso, realizará uma reunião formal com o presidente francês Emmanuel Macron e se juntará a outros líderes europeus para fazer uma manifestação em conjunto em apoio à Ucrânia.

As Tensões

A estadia de Biden na França está marcada por algumas tensões. Dentre elas, a ausência de Putin se destaca visto que a Rússia lutou contra o Regime Nazista na Segunda Guerra Mundial. Em contrapartida, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky estará na celebração e pretende discutir com Biden e Macron as necessidades de seu país na guerra. Rússia e Ucrânia travam uma disputa territorial desde 2022 com o segundo sendo apoiado pelos Estados Unidos e pelos países ocidentais.

Além disso, a presença de Sergio Mattarella, presidente da Itália, pode provocar desconforto com o líder estadunidense, já que a Itália, juntamente com a Hungria, tem mostrado apoio ao seu rival Trump. O secretário de segurança Nacional dos EUA Jake Sullivan revelou que Biden planeja fazer um discurso de alerta à política isolacionista promovida durante o governo Trump. O secretário acredita que em meio a uma crescente desordem na Europa, os “amantes da liberdade” precisam se unir em oposição a isso e aos ditadores.

O Dia D


Soldados dos Aliados chegando na Normandia no Dia D (Reprodução/ Getty Images embed)


O Dia D foi o dia em que cerca de 156 mil soldados do Reino Unido, França, Estados Unidos e Canadá invadiram a Normandia, na zona norte da França. Nessa época, os soldados nazistas, sob ordem de Adolf Hitler, dominavam parte da Europa ocidental, incluindo a França. Esse evento marcou uma reviravolta na Segunda Guerra Mundial levando ao seu fim 11 meses depois.

Na cerimônia deste ano, Macron planeja três dias de celebrações em que serão prestadas homenagens às vítimas francesas da ocupação nazista. O evento também irá contar com cerimônias nos cemitérios de guerra na costa da Normandia, um evento internacional na praia de Omaha e discursos de líderes dos países Aliados.

Presidente Biden defende Israel e rejeita acusações de genocídio em Gaza

Nesta segunda-feira (20), durante um evento do Mês da Herança Judaica Americana na Casa Branca, o presidente dos EUA, Joe Biden, fez uma firme defesa de Israel. Ele rejeitou as acusações de genocídio das forças israelenses contra o Hamas em Gaza.

O presidente dos EUA enfatizou que, desde o ataque do Hamas em 7 de outubro que resultou na morte de 1.200 pessoas e no sequestro de centenas, Israel tem sido a vítima. “O que está acontecendo em Gaza não é genocídio”, declarou Biden.

O líder americano reafirmou o compromisso dos EUA com a segurança israelense: “estamos ao lado de Israel para eliminar Yahya Sinwar e os outros membros do Hamas. Queremos o Hamas derrotado. Estamos trabalhando com Israel para que isso aconteça.”

Críticas de ativistas pró- palestinos 

O presidente dos EUA, Joe Biden, tem sido alvo de intensas críticas de ativistas pró- palestinos. Em eventos pelo país, manifestantes têm protestado contra seu apoio a Israel, rotulando-o como “Joe Genocida”.

A pressão política sobre Biden aumentou dentro de seu próprio partido, devido à maneira como ele lidou com o conflito entre Israel x Palestina. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, o número de mortos palestinos ultrapassou 35 mil, e o governo israelense criou  péssimas condições humanitárias no território.


Nuvem de fumaça sobre Khan Yunis de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, durante o bombardeio israelense em 8 de janeiro de 2024 (Reprodução/ Said KHATIB /Getty Images Embed)


Biden critica pedido de prisão contra Netanyahu

Além disso, o líder americano criticou a decisão do promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI) de solicitar mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seu chefe de Defesa por supostos crimes de guerra.

O promotor do TPI também anunciou a solicitação de mandados de prisão para o líder do Hamas, Yahya Sinwar, e outros dois dirigentes do grupo.

As negociações entre Israel e o Hamas estagnaram na tentativa de libertar reféns doentes, idosos e feridos ainda mantidos pelos militantes. No entanto, Biden assegurou que continuará buscando uma solução para esse impasse. O presidente também fez um apelo por um cessar-fogo imediato em Gaza.

