Elon Musk é excluído de jantar da Casa Branca com líderes de big techs

O evento acontece nesta quinta-feira (04), na Casa Branca, e irá reunir as principais big techs dos Estados Unidos, entre elas o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, o cofundador da Microsoft, Bill Gates, Tim Cook, executivo da Apple, e Sam Altman, CEO da OpenAI.

O empresário sul-africano, dono do X e fundador da Tesla, ficou de fora da lista de convidados. A relação entre Trump e Musk ficou abalada após o empresário deixar o cargo de destaque que ocupava no governo de Trump.

Disputa de poder entre Trump e musk

A relação entre Donald Trump e Elon Musk começou como uma parceria estratégica. Musk investiu pesado na campanha do republicano e chegou a ocupar um cargo de destaque no governo, prometendo cortar gastos. O rompimento ocorreu quando Musk criticou duramente um pacote bilionário de despesas aprovado por Trump, chamando a medida de irresponsável e prejudicial ao déficit público. A crítica pública foi o estopim para o desgaste, com Trump reagindo de forma agressiva e tratando Musk como inimigo político.


Entenda o rompimento de Donald Trump e Elon Musk em detalhes (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O embate ganhou força nas redes sociais e se intensificou na esfera política. Musk passou a considerar a criação de um terceiro partido e fez acusações que atingiram diretamente a imagem de Trump, enquanto o ex-presidente revidava com ataques pessoais e ameaças de cortar contratos ligados às empresas do bilionário. O que antes era uma aliança de conveniência se transformou em uma disputa aberta por poder e influência.
O impacto do embate entre Donald Trump e Elon Musk no setor tecnológico

O impacto do embate entre Donald Trump e Elon Musk no setor tecnológico

O rompimento entre Donald Trump e Elon Musk provocou turbulência no setor tecnológico. A exclusão de Musk de eventos estratégicos evidencia a ruptura política e afeta diretamente suas empresas, incluindo Tesla e SpaceX. A tensão se refletiu na confiança dos investidores, contribuindo para a queda de 14% nas ações da Tesla em junho de 2025. Ao mesmo tempo, o movimento “Tesla Takedown” ganhou força, com protestos e boicotes que buscam desmoralizar a imagem pública de Musk e de suas empresas.

O conflito também impactou o Vale do Silício. Aliados de Musk foram pressionados a escolher um lado, criando divisões que ameaçam projetos em conjunto, especialmente em inteligência artificial e veículos elétricos. O efeito vai além das empresas diretamente envolvidas, atingindo a confiança do mercado e a colaboração no setor tecnológico americano.

Governo envia projeto para punir big techs por crimes online

O envio de um projeto de lei para regular as big techs e punir crimes cometidos nas redes sociais foi anunciado nesta terça-feira (12) pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, em Brasília. A proposta, que será encaminhada ao Congresso Nacional nos próximos dias, foi motivada pela denúncia do youtuber Felca sobre casos de exploração de crianças e adolescentes em plataformas digitais. O objetivo é responsabilizar empresas de tecnologia pela veiculação e estímulo de conteúdos criminosos, especialmente aqueles que afetam pessoas vulneráveis.

Segundo o ministro, as redes sociais não querem ser fiscalizadas, já que muitas lucram ao viabilizar crimes. Rui Costa destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende a regulamentação e a fiscalização dessas plataformas, citando que a saúde física e mental de crianças, adolescentes e mulheres vem sendo colocada em risco.

Repercussão no Congresso

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que pretende incluir na pauta desta semana projetos que reforcem a proteção de menores no ambiente digital. Um levantamento será feito para identificar propostas já em tramitação e priorizar as mais atualizadas. No entanto, líderes da oposição sinalizaram a possibilidade de obstruir a votação caso o texto apresente trechos considerados como censura à internet.

Contexto jurídico e decisão do STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no fim de junho, que redes sociais podem ser responsabilizadas por conteúdos ilícitos publicados por terceiros. A decisão estabelece que, em casos como anúncios pagos ou redes artificiais de distribuição, as empresas respondem mesmo sem notificação prévia. Elas só ficam isentas se comprovarem que removeram o conteúdo de forma diligente e em tempo razoável.


Vídeo onde o youtuber Felca expõe sua opinião sobre o assunto (Vídeo: reprodução/YouTube/Felca)


A denúncia de Felca, que expôs a atuação de pedófilos e a “adultização” de crianças, ampliou a pressão para que medidas mais rigorosas sejam adotadas. O caso também reacendeu o debate sobre a responsabilidade das big techs na moderação de conteúdos.

