Lula terá que indenizar Bolsonaro e Michele sobre a questão dos móveis

Nessa segunda-feira (9), a 17ª Vara Federal da Justiça do Distrito Federal assinou decisão condenando o governo Lula a pagar R$ 15 mil, por danos morais, ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à ex-primeria-dama Michelle Bolsonaro, no caso dos móveis do Palácio da Alvorada. Em janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma coletiva de imprensa, comentou que “antigos ocupantes da residência oficial teriam ‘levado’ e ‘sumido’ com 83 móveis”.

Para a Justiça, as falas “alcançaram grande repercussão na mídia nacional e internacional, acarretando mácula à sua imagem e reputação de Bolsonaro e Michelle. Dessa maneira, à luz da subsequente comprovação de que os itens em referência sempre estiveram sob guarda da União durante todo o período indicado, entendo configurado dano à honra objetiva e subjetiva da requerente”.

Bolsonaro e Michele usaram seus próprios móveis no Alvorada

Segundo a defesa dos acusados, o casal teria optado por levar seus móveis para o Alvorada. Os móveis do acervo federal teriam sido guardados em um depósito. A informação foi comprovada pela União.


Presidente Lula durante as comemorações do dia 7 de setembro (Foto: reprodução/Andressa Anholete/Getty Images embed)


O juiz também declarou que os comentários de Lula teriam ido além do “direito de crítica” ao sugerir que Bolsonaro e Michele estariam envolvidos “em desvio de móveis do palácio presidencial que, conforme apurado, sequer ocorreu”.

A Casa Civil localizou os móveis

Em setembro do ano passado, os móveis foram localizados. “Concluídos os trabalhos da Comissão de Inventário Anual da Presidência da República, os 261 bens não localizados anteriormente, da unidade patrimonial do Palácio da Alvorada, foram localizados”, comunicou a responsável pela administração dos palácios, a Casa Civil da Presidência, respondendo a um pedido de informações feito em janeiro daquele ano.

Foi a segunda vez que Bolsonaro acionou a Justiça para solicitar indenização. Da primeira vez, ele teria recorrido ao TJDF, movendo uma ação contra Lula. O pedido foi negado, porque a ação deveria ser protocolada contra a União, pelo fato de os bens serem públicos.

A Advocacia Geral da União vai recorrer.

Moraes obteve dados do TSE fora do protocolo

De acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, relatórios, solicitados de maneira não oficial, foram utilizados pelo ministro do STF para fundamentar medidas contra bolsonaristas investigados no inquérito das fake news. O gabinete de Moraes nega irregularidades e afirma que os procedimentos foram oficiais e documentados.

A reportagem da “Folha de S. Paulo”, publicada nesta terça-feira (13), revela que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria utilizado métodos informais para requisitar relatórios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Esses relatórios, solicitados através de mensagens de WhatsApp, teriam servido como base para decisões judiciais importantes no inquérito das fake news, que investiga ataques à eleição de 2022 e aos ministros do STF, bem como incitação militar contra o resultado das urnas.

Relatórios do TSE foram requisitados de forma não oficial

A reportagem da Folha de S. Paulo revela que o gabinete do ministro recorreu a canais informais para obter relatórios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas solicitações, feitas por meio de mensagens de WhatsApp, permitiram a coleta de informações que fundamentaram decisões cruciais no inquérito das fake news.

Os documentos obtidos de maneira não convencional foram utilizados para embasar medidas judiciais contra aliados do ex-presidente, incluindo o bloqueio de redes sociais e a quebra de sigilo bancário.

O material reportado inclui conversas entre Airton Vieira, principal assessor de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, ex-perito da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE. Essas comunicações mostram uma prática fora do protocolo formal, com Vieira solicitando relatórios detalhados sobre postagens de apoiadores de Bolsonaro diretamente via WhatsApp.

