Pai de Vitória questiona investigação: “Maicol não agiu sozinho”

A Polícia Civil de São Paulo concluiu que Maicol Salles agiu sozinho no assassinato da jovem Vitória Regina, em Cajamar. Embora esteja perto de encerrar o inquérito, o pai da adolescente, Carlos Alberto Souza, discorda da versão policial e acredita que o assassino confesso da filha recebeu ajuda de terceiros.    

Em entrevista ao “Fantástico” da TV Globo, o pai afirmou que considera a hipótese de que Maicol tenha recebido ajuda de pelo menos duas ou três pessoas. Ainda durante a conversa, Carlos Alberto declarou que nunca havia conhecido Maicol. Finalizou dizendo o quanto a filha era estudiosa, cheia de vida e de planos. Afirmou que não descansará enquanto todos os envolvidos não forem identificados.    

Confissão do crime

Na última terça-feira (18/3), Maicol Antonio Salles dos Santos, de 26 anos, confessou ter matado a jovem Vitória. Segundo a investigação, a confissão somada às provas recolhidas durante o inquérito deixa claro que o assassino agiu sem ajuda de outras pessoas. O pai da adolescente contesta essa versão.   

Além disso, outro fator determinante foi o celular do criminoso ter sido encontrado. Nele, a Polícia encontrou cerca de 50 fotos de mulheres com perfil semelhante ao de Vitória, evidenciando a obsessão de Maicol por ela. Também ficou claro que a vítima vinha sendo monitorada pelo assassino desde o ano passado.    


Maicol, em depoimento, confessa ter matado Vitória (Vídeo: reprodução/X/@balancogeral)

Inconsistências na confissão de Maicol

Ainda em depoimento, Maicol afirma que, logo após matar a adolescente, passou em casa e em seguida colocou o corpo em seu carro e dirigiu até uma área de mata, onde enterrou a vítima. Contudo, o corpo foi encontrado sem nenhuma indicação de que havia sido enterrado e o criminoso declara não saber quem poderia ter desenterrado.    

Outro ponto em questão é que o corpo de Vitória foi encontrado com o cabelo raspado, no entanto, Maicol afirma, em depoimento, não ter cortado o cabelo da vítima.    

Família discorda do inquérito

Além do pai, outros familiares e amigos da jovem reforçam as inconsistências do inquérito. Para eles, existem outros envolvidos na morte de Vitória. Em mensagem enviada a uma amiga, a jovem demonstra preocupação e relatou que dois homens a observavam de maneira esquisita em um ponto de ônibus. Portanto, essas mensagens trocadas levantam suspeitas de envolvimento de mais de uma pessoa no crime.  

Caso Vitória: Laudo descarta violência sexual e confirma morte por facadas

Laudo do Instituto Médico Legal (IML) revelou que a adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, não sofreu violência sexual antes de ser assassinada. Documento também confirmou que a jovem foi morta com três facadas, sendo uma no pescoço, outra no tórax e uma terceira no rosto. Investigação continua para esclarecer os detalhes do crime brutal ocorrido em Cajamar, Grande São Paulo.

Detalhes do Laudo

De acordo com a análise forense, vítima apresentava ferimentos profundos, indicando que a agressão foi feita com força significativa. Perfurações no pescoço e no tórax atingiram órgãos vitais, possivelmente causando a morte rápida da jovem. Corte no rosto, segundo peritos, pode ter sido um ato de mutilação pós-morte ou um golpe complementar ao crime.

Exames também confirmaram que não houve lesões traumáticas na região genital ou perineal da vítima, afastando a hipótese inicial de violência sexual. Laudo pericial também indicou a presença de álcool no sangue da adolescente, embora peritos alertem que esse resultado pode estar relacionado ao processo de putrefação do corpo. No entanto, polícia investiga se Vitória foi embriagada ou dopada antes do crime.

Desaparecimento e Descoberta do Corpo

Jovem desapareceu na noite de 26 de fevereiro após sair do trabalho e pegar um ônibus em direção à sua casa. Corpo foi encontrado nu, com a cabeça raspada e marcas de facadas, em uma região de mata. Arma do crime ainda não foi localizada, e polícia segue buscando pistas sobre o objeto utilizado na execução.

Câmeras de segurança registraram Vitória saindo do shopping onde trabalhava e se dirigindo ao ponto de ônibus. Durante o trajeto, ela trocou mensagens com uma amiga relatando medo de dois rapazes que estavam no ônibus com ela. Mais tarde, em um novo áudio, disse que um carro com dois homens passou por ela e que eles a assediaram. Essa foi sua última comunicação antes de desaparecer.


Foto da vítima e momentos antes do crime acontecer (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Suspeito Preso e Andamento das Investigações

Polícia Civil identificou Maicol Sales dos Santos como o principal suspeito do crime. Ele foi preso no dia 8 de março e é apontado como o autor do assassinato, possivelmente motivado por vingança, após não ter sido correspondido pela vítima. Testemunhas relataram ter visto o carro dele próximo ao local onde Vitória desceu do ônibus e, posteriormente, movimentos suspeitos na casa do suspeito durante a madrugada.

Polícia também analisa o celular de Maicol, onde foi identificado que ele visualizou uma foto postada por Vitória no ponto de ônibus poucos minutos antes de ela desembarcar. Para os investigadores, esse pode ser um indício de que ele a monitorava e planejou a abordagem.

Caso segue sob investigação para elucidar todos os detalhes do crime e identificar possíveis cúmplices. Polícia aguarda exames adicionais, incluindo a análise de um fio de cabelo encontrado no carro de Maicol, para confirmar sua ligação direta com a cena do crime.