Israel diz ter o armamento necessário para as missões que planeja realizar em Gaza

Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), disse em entrevista nesta quinta-feira (9), que os militares israelenses possuem as armas necessárias para realizarem as missões que estão planejando em Gaza. Hagari foi questionado sobre a prontidão dos soldados para uma batalha em Rafah após a declaração feita por Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, sobre a suspensão do envio de armas a Israel.

A decisão de Biden

Após a região de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza ter se tornado alvo de uma operação militar na terça-feira (7), Joe Biden decidiu suspender o envio de uma remessa de bombas para Israel. O presidente dos Estados Unidos teme que, com o envio das armas, haja uma ação em larga escala na cidade palestina. De acordo com os jornais norte americanos, a escolha de Biden ocorreu após Netanyahu, primeiro ministro de Israel, não responder “às preocupações” da capital estadunidense sobre a cidade que abriga 1,4 milhão de palestinos.

Escombros em Rafah (Foto: reprodução/Getty Images embed)


Em entrevista à CNN, Biden afirmou que deixou claro a Netanyahu e ao Gabinete de guerra que eles não terão o apoio dos Estados Unidos caso entrem nos centros populacionais da região de Gaza. “Civis têm sido mortos em Gaza em consequências dessas bombas“, disse o presidente. O secretário de defesa do estado norte-americano reforçou o recado a Israel em uma audiência no Senado.

Israel está pronto para ficar sozinho

Os gabinetes de guerra e segurança de Israel se reuniram na noite desta quinta-feira para discutir a posição de Joe Biden em interromper parte da ajuda militar que vêm fornecendo ao Estado, informa o CNN. Em entrevista, Hagari afirmou que o FDI tem as armas necessárias não só para as missões em Rafah, mas também para as demais que planejam. No entanto, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel salienta que ajuda militar fornecida a Israel pelos Estados Unidos tem sido sem precedentes durante a guerra.


Gabinete de Guerra de Israel se reúne após declaração de Joe Biden (Foto: reprodução/X/@IsraeliPM)


Benjamin Netanyahu, por sua vez, disse que Israel está pronto para ficar sozinho, se necessário, em resposta às críticas feita por Biden às ações do Estado em Rafah. “Já disse que, se precisarmos, lutaremos com lutas e dentes“, afirmou o primeiro ministro em uma mensagem ao povo israelense. Ele finaliza seu discurso relembrando a Guerra da Independência Estado e a vitória de Israel na época.

 

Atos pró-Palestina nos EUA preocupam campanha de Biden


Desde o dia 18 de abril, protestos pró-Palestina tomaram conta das universidades dos Estados Unidos. A partir daí, mais de 1500 pessoas foram presas em todo o país, segundo análise feita pela CNN.

Manifestações

Os manifestantes estavam acampados em meio às suas universidades e suas exigências eram variáveis de campus a campus, porém tinham como objetivo conjunto a desvinculação das universidades com empresas que têm laços financeiros com Israel mesmo em meio a guerra com Hamas.

Na universidade de Columbia, por exemplo, os alunos exigiam que a universidade não só cortasse os laços, mas também se comprometesse a parar de fazer negócios com empresas que apoiam a guerra.


Protestos pró-Palestina terminam em confronto nos EUA (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Prisões

Na Universidade da Califórnia em Los Angeles, havia um acampamento montado por um grupo pró-Palestina e outro grupo apoiantes de Israel que avançou contra a multidão, derrubou as barricadas e atiraram fogos de artifício em direção aos manifestantes, com a chegada da polícia foram usados sprays de pimenta e detenções em massa para repreender a multidão.

Segundo a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, a polícia foi solicitada para apoio depois do confronto entre os manifestantes. Nessa ação, os policiais retiraram estudantes que haviam invadido a universidade e prenderam cerca de 300 manifestantes.

Essas detenções aconteceram em cerca de 30 campus distintos em 23 estado. O rol de detidos incluía estudantes e professores, os quais alguns ficaram feridos durante a ação policial.