Os relatórios gerados, que foram posteriormente usados em decisões judiciais, indicam uma interação que evitou os procedimentos oficiais do TSE e levantam questões sobre a conformidade com os processos legais estabelecidos.

Gabinete de Moraes defende legalidade transparência dos procedimentos

Em resposta às alegações de irregularidades, o gabinete de Alexandre de Moraes defende que todas as ações envolvendo o TSE foram conduzidas dentro da legalidade. De acordo com a nota oficial, as solicitações de relatórios foram realizadas conforme as normas vigentes e documentadas nos processos judiciais.

A defesa ressalta que a produção de relatórios sobre desinformação e ataques às instituições foi feita com total transparência e participação da Procuradoria Geral da República, visando garantir a legalidade e a integridade das investigações.

O gabinete do ministro esclareceu que os relatórios requisitados ao TSE foram parte de um processo regular e documentado, destinado a lidar com atividades ilícitas, como discursos de ódio e tentativa de golpe.

Os relatórios foram utilizados como evidência nas investigações relacionadas às milícias digitais e à desinformação, e foram incorporados aos inquéritos no STF com a supervisão adequada da Procuradoria Geral da República.

A defesa afirma que todos os procedimentos seguidos estavam em conformidade com a lei e foram realizados com total transparência e responsabilidade.

Defesa de Bolsonaro será informada sobre os procedimentos no caso das joias

Na última quarta-feira (07), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tomou uma decisão importante no caso das joias que envolve o ex-presidente, Jair Bolsonaro, determinando que a defesa de Bolsonaro, seja informada sobre todos os procedimentos e medidas cautelares relacionados ao caso, assegurando assim o respeito ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório.

Decisão foi de pedido da defesa

A decisão atende, ao pedido da defesa do ex-presidente, que solicitou acesso às informações para garantir uma defesa justa. No entanto, o ministro negou o pedido de acesso integral ao acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, um dos elementos-chave do caso. Moraes justificou a manutenção do sigilo do acordo com os motivos principais, sendo a necessidade de proteger os direitos do colaborador e a importância de garantir o sucesso das investigações.


Ministro Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


O caso das joias ganhou nova relevância após o Tribunal de Contas da União (TCU) decidir que um relógio recebido de presente pelo presidente Luiz Inácio, não precisa ser devolvido no processo. Esta decisão pode ter implicações para o caso das joias sauditas, no qual Bolsonaro é investigado por suposto desvio de acervo presidencial.

Decisão pode trazer vantagem a Bolsonaro

O TCU, entende que na ausência de uma lei que defina “bem de natureza personalíssima” ou de “elevado valor de mercado”, presentes recebidos por um presidente da República durante o mandato não precisam ser devolvidos ao patrimônio da União. A decisão é acompanhada de perto pela defesa de Bolsonaro, que vê na decisão sobre Lula uma possível vantagem para o ex-presidente no contexto das Joias.

Além disso, o entorno de Bolsonaro observa que a decisão do TCU pode criar um precedente importante. A argumentação de que presentes de presidentes não podem ser considerados bens públicos para efeitos de devolução pode ser usada para questionar as acusações relacionadas as joias. A defesa de Bolsonaro espera que a decisão sobre Lula influencie positivamente no desfecho de seu próprio caso.

Médico de Bolsonaro nega ter sido funcionário fantasma de agência

Na semana passada a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) divulgou informações de que o médico Ricardo Camarinha, seria funcionário fantasma da instituição no escritório de representação em Miami.

Uma apuração interna concluiu que, houveram “delitos e graves desvios de conduta” durante a gestão do general Mauro Lourena Cid (pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), como a contratação do médico. O documento em questão cita “afastamento das funções” e “defesa de pautas golpistas” por parte de Lourena à frente do escritório. Na época, Camarinha cuidava da saúde de Bolsonaro.

