O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (20) a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para comandar a Secretaria-Geral da Presidência do Brasil. A troca já vinha sendo debatida nos bastidores há meses e marca uma nova fase de articulação política para o governo.
A pasta vinha sendo ocupada por Márcio Macêdo desde o início da atual gestão, e sua substituição por Boulos indica a intenção de fortalecer a interlocução com bases sociais e movimentos de moradia, um espaço no qual o novo nome tem influência consolidada.
Perfil de Boulos e trajetória política
Guilherme Boulos, de 43 anos, é formado em Filosofia pela USP e possui mestrado em Psiquiatria pela mesma universidade. Ele se tornou figura pública nacional por sua atuação no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), onde luta por moradia digna há mais de duas décadas.
Em 2022, foi o deputado federal mais votado em São Paulo, com mais de 1 milhão de votos. Também já concorreu à presidência e à prefeitura de São Paulo pelo PSOL. Sua experiência e perfil social elevam expectativas de articulação mais próxima entre governo e movimentos populares.
Presidente Lula faz nova escolha em seu governo (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)
Significados da nomeação e desafios à frente
A escolha de Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência tem forte caráter simbólico e estratégico. A pasta é responsável pela agenda institucional do presidente, pela interlocução com movimentos sociais e entidades, o que combina diretamente com a militância que Boulos representa. Observadores interpretam a mudança como tentativa de ampliar a base de apoio do governo para o ciclo eleitoral de 2026.
No entanto, ele chega com desafios importantes: terá que conciliar as demandas de mobilização social com a lógica institucional da presidência, gerir conflitos internos e atuar em meio a disputas políticas intensas. A expectativa também recai sobre até que ponto ele conseguirá influenciar decisões além de sua pasta, especialmente em áreas estruturais como habitação, urbanismo e políticas sociais.
A troca na Esplanada também pode refletir desejo do governo de renovar imagem e mostrar mais abertura ao diálogo com setores que se sentiram distantes. Resta saber se Boulos irá manter a postura combativa do passado ou ajustar-se ao ambiente institucional. Em cenário polarizado, a eficácia de sua atuação será observada com atenção.