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Biden comenta protestos nas universidades (Vídeo: reprodução/Youtube/Band Jornalismo)

Biden

Esses crescentes protestos nas universidades causam um aumento de repressões policiais que tendem a ser violentas, o que leva a uma chuva de críticas ao presidente Biden e sua postura política em relação a Israel.

Assessores de Biden descartam a ideia de que a onda de protestos ou seus apoiadores possam ocasionar a perda da Casa Branca na eleição presidencial que ocorrerá em novembro. Eles ainda declaram que o número de participantes aptos a votar é pequeno comparado a 41 milhões de eleitores da “Geração Z”.


https://www.youtube.com/watch?v=m3e_rvHGejw&ab_channel=BandJornalismo
Campanha de Biden em risco (Vídeo: reprodução/Youtube/Band Jornalismo)

Entretanto, com a postura do presidente frente aos protestos pró-Palestina, os democratas alertam que jovens eleitores, que já não gostam de Joe Biden, podem mudar de voto por conta de Israel.

A pesquisa de campanha do candidato, todavia, mostra que a maioria dos eleitores de 2024 – incluindo os jovens – tendem a escolher um presidente baseado em questões como economia, e não guerras.

Apesar de alguns dados favorecerem e desfavorecer Biden ou Trump, os percentuais refletem uma juventude que apoia Joe acima de Donald, mas que, em contrapartida, não apoia ajuda a Israel.



TikTok sob ameaça nos EUA: Biden assina lei que pode resultar em proibição nacional

Nesta quarta-feira (24), o presidente Joe Biden promulgou um projeto de lei que coloca em risco a operação do TikTok nos Estados Unidos, potencialmente levando a uma proibição nacional do aplicativo. O projeto foi aprovado pelo Congresso como parte de uma ampla legislação de ajuda externa direcionada a Israel e Ucrânia, passando pela Câmara no sábado (20) e pelo Senado na terça (23).

Essa legislação representa a ameaça mais significativa ao TikTok desde que as autoridades dos EUA começaram a expressar preocupações sobre o aplicativo em 2020. Segundo a nova lei, o TikTok precisa encontrar um novo comprador em poucos meses ou enfrentar a proibição total nos EUA.

O projeto de lei

A controladora chinesa do TikTok, ByteDance, tem 270 dias a partir da assinatura do projeto de lei por Biden para vender o aplicativo. O não cumprimento resultaria na remoção do TikTok das lojas de aplicativos e dos serviços de hospedagem na internet nos EUA, acarretando sérias consequências.


A partir da assinatura do projeto de lei por Biden, a ByteDance, controladora chinesa do TikTok, tem 270 dias para vender o aplicativo (Foto: reprodução/Freepik/NurPhoto)

Isso implicaria em impedir novos downloads e interações com o conteúdo do TikTok. O prazo final para a venda, estabelecido pela assinatura do projeto por Biden, é 19 de janeiro de 2025, com a possibilidade de uma extensão de 90 dias se houver progresso significativo rumo à venda.

O TikTok está considerando ações legais contra essa lei. Em um vídeo postado na plataforma, o CEO Shou Chew tranquilizou os usuários, afirmando que a empresa continuará lutando pelos direitos nos tribunais, confiante de que prevalecerá.

Inconstitucionalidade na lei que proíbe o TikTok

A lei foi denunciada como inconstitucional por um porta-voz do TikTok, que afirmou que prejudicaria os 170 milhões de usuários e 7 milhões de empresas nos EUA que utilizam a plataforma. Um projeto de lei semelhante, aprovado pela Câmara em março, estava estagnado no Senado até que os republicanos o anexassem ao pacote de ajuda externa, acelerando sua tramitação.

A incerteza permanece sobre o futuro do TikTok nos EUA, mas os usuários podem continuar usando o aplicativo por enquanto. No entanto, é possível que haja mais manifestações de criadores e da própria empresa contra essa legislação. O TikTok prometeu contestar a lei nos tribunais caso Biden a assinasse.

Homem ateia fogo em si mesmo após julgamento de Donald Trump

Nesta sexta-feira (19), um homem ateou fogo em si mesmo no Collect Pond Park em Nova York, em frente ao tribunal Lower Manhattan onde Donald Trump está sendo julgado.