“As apurações da Comissão confirmaram notícias publicadas na mídia sobre a contratação (…) O médico não desenvolvia qualquer atividade profissional que mantivesse ligação com o cargo de assessor, e nem frequentava as dependências do escritório. O fato configura uma contratação fraudulenta.”

Texto do APEX

Apex informou nesta sexta-feira que enviou o caso à Justiça. A apuração tem relação com negociações de joias e presentes de Estado nos EUA, inquérito no qual Bolsonaro e ex-assessores, incluindo Lourena, são investigados.

Posicionamento de Camarinha

Ricardo Camarinha estava no serviço público desde 1983; era o cardiologista que acompanhava Bolsonaro em viagens nacionais e internacionais. Na última segunda-feira (15), o médico divulgou uma nota sobre o caso explicando que a divulgação de matérias falsas trouxe repercussão negativa em sua vida pessoal e atuação profissional.

Por esse motivo, de acordo com a nota, estão sendo estudadas as medidas cabíveis contra os responsáveis pela produção e divulgação de tais informações que prejudicaram sua honra e dignidade.

“O médico Ricardo Camarinha repudia com veemência a informação atribuída à Apex de que seria funcionário fantasma da agência nos Estados Unidos e que o respectivo contrato de trabalho seria fraudulento.”

Trecho da nota de Ricardo sobre as acusações

Segundo o colunista Lauro Jardim, em 31 de março de 2022, Bolsonaro exonerou Ricardo da função de médico da presidência e o enviou para uma vaga de segundo oficial no escritório da Apex Brasil em Miami. Na véspera da posse do novo presidente da Apex, em maio de 2023, Camarinha foi desligado da agência.

No período em que o ex-presidente permaneceu fora do país, após perder a eleição, Ricardo estava nos Estados Unidos. Em janeiro, o médico fez uma visita ao condomínio em que o ex-presidente estava hospedado, após o ex-chefe do Executivo ser internado com fortes dores abdominais.

Linha de óculos Bolsonaro

O ex-presidente teve seu nome usado por apoiadores para batizar uma loja de óculos, intitulada de “Mito Eyewear”. Com opções masculinas e femininas, a loja disponibiliza modelos de grau e de sol entre os valores de R$219,00 e R$229,00.


Jair Bolsonaro usando a marca Mito Eyewear (Foto: reprodução/Instagram/@mitoeyewear)

A marca diz que, como Bolsonaro, ela é guiada pela convicção, coragem e fé. A empresa afirma que deseja inspirar o país, assim como o ex-presidente.

STF encontra elementos para denunciar Bolsonaro por venda ilegal de joias

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que relatório da Polícia Federal (PF) apresenta quantidade de provas que permite a apresentação de uma denúncia a Jair Bolsonaro. O ex-presidente é indiciado por esquema de venda ilegal de joias no exterior.

O ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso e responsável pelo envio do relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve decidir entre oferecer a denúncia, tomar novas medidas ou pedir o arquivamento do caso.

No momento, o documento está sendo revisado pelo procurador-geral Paulo Gonet, que irá decidir os próximos passos do processo. Entre as alternativas, é possível apresentar uma única denúncia a partir da união de todas as evidências contra Bolsonaro. 

Outras denúncias

Além de venda ilegal de joias, Bolsonaro foi indiciado por fraudar seu cartão de vacinação contra a Covid-19 e há a intenção de incluir uma tentativa de golpe de Estado nessa lista.


Acusações contra Bolsonaro podem ser unificadas na mesma denúncia (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

A ideia de Paulo Gonet é unir todas essas acusações, com a intenção de reforçar as provas e evitar que o ex-presidente tente adiar a denúncia para depois das eleições municipais que irão ocorrer no dia 6 de outubro.  

Pessoas que auxiliam o procurador-geral na análise do processo afirmam que ele é muito cuidadoso e não elimina as chances de pedir novas medidas, mesmo que o STF considere o relatório apresentado pela PF suficiente para apresentar uma denúncia. 