Caso Vitória: Advogado confirma que jovem foi abusada antes de ser morta

A jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, foi abusada sexualmente antes de ser assassinada em Cajamar, São Paulo. A informação foi confirmada nesta terça-feira pelo advogado da família, Fábio Costa, que teve acesso ao laudo pericial preliminar e divulgou a conclusão em entrevista à CNN.

Cronologia do crime

Vitória desapareceu após sair do shopping onde trabalhava e embarcar em um ônibus a caminho de casa. Câmeras de segurança registraram suas últimas imagens antes do sumiço. De acordo com a perícia, a jovem foi morta entre os dias 1º e 2 de março, ou seja, de três a quatro dias antes de seu corpo ser encontrado em uma área de mata na cidade.


Aúdios de Vitória enviados para a sua amiga (Vídeo: Reprodução/X/@futrikeiof)


Principal suspeito preso

Até o momento, o único suspeito preso é Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos, identificado como proprietário do Toyota Corolla visto próximo ao local do crime. Ele foi detido no sábado (9), após indícios que o conectam ao assassinato.

A perícia encontrou vestígios de sangue em seu veículo, e testemunhas relataram ter ouvido gritos vindos de sua casa na noite do desaparecimento. Além disso, vizinhos apontaram contradições em seu depoimento, e imagens mostram seu carro circulando próximo à cena do crime, reforçando sua ligação com o caso.

Uma vizinha relatou que Maicol chegou em casa por volta da meia-noite e passou um tempo entrando e saindo da garagem. Segundo ela, ele ainda comentou com um amigo que o carro estava “bom”, o que levantou suspeitas. Outro morador notou um comportamento incomum: naquela noite, Maicol guardou o carro na garagem, algo que não costumava fazer.

“Contra o Maicol há provas testemunhais que não deixam dúvidas de que ele estava próximo. Além disso, ficou comprovada a mentira dele. Vizinhos relataram uma movimentação anormal naquela noite, com gritos.”
— Delegado Luiz Carlos do Carmo.

Ex-namorado sob investigação

A Polícia Civil ainda investiga se o ex-namorado de Vitória teve participação no crime. Ele teria gravado repetidamente o trajeto da jovem do ponto de ônibus até sua casa dias antes do assassinato, levantando suspeitas sobre um possível plano de sequestro.
Buscas já foram realizadas em sua residência, e a polícia solicitou a quebra de sigilo de dados para aprofundar a investigação.


Entrevista feita com o delegado do caso (Vídeo: Reprodução/Youtube/Brasil Urgente)


Investigação em andamento

Até o momento, 18 pessoas já foram ouvidas pela Polícia Civil. O principal objetivo da investigação é determinar quem realmente participou do crime para, em seguida, entender os motivos.
Os investigadores descartaram a participação de dois homens vistos assediando Vitória antes do desaparecimento. Eles estavam em um Toyota Yaris e não possuem ligação com o assassinato.

Um dos sete investigados no “Caso Vitória” é preso em Cajamar

A Polícia Civil de SP prendeu, no último sábado (8), um dos suspeitos pelo assassinato da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, que após uma semana desaparecida foi encontrada morta em Cajamar. 

Um homem, Maicol Antonio Sales dos Santos, começou a ser investigado como sendo dono do carro visto na cena do crime. A prisão temporária foi decretada pela justiça após a polícia apresentar “fortes indícios” de envolvimento no crime. Um segundo suspeito, Daniel Lucas Pereira, teve pedido de prisão negado pela justiça, autorizando apenas buscas em sua residência.

Contradições e novas provas

Segundo a investigação, o depoimento dado por Maicol apresentou contradições. Ele informou à polícia que estava em casa junto a esposa quando ocorreu o crime, mas a mulher, no entanto, desmentiu e relatou que não estava com ele. Testemunhas informaram uma movimentação diferente na casa, com idas e vindas constantes de seu carro durante a noite do desaparecimento de Vitória. A suspeita aumentou quando vizinhos notaram que o veículo permaneceu guardado na garagem, algo incomum para um carro que dormia na rua.

Buscas na casa de Maicol e Daniel foram autorizadas para encontrar possíveis provas, como armas ou outros objetos relacionados ao crime. A Justiça também permitiu a quebra do sigilo telemático dos aparelhos eletrônicos apreendidos, para aprofundar a investigação.

Câmeras registraram os últimos momentos de Vitória

Imagens de segurança mostram Vitória saindo do shopping onde trabalhava e caminhando até um ponto de ônibus. Durante o trajeto, ela enviou mensagens a uma amiga relatando que estava com medo de dois homens em um carro que a assediaram e de outros dois rapazes que entraram com ela no coletivo. Segundo testemunhas, a adolescente desceu sozinha no ponto final, no bairro de Ponunduva, onde morava com sua família. Após isso, desapareceu.

O corpo de Vitória foi encontrado uma semana depois, em uma área de mata fechada a cinco quilômetros de sua casa. Ela estava nua, com ferimentos de faca e sinais de violência. A cabeça raspada e os machucados reforçam a hipótese de tortura antes do homicídio.


Adolescente que foi assassinada aos 17 anos (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Até o momento, sete pessoas estão sendo investigadas por possível envolvimento no crime, incluindo o ex-namorado da vítima, Gustavo Vinicius. A polícia considera as hipóteses de vingança ou ameaça como motivações do crime. Três veículos foram apreendidos e periciados. As investigações continuam na Delegacia de Cajamar, que segue coletando depoimentos e provas para esclarecer o caso.