Senado pode votar nesta semana projeto de regulamentação do uso da Inteligência Artificial no Brasil

O senado deve votar nesta semana o projeto que regulamenta o uso da inteligência artificial no Brasil. A reunião da comissão temporária acontecerá nesta terça-feira (2) às 11h a fim de analisar o relatório do senador Eduardo Gomes (PL-TO). Caso o texto seja aprovado, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco deve levar o projeto à votação na próxima quinta-feira (5).

A princípio, os trabalhos deveriam ter sido concluídos até dezembro de 2023. Entretanto, foram adiados diversas vezes devido a impasses políticos, pressão das grandes empresas de tecnologia e as eleições municipais. Agora, um acordo entre o governo e o relator, que é de oposição, pode finalmente levar o projeto à votação. O interesse de diversos Estados na regulamentação também ajudou a destravar os debates.

A regulamentação do projeto é considerada de grande importância para o país visto que o Brasil pode receber nos próximos anos mais de R$400 bilhões em investimentos na instalação de centros de processamentos de dados, os chamados datacenters.

Entende-se também que a regulamentação da IA criaria maior segurança jurídica para que os investidores estrangeiros escolhessem o Brasil por conta do seu potencial de energia limpa e renovável.

Com a aprovação do texto, o Brasil vai poder aproveitar essa janela de investimentos independentemente da questão política porque tem estado que vai ser beneficiado, que é governado pela direita e outros que são de governadores de esquerda. Estamos falando de investimentos em estados como São Paulo, Espírito Santo, Ceará e Rio Grande do Sul”, afirmou o relator, o senador Eduardo Gomes (PL-TO)

Senador Eduardo Gomes (PL-TO) (Foto: reprodução/Senado Federal)

Modificações no texto

Haviam dois pontos principais que estavam travando o projeto. Críticos do projeto argumentavam que os custos excessivos poderiam limitar o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial em áreas de baixo impacto na vida humana. Além disso, os setores conservadores temiam que a responsabilização sobre o conteúdo pudesse restringir o direito à liberdade de expressão.

Com isso, o relator fez ajustes e apresentou o texto novamente na semana passada. Os ajustes realizados no texto pelo senador foram:

  • a retirada das regulações que aumentavam o custo da cadeia econômica de IA
  • determinou um foco das obrigações e medidas de governança para as tecnologias consideradas de alto risco, ou seja, aquelas que impactem a vida humana e direitos fundamentais como educação e segurança pública
  • concedeu tratamento diferente para micro e pequenas empresas e startups.

As mudanças fizeram com que as entidades como Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), antes contrárias, a apoiar a aprovação do projeto.

Além disso, Gomes dialogou com setores da oposição que avaliavam que poderia haver controle de conteúdo na parte referente à responsabilização das plataformas pelo conteúdo criado por inteligência artificial. O relator também afirmou que os produtores de IA terão o direito à liberdade de expressão garantida.

Direitos autorais

O projeto também prevê a regulamentação da remuneração de direitos autorais com o objetivo de proteger os produtores de conteúdo.

“Vai ter que aprovar uma lei que vai ser revisitada sempre porque inteligência artificial é um tema que você fala hoje com um especialista e em dois meses ele sabe menos”, disse o relator.

O projeto é considerado prioritário pelo governo e pelo Senado para encerrar ainda em 2024. Se aprovado no Senado, o texto ainda deverá passar pela Câmara.

Rússia multa Google em valor maior do que toda a riqueza do planeta

Um tribunal russo aplicou uma multa astronômica de US$ 20 decilhões ao Google, um valor estimado em cerca de 23 milhões de vezes maior que todo o dinheiro existente no mundo. A punição foi decretada após o banimento de canais ultranacionalistas em 2020, e ela reflete as tensões entre o governo russo e a gigante da tecnologia ocidental, especialmente após o início da Guerra na Ucrânia, quando a Rússia aumentou as sanções e restrições a empresas estrangeiras que considera hostis e que mantêm conteúdo crítico ao Kremlin ou em apoio à Ucrânia.

Sobre a multa colossal

O valor extraordinário da multa, que tem 32 zeros ao lado do “2,5”, é considerado impagável. Especialistas em economia e direito internacional apontam que não há recursos financeiros no mundo que se aproximem desse valor. Especialistas em direito internacional sugerem que o valor da multa foi definido como uma mensagem simbólica de poder. “É praticamente impossível que o Google pague algo tão absurdo” comentou Leandro Alvarenga, advogado e consultor de segurança digital. Segundo ele, a multa exorbitante serve mais como uma forma de retaliação, enquanto a falta de acordos internacionais entre a Rússia e o Ocidente dificultam a cobrança dessa dívida fora do território russo.