Possível adiamento

A Polícia Federal encontrou um erro em seu próprio relatório nos valores da suposta venda das joias e pediu que o STF fizesse o devido ajuste no documento. 

Isso fez com que a atenção em relação à decisão de Gonet aumentasse, pois pessoas próximas acreditam que ele irá exigir que a PF apresente explicações para o erro.

Se o procurador-geral tomar essa atitude, há grandes chances de que a denúncia seja adiada para depois das eleições, mas fontes próximas dizem que Gonet não quer que suas ações sejam utilizadas como manobra política ou vistas como perseguição.

Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pede acesso a delação de Mauro Cid

Nesta quarta-feira (10), foi feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pedido pelo acesso total a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, este que foi cooperante de ordens de Jair durante seu mandato como presidente.

Investida da defesa

O pedido da defesa do ex-presidente foi feito ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na esfera do inquérito que investiga a apropriação ilícita de joias do acervo presidencial.

No cenário do caso tem-se que Bolsonaro, Mauro Cid e mais dez pessoas foram indiciadas pelos crimes de peculato (apropriação indevida de bens públicos), associação criminosa e lavagem de dinheiro. As informações anteriormente disponibilizadas por Cid foram usadas no relatório da PF (Polícia Federal), que baseou o indiciamento e foi entregue ao ministro do Supremo na última sexta-feira (5).


Mauro Cid e Jair Bolsonaro em Brasília (Foto: reprodução/ UOL News)

Segundo a defesa, a liberação autos principais e pertinentes além de registros audiovisuais integrados de todos os atos da delação devem ser irrestritos. O pedido ainda contém a disponibilização das negociações e depoimentos prévios à celebração e homologação do acordo. Paulo Amador Bueno, Daniel Tesser, Saulo Segall, Thais Guimarães, Fabio Wajngarten e Clayton Soares foram advogados que assinaram a petição. Fabio Wajngarten também foi indiciado no caso do possível desvio das joias, o advogado é ex-chefe da Secretaria de Comunicação e assessor de Jair Bolsonaro.

Esta não foi a única petição protocolada, ontem, em mais um pedido, os responsáveis pela defesa de Jair classificaram o indiciamento como “anômalo” e solicitaram amplo acesso aos autos da investigação considerando a midiática informação sobre o indiciamento e conclusão da apuração. Anteriormente, os advogados já haviam destacado em nota que Jair Bolsonaro não pretendia ter ou locupletar bens que poderiam ser como públicos.

Os depoimentos de Mauro Cid ainda são usados em mais dois outros inquéritos além do caso de apropriação das joias, ambos relacionados ao ex-presidente. Os inquéritos em questão são voltados à inserção de dados falsos na carteira de vacinação de Bolsonaro e a apuração do golpe previsto em 8 de janeiro, com a intenção de impedir a posse do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

8 de Janeiro de 2023

No dia 8 de Janeiro de 2023 houveram ataques golpistas, também conhecidos como “Intentona Bolsonarista”, onde inúmeros atos de vandalismo, invasões e depredações do patrimônio público em Brasília foram cometidos por dezenas de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O acontecimento já é considerado um fato histórico e marca de forma extrema o cenário da política brasileira na última década.

Estimativas indicam que o número de pessoas que participaram dos atos pode ser cerca 20 mil. Outra imagem vinculada ao golpe acontecido, foi o acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General (QG) do Exército na capital federal, há mais de dois meses, que foi tomado pelos extremistas logo após as eleições. Estima-se que cerca de 4 mil pessoas deixaram o acampamento e foram para a Esplanada dos Ministérios.

PF afirma que desvio de joias de Bolsonaro pode ser maior que R$ 6,8 milhões

O relatório final do inquérito da Polícia Federal (PF), divulgado nesta segunda-feira (8), aponta um desvio de mais de R$ 6 milhões em presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante viagens oficiais enquanto chefe de Estado. O documento revela que o dinheiro resultante dessas negociações foi repassado a Bolsonaro em espécie e foi usado para custear sua estadia nos EUA.