Segundo informações do The New York Times, o homem estava em uma área para apoiadores do ex-presidente, no parque em frente ao tribunal, quando jogou um líquido inflamável em seu corpo e colocou fogo, o corpo de bombeiros de Nova York informou que ele foi encaminhado para Centro Médico Presbiteriano New-York/Weill Cornell, segue em estado crítico e com poucas chances de sobreviver.

Como ocorreu


Max Azzarello protesta em frente ao tribunal ” Trump está com Biden e eles estão prestes a nos dar um golpe fascista” (Foto: reprodução/David Dee Delgado/Getty Images)


Segundo testemunhas, o homem identificado como Max Azzarello, de 37 anos, jogou panfletos defendendo teorias de conspiração antigovernamentais no ar, antes de se incendiar. As pessoas tentaram correr até ele e apagar o fogo, mas a intensidade das chamas era alta.

O incidente ocorreu imediatamente após a conclusão da seleção do júri para o julgamento de Trump, que permitirá que promotores e advogados de defesa apresentem suas declarações iniciais na próxima semana. O júri é composto por duas pessoas.

Azzarello mantinha um site onde transformava os mesmos cartazes negacionistas em posts, apresentando um longo histórico de teorias da conspiração, prisões e também internações em clínicas psiquiátricas. A apuração foi feita pelo The New York Times.

O julgamento

Donald Trump está sendo acusado por esconder pagamentos feito à atriz pornô Stormy Daniels com dinheiro público, para esconder a história de uma ligação sexual com a mulher em 2006. Na época ele alegou que teriam sido “gastos com campanha”, já que estava concorrendo à presidência dos Estados Unidos e no auge de sua campanha. Ele é o primeiro ex-presidente do país a ser julgado criminalmente.

Apoiadores de Trump têm se manifestado em frente ao tribunal desde a segunda-feira (15), quando o julgamento iniciou. O número de pessoas ocupando o espaço vem diminuindo com o passar dos dias.

Se for condenado, Trump enfrentará uma pena de prisão de quatro anos ou menos, ou poderá receber liberdade condicional.

Biden e Trump garantem indicações partidárias para disputa presidencial dos EUA

Joe Biden e Donald Trump garantiram suas indicações partidárias nesta terça-feira (12) para concorrer às eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos. Com essa confirmação, os dois líderes políticos reeditarão a acirrada disputa pela Casa Branca, que marcou a eleição de 2020.

Nas prévias realizadas nos estados da Georgia, Mississippi e das Ilhas Marianas do Norte, Biden emergiu vitorioso, dissipando preocupações sobre sua liderança dentro do Partido Democrata. Com as vitórias, o atual presidente consolidou sua posição, alcançando o número necessário de delegados para sua indicação.

Enquanto isso, Trump triunfou nos estados da Georgia e Mississippi, além de Washington, acumulando delegados suficientes para representar o Partido Republicano. Sua vitória solidificou seu apoio dentro do partido, ultrapassando a margem necessária para a indicação.

Revanchismo eleitoral

A próxima eleição presidencial nos Estados Unidos promete uma revanche entre Biden e Trump, dois presidentes com baixa popularidade entre os eleitores. Esta será a primeira vez desde 1912 que dois ex-presidentes dos EUA se enfrentarão em uma eleição.

Enquanto Trump se prepara para a corrida, enfrenta múltiplos processos criminais, incluindo casos relacionados ao manuseio de documentos classificados e tentativas de reverter os resultados das eleições de 2020.

Biden busca por apoio


Se reeleito, Biden se tornará o presidente mais velho dos EUA (Foto: reprodução/Instagram/@joebiden)

Por sua vez, Biden, aos 81 anos, procura demonstrar sua capacidade física e mental para assumir o cargo mais importante do mundo. Além disso, ele enfrenta desentendimentos dentro de seu próprio partido, especialmente em relação à política externa, como demonstrado pelos protestos em Michigan.

Enquanto Trump se aproxima da marca necessária para garantir a indicação do Partido Republicano, sua campanha continua avançando, com vitórias em estados-chave. Embora não haja certeza sobre a conquista da marca, a campanha de Donald Trump não planeja uma grande celebração, optando por uma abordagem mais cautelosa neste momento.