A dívida acumulada levou a filial da Google na Rússia á decretar falência em 2022, afirmando que os ativos locais não seriam suficientes para cobrir o valor devido, estimado em cerca de 19 bilhões de rublos. Com isso, as empresas russas tentaram buscar o pagamento em outros países, como Espanha, Turquia, África do Sul e Hungria, onde a Google também atua. Em resposta, a Google também iniciou processos nos Estados Unidos e no Reino Unido para proteger-se das cobranças.

Tensão entre Rússia e Ocidente após a guerra na Ucrânia

Desde o início da Guerra na Ucrânia em 2022, a Rússia comandada por Vladimir Putin, aumentou as multas e sanções a empresas estrangeiras, especialmente aquelas envolvidas em redes sociais e plataformas de conteúdo. A medida buscava forçar o cumprimento das exigências russas de censura e controle de informações, o que é visto como um esforço para silenciar qualquer apoio público à Ucrânia.


As tensões entre o governo Russo de Vladimir Putin e as Big Techs americanas aumentaram após a Guerra da Ucrânia (Foto:reprodução/Mikhail Metzel/Getty Images Embed)


A Google, que também é dona do YouTube, foi o principal alvo dessas punições e decisões judiciais na Rússia após manter fora do ar canais estatais e ultranacionalistas. Em 2020, o canal Tsargrad foi banido da plataforma como resposta a essas sanções internacionais, marcando o início de uma série de penalidades da Rússia contra a empresa. O valor da multa foi ajustado inúmeras vezes ao longo dos anos, dobrando semanalmente como punição por não atender à exigência de restabelecer o acesso dos canais.

Além de Tsargrad, outras redes estatais, como Sputnik, NTV e Russia 24, também foram bloqueadas. O YouTube justificou o bloqueio citando “violações de legislação sobre sanções e regras comerciais.” No entanto, o governo russo alega perseguição e exige compensação financeira, ainda que o valor seja considerado irreal. A multa estratosférica também levanta dúvidas sobre a funcionalidade de multas internacionais e o uso de multas financeiras como uma arma nas disputas geopolíticas.

Apple cede à pressão na Europa e permite distribuição de apps fora da App Store

A gigante tecnológica Apple finalmente cedeu à pressão da União Europeia e permitirá que desenvolvedores de iPhone distribuam seus aplicativos fora da App Store, utilizando seus próprios sites. A medida, que entrará em vigor na primavera do hemisfério norte (entre setembro e dezembro de 2024), representa uma mudança significativa na política da empresa e abre caminho para maior escolha e flexibilidade para os usuários da Apple na Europa.

Possível fim do monopólio da App Store

A decisão da Apple é vista como uma resposta à Lei dos Mercados Digitais (DMA) da UE, que visa reduzir o poder de grandes empresas de tecnologia e promover a concorrência no mercado digital. A DMA exige que as plataformas de gatekeepers, como a Apple, permitam que os usuários instalem aplicativos de fontes alternativas, o que significa que a App Store não será mais a única opção para baixar apps no iPhone.


App Store (Foto: reprodução: James Yarema/Unsplash)

Benefícios para desenvolvedores e usuários

A mudança trará diversos benefícios para desenvolvedores e usuários. Os desenvolvedores não precisarão mais pagar a taxa de 30% da Apple sobre as vendas de aplicativos na App Store, o que pode resultar em preços mais baixos para os usuários. Além disso, os desenvolvedores terão mais liberdade para distribuir seus aplicativos sem precisar seguir as regras rigorosas da App Store

Outras mudanças

A Apple permitirá que os desenvolvedores que criam lojas alternativas de aplicativos ofereçam um catálogo composto exclusivamente por seus próprios aplicativos com efeito imediato. Os desenvolvedores podem escolher como criar promoções, descontos e outras ofertas no aplicativo ao direcionar os usuários para concluir uma transação em seu site, em vez de usar o modelo da Apple.

Os aplicativos distribuídos fora da App Store por meio de sites ou marketplaces de terceiros, que ultrapassarem um milhão de instalações anuais na União Europeia,estarão sujeitos a uma nova taxa. É importante observar que algumas isenções serão aplicadas a entidades sem fins lucrativos, educacionais e governamentais.

Além disso, a instalação de aplicativos via web agora requer a aprovação dos usuários nas configurações do desenvolvedor. Os aplicativos, para serem instalados dessa forma, devem cumprir os requisitos de segurança e privacidade rigorosos estabelecidos pela Apple.