Caso das joias

A princípio, a PF havia informado em relatório que o desvio superava os R$ 25 milhões. A corporação se corrigiu ontem, informando que o valor correto é de R$ 6,8 milhões, um pouco mais de US$ 1,227 milhão. 

No entanto, este valor ainda é incompleto. Já que alguns itens, como abotoaduras, anéis e rosários de dois kits de joias que teriam sido desviados, ainda não foram analisados pela corporação. Além disso, as esculturas douradas de um barco e uma palmeira, assim como o relógio Patek Philippe, ainda não foram recuperados. Dessa forma, indica que o valor total será superior ao informado neste relatório.


Joias doadas pelo Governo Saudita a Bolsonaro e ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram apreendidas pela Receita Federal (Foto: reprodução/Miguel SCHINCARIOL / AFP/Getty Images Embed)


O item de maior valor periciado é um conjunto de joias de brilhantes destinado à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As joias, da marca suíça Chopard, foram recebidas pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na Arábia Saudita, e estavam na mochila de um assessor quando foram interceptadas na volta ao Brasil. O conjunto de joias composto por relógio, par de brincos, anel e colar prateado equivale a um valor total de US$ 1,015 milhão.

Uso de recursos ilícitos por Bolsonaro nos EUA

O relatório da PF indica que o dinheiro obtido com a venda das joias do acervo público retornou em espécie para o patrimônio de Bolsonaro, que teria usado esses recursos para custear suas despesas nos Estados Unidos.

“A utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”

afirma o relatório da PF.

A informação é de que o ex-presidente viajou para solo norte-americano em 30 de dezembro, antes da posse do presidente Lula (PT), e ficou lá por três meses.

Indiciamento de Bolsonaro no caso das joias: STF avalia inquérito

A Polícia Federal anunciou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias, o que agora será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito será enviado ao gabinete do relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.

Pena pode chegar até 32 anos de prisão

Na última quinta-feira (4), Bolsonaro foi indicado pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. Além de Bolsonaro, outras 11 pessoas foram indiciadas pela PF, incluindo o advogado do ex-presidente Frederik Wassef, e Fábio Wajngarten, seu acessor

Se confirmadas as acusações, podem resultar em uma pena de até 32 anos de prisão para Bolsonaro. A gravidade dos crimes reflete a seriedade das investigações que serão conduzidas pela PF, que mostram para uma suposta rede de crimes envolvendo o ex-presidente e seus parceiros.

Processo do inquérito

O processo no STF, segue critérios rigorosos. Alexandre de Moraes, deve solicitar a manifestação da Procuradoria Geral da República (PGR), após o recebimento do inquérito. A PGR pode optar em arquivar o caso, solicitar por mais investigações ou apresentar uma denúncia formal. O prazo para a PGR se manifestar é de 15 dias após ser acionada.


STF (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Evaristo Sa)


Até as 18h do dia 4, o gabinete de Moraes informou que o caso das joias ainda estava sob custódia da Polícia Federal, não tendo sido encaminhado ao STF nenhum pedido ou relatório oficial.

Esse caso vem gerando uma ampla repercussão política e midiática, aumentando a tensão no cenário político brasileiro. O indiciamento de um ex-presidente por crimes tão graves é um raro evento na história do país, destacando a importância das instituições na manutenção da justiça e da legalidade.

O desfecho deste caso será crucial para definir o futuro político de Bolsonaro e pode ter implicações que possam ser significativas para o cenário político brasileiro. A sociedade e os agentes políticos aguardam com ansiedade os próximos passos do STF e da PGR neste processo que pode marcar um ponto de virada na história recente do Brasil.

Bolsonaro e Milei se encontrarão no Brasil

Neste sábado (6) acontecerá a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), um fórum de direita que será realizado em Camboriú, Santa Catarina. O presidente argentino Milei deverá encontrar o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, no evento, segundo Eduardo Bolsonaro que confirmou a informação.