Ucrânia vai preparar nova contraofensiva, segundo Zelensky

Neste sábado (24) ocorrerá o aniversário de dois anos da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, e às vésperas, o conflito parece prestes a se intensificar. Em entrevista, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirma que uma nova contraofensiva está sendo preparada para cumprir os objetivos não alcançados em outras missões.

É claro que prepararemos uma nova contraofensiva, uma nova operação”, disse Zelensky em comentário publicado na quinta-feira (22). Ele ainda adicionou que o campo de batalha ao Leste “não é um impasse”, mas que a situação é simplesmente “muito complicada“, e que, até o momento, o “único sucesso” de Putin nos últimos nove meses foi a tomada da cidade de Avdiivka.

Atualmente, a Rússia detém 18% do território ucraniano, e tem planos de continuar a investida militar ao menos até chegar em Luhansk e Donetsk, que é seu objetivo declarado. No entanto, múltiplos especialistas políticos duvidam que o líder russo se limite na expansão territorial caso chegue a esse ponto.


Joe Biden anunciou 500 novas sanções à Rússia nesta sexta-feira (Foto: reprodução/BBC News)

Guerra injusta

Para justificar o caminho que o conflito tem seguido, Zelensky apontou a diferença no armamento das duas forças armadas. Segundo o presidente ucraniano, boa parte da sua desvantagem na guerra é explicada pelo fato de que a artilharia russa tem um alcance de cerca de 40 quilômetros, enquanto que a artilharia ucraniana só possui metade desse alcance. A Rússia pode atacar sem ser arriscar suas tropas.

É uma espécie de guerra injusta,” argumentou Zelensky. Por isso, a Ucrânia reforça a necessidade que o país tem de armas de longo alcance, que vem requisitando de seus aliados há meses. Porém, o suporte americano ainda está travado em debates no Congresso no momento, por conta de disputas partidárias e mudança de foco com a aproximação das eleições estadunidenses de 2024.

Aliados e inimigos

Com o passar da guerra, a fronteira do conflito sofreu várias alterações por questões geopolíticas. Os produtos da agricultura ucraniana causaram crises de concorrência em algumas partes da Europa, levando países como a Polônia, antes um forte aliado, a se distanciar e retrair o apoio antes dado.

Em contrapartida, embora os Estados Unidos estejam com dificuldades para oferecer maior suporte, o país ainda está se posicionando firmemente contra a Rússia. Nesta sexta (23), o presidente Joe Biden invocou mais 500 sanções econômicas para forçar o líder russo Vladimir Putin a pagar um preço “ainda mais alto” por suas ações recentes.

O conflito iniciado em 2022, longe de representar apenas os interesses de um país invadido, leva em conta que a Ucrânia é uma das poucas barreiras entre a Rússia e o resto da Europa no Ocidente. E ao que tudo indica, embora as forças ucranianas já estejam fatigadas, a guerra ainda deve continuar.

Biden antecipa fala sobre Trump ser o candidato republicano de 2024

Com as desistências de Vivek Ramaswamy no dia 15 e de Ron DeSantis no dia 21, grande parte dos Republicanos que poderia ter vencido as votações primárias do partido parecem já ter admitido o resultado: provavelmente, Donald Trump concorrerá novamente como o candidato Republicano nas eleições para a presidência dos Estados Unidos.

Agora está claro que Donald Trump será o candidato republicano. E a minha mensagem ao país é que o que está em jogo não poderia ser maior. A nossa democracia,” já afirmou Joe Biden, atual presidente americano que venceu de Trump nas eleições de 2020. “As nossas liberdades pessoais – desde o direito de escolha ao direito de voto. A nossa economia — que registrou a recuperação mais forte do mundo desde a Covid. Tudo está em jogo.

Até o momento, a única candidata republicana que ainda não desistiu da nominação é Nikki Haley, que no entanto possui uma quantia muito menor de suporte, estando cerca de 37 pontos atrás do ex-presidente republicano, de acordo com estimativas do site FiveThirtyEight.


