Primeira bolsa Birkin da história será leiloada

Se você acreditava que a bolsa mais rara do mundo era a icônica Himalaya Birkin, é hora de rever seus conceitos. Uma peça ainda mais exclusiva está prestes a reaparecer: o protótipo original da lendária bolsa Hermès, criado sob medida para a atriz e cantora Jane Birkin, será colocado à venda no dia 10 de julho, algo que não acontece há 25 anos.

Bolsa Birkin

A bolsa foi criada a partir de uma conversa da atriz Jane Birkin e o Ceo da Hermès, Jean-Louis Dumas durante uma viagem de avião, onde a atriz dizia que precisava de uma bolsa que se adaptasse a seu cotidiano agitado. 

“Acho que desenhei [o protótipo] na sacola para enjoo. E [Dumas] disse: ‘Eu faço para você'”, disse Birkin à Vogue em 2012.


Jane Birkin em 2017 (Foto: reprodução/Stephane Cardinale/Getty Images Embed)


Birkin, que faleceu em 2023 aos 76 anos, doou a bolsa original para a instituição de caridade francesa de combate à AIDS em 1994, a Association Solidarité Sida. Em 2000 foi adquirida por Catherine Benier, colecionadora e dona de uma loja de artigos vintage baseada em Paris.

O leilão

Antes do leilão iminente da bolsa Birkin, a casa de leilões Sotheby’s a enviou para uma turnê mundial, mostrando-a em Paris e Hong Kong. Benier já havia a emprestado anteriormente para exposições no Victoria & Albert Museum, em Londres. Agora, ela retorna a Nova York, onde poderá ser vista nas galerias de casas de leilões até o dia 12 de junho.


Bolsa Birlkin original com marcas de uso (Foto: reprodução/sothebys)


A bolsa que já é única devido a sua criação, e aos resíduos presentes dos adesivos que Jane usou para decorar o corpo de couro, ela possui características diversas que nunca passaram da fase do protótipo. A bolsa de couro preta tem a altura de uma Birkin 40, profundidade de uma Birkin 35 e uma alça transversal. Mas o mais especial desse emblemático modelo seja a aba frontal, estampada com as iniciais “J.B”.

Birkin e Chanel: bolsas de luxo se tornam investimento

Nos últimos anos, algumas das bolsas mais desejadas do mundo da moda ficaram ainda mais valiosas no mercado de revenda, muitas vezes superando o preço da loja. Marcas como Hermès, Chanel, Louis Vuitton e Gucci lideram esse movimento.

Com valorização de 14,2% ao ano entre 1980 e 2015, a famosa bolsa Birkin, da Hermès é um bom exemplo, o que a leva ser considerada um “investimento”. Por haver grande procura e pouca oferta, elas podem custar cerca de US$ 9 mil (R$ 51 mil) e serem revendidas por até US$ 30 mil (R$ 171 mil).

Bolsa “investimento

Não é um privilégio de todas as bolsas de grife se tornarem um investimento. Só uma parte pequena ganha valor com o tempo. As chamadas “it bags” podem valer mais no futuro por serem difíceis de encontrar, feitas em edições limitadas ou por causa de cor, tamanho, material e estado de conservação.

O valor de revenda cresce junto com o aumento dos preços das marcas. Essas bolsas viraram não só símbolo de moda, mas também uma forma inteligente de aplicar o dinheiro”, disse Landyn Tedrick, da empresa Fashionphile, à Vogue americana.


 Bolsa Hermès (Foto: reprodução/Pinterst/@theeblkdeity)


As bolsas que mais valorizaram

Veja algumas das bolsas que mais subiram de preço, segundo especialistas:

  • Birkin 35, Hermès: +134% (com retenção de valor de até +250% em 2024)
  • Classic Flap, Chanel: +135%
  • Bum, Louis Vuitton: +150%
  • OnTheGo, Louis Vuitton: +106%
  • Andiamo, Bottega Veneta: +90%
  • XL Puzzle Fold Tote, Loewe: +90%
  • Nimo, Celine: +91%
  • Baguette, Fendi: +113%
  • T-Lock Top Handle, Toteme: +82%
  • Le City, Balenciaga: +41%
  • Tondo Suede Hobo, Savette: +25%
  • Jackie 1961, Gucci: +24%

A marca The Row, das ex-atrizes Mary-Kate e Ashley Olsen, também tem bolsas com esse perfil mais exclusivo e difícil de encontrar.


 Modelo de bolsa de luxo vintage (Foto: reprodução/Pinterest/@mari00000058)


Porém, existe opinião controversa quanto a bolsas serem consideradas investimentos, apesar da valorização.  Para a planejadora financeira Carolyn McClanahan, é exagero chamar assim: “Sou a favor de comprar coisas boas, mas não chamaria isso de investimento”, disse à CNBC.

Se você vai usar a bolsa por anos e anos, aí sim pode ser uma compra inteligente. Mas, mesmo assim, é importante gastar menos do que ganha e continuar economizando.”

No final das contas, uma bolsa de luxo pode ser um investimento para o futuro, mas o principal é que ela combine com seu estilo, dure bastante e seja usada com consciência.