Javier Milei (Foto: reprodução/Tomas Cuesta/Getty Images Embed)


Bolsonaro esteve presente na posse de Milei na Argentina, com Eduardo Bolsonaro, liderando as conexões internacionais do movimento bolsonarista. Os dois líderes mantém uma relação próxima.

Presidente Lula

Apesar de estar vindo a terras brasileiras, o presidente argentino não aparenta ter a intenção de se encontrar com o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana passada, os presidentes trocaram declarações poucos amistosas, e Lula concluiu que Milei deveria lhe pedir desculpas.

Lula não compareceu na posse de Milei, e a relação Brasil x Argentina vem enfrentando um distanciamento após a posse do presidente argentino. “Claro que já existe um esfriamento na relação com o país vizinho. Afinal de contas, Milei passou a campanha dele inteira ali, cutucando Lula, deixou muito claro essa relação próxima com Bolsonaro, tratou Bolsonaro ali com muita deferência na sua posse”, explicou Jussara Soares analista política.

O governo Lula avalia que o encontro entre Bolsonaro e Milei tende a piorar ainda mais essa relação de distanciamento entre Argentina e Brasil.

Javier Milei e suas declarações

Milei declarou nesta terça-feira (2) que quem critica seus ataques contra o presidente do Brasil, Lula, é um “perfeito dinossauro idiota”. O presidente acusa Lula de interferir nas eleições argentinas de 2023, já que tal torcia para a candidatura de Sergio Massa, que perdeu para Milei no segundo turno.

Em uma postagem na rede social, X, Javier chama Lula de comunista e diz que o presidente foi “preso por corrupção”. Os ânimos entre os presidentes esquentaram mais após a notícia da vinda de Milei ao Brasil e ao fato dele não encontrar o presidente Lula.

PF deve indiciar Bolsonaro por atos do 8 de janeiro

O ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. Isso se deve à apuração feita pela polícia, onde foi descoberto que Bolsonaro solicitou seus assessores para discutir uma minuta golpista e até delegou ajustes no documento.

Outros membros do ex governo devem ser indiciados pela PF


Destruição em sala do Palácio do Planalto após atos de 8 de janeiro (Foto: reprodução/Mateus Bonomi/Anadolu Agency via Getty Images embed)


Jair Bolsonaro divulgou a “minuta do golpe” entre generais e comandantes das Forças Armadas, tentando apoio para investir na tentativa de Golpe de Estado. Através de diálogos restaurados na investigação, o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, aparece xingando o General Freire Gomes, então comandante do Exército, por resistir a aderir ao golpe.

Provas suficientes contra o ex-ministro foram adquiridas e sua participação aparece no inquérito, que, segundo a PF, deverá ser concluído até agosto.

Paulo Sérgio Nogueira, último Ministro da Defesa o governo Bolsonaro, e o General Augusto Heleno, também estão na mira da PF, eles aparecem discutindo com o próprio Jair, em gravação, estratégias para mantê-lo no poder ao fim do seu mandato.

Prisão

Por enquanto, a prisão dos indiciados não está prevista, e deverá ser emitida apenas em caso de descumprimentos de leis como coação de testemunhas ou ao desobedecer qualquer medida estabelecida pela investigação.

Em depoimentos já colhidos em fevereiro pela PF, Bolsonaro, Braga Netto e Heleno permaneceram calados. O ex-presidente se pronunciou apenas para alegar incompetência da parte do Supremo Tribunal Federal ao analisar o caso, e, na semana seguinte em um evento, citando a minuta golpista: “Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência”, disse ele insatisfeito com as acusações, em frente a milhares de apoiadores que se reuniram em apoio.

A Polícia Federal ainda pretende exibir argumentos que ligam outras eventualidades à tentativa antidemocrática.