Joe Biden faz campanha em Carolina do Norte (Foto: reprodução/Nathan Howard/Reuters)


Votações primárias

Nos Estados Unidos, antes das eleições de fato, os próprios partidos realizam as suas próprias votações para decidir qual será o candidato nominado para concorrer na arena eleitoral. Devido ao sistema de dois partidos prevalente no país, as nominações Democratas e Republicanas devem também corresponder aos finalistas da eleição em geral, que este ano provavelmente serão Joe Biden e Donald Trump.

Caso esse seja o resultado, em 2024 os americanos terão uma eleição com os mesmos candidatos de 2020. Atualmente, Biden se encontra prejudicado por causa dos problemas que ocorreram enquanto esteve no cargo, como a guerra entre Israel e Hamas, mas o democrata é longe de ser o único com complicações em termos de candidatos para as votações primárias.

Entre as várias controvérsias do ex-presidente, as mais relevantes são as de que, primeiramente, Trump é o único presidente na história dos Estados Unidos a sofrer duas vezes o Impeachment, e em segundo lugar, a legislação estadunidense pode enquadrar seu status como inelegível devido as suas ações durante a invasão ao Capitólio. Este segundo ponto, no entanto, é uma longe possibilidade, considerando que a Suprema Corte americana se encontra crescentemente conservadora.

Biden e Trump

Ao que tudo indica, Donald Trump deve permanecer como a escolha certeira dos votos republicanos desde 2016, quando foi eleito presidente. Na verdade, é com o que a campanha de Joe Biden está contando.

Juntos derrotaremos Donald Trump. Novamente,” já anunciou Joe Biden em camisas de sua campanha com slogan direcionado.

Nikki Haley, a outra candidata republicana, é considerada mais moderada e poderia ter mais chances contra Joe Biden, de acordo com pesquisas eleitorais. Mas com Donald Trump praticamente confirmado para a nominação, a aversão ao candidato mais radical deve ser um forte ponto na campanha do atual presidente.

Joe Biden tem sua voz usada artificialmente para incitar não-voto

A corrida presidencial nos Estados Unidos deu-se início há algumas semanas atrás com a votação para definir quem representará cada um dos partidos na disputa oficial pela presidência do país norte-americano. Com o prévio vencimento de Donald Trump em Iowa para representar o partido republicano, agora a corrida se estende até o pitoresco estado de New Hampshire, onde ligações levantaram suspeitas das autoridades locais.

Falsos telefonemas 

Nesta segunda-feira (22), as autoridades do estado de New Hampshire comunicaram o início de investigações para averiguar telefonemas falsos que imitam a voz do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. As testemunhas alegam receber ligações onde uma voz similar a do chefe de estado estimula os eleitores a não votarem nas prévias que acontecem nesta terça-feira (23) em New Hampshire. 

Um comunicado por parte do gabinete de John Formella, procurador geral do estado, confirmou ter recebido algumas denúncias relacionadas às criminosas ligações que fazem uso da voz de Joe Biden. No domingo, a voz dizia que os votos dos eleitores “fariam diferença em novembro, não na terça”.

O comunicado ainda diz: “Embora a voz na chamada automática se pareça com a do presidente Biden, a mensagem parece ter sido produzida artificialmente, com base em informação preliminar”. Com isso, abre-se espaço para deduzir que o aparente objetivo seja tentar desmotivar o comparecimento dos simpatizantes de Joe Biden a votar nas primárias de New Hampshire.

Biden no cenário 

Julia Chávez Rodrigues, atual diretora de equipe de campanha do Biden, se pronunciou a respeito das chamadas falsas, denunciando-as e afirmando que não aceita a divulgação de desinformação para “amordaçar o voto e minar deliberadamente eleições livres e justas”.

Por desacordo em relação ao calendário eleitoral democrata, Biden ficou sem seu nome nas cédulas de terça-feira, entretanto, seus eleitores ainda poderão indicá-lo para a representação do partido escrevendo seu nome no formulário indicado no momento do voto.


Presidente dos Estados Unidos acenando aos eleitores (Foto: reprodução/Instagram/@joebiden)

Em meio aos acontecimentos citados, Joe Biden ainda deve ser anunciado como candidato presidencial do Partido Democrata, mesmo disputando a posição com Dean Phillips e a escritora Marianne Williamson.