Conheça a carreira de Cacá Diegues, um dos maiores nomes do cinema brasileiro

O cineasta Cacá Diegues morreu na madrugada desta sexta-feira (14), aos 84 anos. Segundo a TV Globo, Cacá iria passar por uma cirurgia, mas, conforme disse a Clínica São Vicente, ele teve complicações cardiocirculatórias.

Carlos José Fontes Diegues, conhecido como Cacá Diegues, nasceu em Maceió, no dia 19 de maio de 1940, mas se mudou para o Rio com 6 anos. Ele foi um dos maiores cineastas do Brasil, sendo um dos fundadores do movimento Cinema Novo.

O início

Cacá Diegues estudou no Colégio Santo Inácio antes de cursar Direito na PUC-Rio. Lá, ele participou do movimento estudantil organizado, onde exerceu a presidência do Diretório Acadêmico do seu curso. Ainda na universidade, como presidente do Diretório, criou um cineclube, onde deu os seus primeiros passos no cinema com David Neves e Arnaldo Jabor.

Como estudante, dirigiu o jornal “O Metropolitano”, órgão oficial da União Metropolitana de Estudantes, e participou do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).


Cacá Diegues recebe homenagem no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (Foto: reprodução/G1/Alexandre Durão

O cinema

Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo, um movimento cinematográfico que se destacava pela sua crítica à desigualdade social, com Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni, Joaquim Pedro de Andrade e outros cineastas. O movimento alcançou seu ápice no Brasil nas décadas de 60 e 70.

Ao longo de sua carreira, Cacá Diegues fez mais de 20 filmes. Entre os principais de sua filmografia estão “Xica da Silva” (1976), “Bye bye Brasil” (1980), “Veja esta canção” (1994), “Tieta do Agreste” (1995) e “Deus é brasileiro” (2003).


Cacá Diegues é um dos grandes nomes do cinema brasileiro (Foto: reprodução/Assessoria)

“Ganga Zumba” (1964), “Os herdeiros” (1969), “Joanna Francesa” (1973), “Chuvas de verão” (1978), “Quilombo” (1984), “Um trem para as estrelas” (1987), “Orfeu” (1999), “O maior amor do mundo” (2005) e “O grande circo místico” (2018) são outras obras de Diegues.

Samba e ABL

A vida e obra de Cacá Diegues não se resumem ao cinema. O cineasta foi enredo de carnaval. No ano de 2016, a Inocentes de Belford Roxo, escola de samba do Rio de Janeiro, desfilou na Série A do carnaval carioca com o enredo “Cacá Diegues — Retratos de um Brasil em cena“. Na ocasião, Cacá desfilou no último carro da escola.

Cacá Diegues também foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele ocupava a cadeira de número 7, que herdou do amigo e também cineasta Nelson Pereira dos Santos. A mesma cadeira já foi ocupada por grandes brasileiros e brasileiras como Euclides da Cunha, Afrânio Peixoto, Afonso Pena Júnior, Hermes Lima, Pontes de Miranda, Dinah Silveira de Queiroz e Sergio Corrêa da Costa.


Cacá Diegues foi membro da Academia Brasileira de Letras (Foto: reprodução/Fábio Cordeiro/Editora Globo)

Cacá em Família

Cacá Diegues tinha 84 anos e era pai de quatro filhos, sendo dois, fruto do casamento entre o cineasta e Nara Leão. Ele era casado, desde o ano 1981, com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães. Ele deixa três netos.

Morre o cineasta e membro da Academia Brasileira de Letras, Cacá Diegues

Cacá Diegues morreu na madrugada desta sexta-feira (14) no Rio de Janeiro aos 84 anos. O diretor de cinema sofreu complicações na realização de uma cirurgia e não resistiu. O hospital em que ele estava e o procedimento a que foi submetido não foram informados.

O velório está previsto para acontecer nesta tarde na Academia Brasileira de Letras, da qual o cineasta ocupava a sétima cadeira desde agosto de 2018. A academia está localizada no Palácio Petit Trianon, na Avenida Presidente Wilson, 203, no centro do Rio de Janeiro. 

Carlos José Fontes Diegues era natural de Maceió e nasceu no dia 19 de maio de 1940. Aos seis anos de idade, se mudou para o bairro de Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, ao qual passou a infância e adolescência.
Diegues foi um dos precursores do chamado “Cinema Novo”, mesmo movimento de cineastas como Glauber Rocha (“Deus e o Diabo na Terra do Sol”), Leon Hirzman (“Eles Não Usam Black Tie”) e Paulo César Saraceni (“Porto das Caixas”).

Filmes

Em sua trajetória, Cacá Diegues fez mais de 20 obras de longa-metragem. Algumas das principais são “Xica da Silva” (1976), “Bye Bye Brasil” (1980), “Veja Esta Canção” (1994), “Tieta do Agreste” (1995) e “Deus é Brasileiro” (2003).


Pôster do filme “Bye Bye Brasil” (Foto: reprodução/Globoplay)

Desta forma, o diretor recebeu uma homenagem na 11º edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, realizado em 2012.

Enredo de Escola de Samba

A escola de Samba Inocentes de Belford Roxo homenageou Cacá Diegues em sua apresentação do carnaval de 2016, com o enredo “Cacá Diegues – Retratos de um Brasil em Cena”

Na época, Cacá desfilou no último carro, definiu a apresentação como um “grande encontro familiar” e afirmou ter sido “um prazer inenarrável”. O enredo foi assinado pelo carnavalesco Márcio Puluker.

O cineasta deixa quatro filhos e três netos. Dois dos filhos são fruto de seu casamento com a cantora Nara Leão, que durou de 1967 a 1977. Diegues era casado, desde 1981, com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães.