PSG derrota Flamengo nos pênaltis e conquista título mundial em jogo quente

A equipe do PSG encarou o grande desafio do ano na tarde desta quarta-feira (17) — noite no Catar, palco da decisão — ao enfrentar o Flamengo na final da Copa Intercontinental da FIFA. Para o rubro-negro, era a oportunidade de conquistar seu segundo título mundial — o qual obteve pela última vez em 1981.

Já para o para o clube francês, estava em jogo a sua primeira conquista a nível intercontinental — algo que se tornaria novidade no mesmo ano que o “Rouge-et-Bleu” também conquistou a Champions League de forma inédita em sua história.

Jogo de ‘igual pra igual’

A primeira etapa foi de altos e baixos para ambas as equipes: o PSG dominou amplamente o primeiro tempo, com mais posse de bola, volume ofensivo e finalizações. Apesar disso, os cariocas seguiam criando chances perigosas que assustaram os atuais campeões europeus, apresentando o mesmo futebol que dominou a América do Sul este ano.

Entretanto, para o Flamengo, o destaque negativamente vai para o goleiro Rossi, que esteve envolvido em dois lances de falhas para o rubro-negro: No primeiro, ao tentar salvar uma bola que sairia pela linha de fundo, deixou o gol aberto e viu Fabián Ruiz marcar — porém, o lance foi anulado, após o VAR assinalar a saída de bola antes do chute dado pelo defensor.

Já o segundo veio pouco depois, aos 37 minutos, quando o argentino tentou afastar o cruzamento de Doué e acabou “ajeitando” a bola para Kvaratskhelia, que não perdoou e abriu o placar para o PSG. O clube da Gávea sentiu os deslizes e encontrou dificuldades para se impor no restante dos primeiros 45 minutos, levando a desvantagem no placar para o intervalo.


Melhores momentos da partida (Vídeo: reprodução/YouTube/ge tv)


Na segunda etapa, os campeões europeus seguiram mantendo o controle da partida — até um erro mudar completamente o panorama do jogo, e justamente sendo proporcionado pelo brasileiro da equipe: Arrascaeta entrou com a bola dentro da área e sofreu toque de Marquinhos. O VAR revisou o lance e marcou pênalti para o rubro-negro, que foi devidamente convertido por Jorginho, deixando tudo igual.

Ainda no tempo regulamentar, o zagueiro revelado pelo Corinthians voltou a protagonizar negativamente entre os torcedores franceses, ao perder uma chance incrível debaixo da trave no último lance do jogo. O clube carioca também teve oportunidades de virar o jogo em grandes chances nos minutos finais — como a de Pedro, aos 39 minutos, que recebeu um passe de Plata e finalizou forte para o gol, com Marquinhos desviando a bola.

Tempo extra com brilho russo

A prorrogação foi morna: o cansaço tomou conta das duas equipes, e as chances claras praticamente não apareceram. Porém, chegada a hora das penalidades, a emoção voltou a tomar conta dos espectadores, e o rubro-negro não teve o mesmo grande desempenho apresentado ao longo dos 120 minutos — desperdiçando quatro das cinco cobranças no total.

De la Cruz converteu a primeira, mas Vitinha empatou para o PSG. Em seguida, Safonov defendeu a cobrança de Saúl, enquanto Dembélé, o recém nomeado “Melhor Jogador do Mundo” pela FIFA, surpreendeu ao isolar sua batida. Pedro teve a chance de recolocar o Flamengo em vantagem, mas parou novamente no goleiro francês, em defesa revisada pelo VAR por possível adiantamento. Na sequência, Nuno Mendes converteu e colocou o PSG à frente.

A reta final da disputa foi marcada por erros de ambos os lados: Safonov defendeu a cobrança de Léo Pereira, e Rossi manteve o Flamengo vivo ao pegar o chute de Barcola. Entretanto, Luiz Araújo bateu a cobrança decisiva com categoria, e parando na quarta defesa do paredão de 26 anos, que selou o título parisiense.

O grande nome da decisão foi Matvey Safonov. Reserva do PSG, o goleiro russo assumiu protagonismo após a saída de Donnarumma para o Manchester City, inicialmente compensada com a chegada de Lucas Chevalier, do Lille.


Disputa de pênaltis entre PSG e Flamengo (Vídeo: reprodução/YouTube/ge tv)


Festa em Paris, amargura no Rio

E assim, o PSG enfim conquista seu primeiro título mundial em sua história de 55 anos, coroando uma temporada memorável — em que também levantou pela primeira vez a taça da Champions League, em maio.

Foi a segunda tentativa dos parisienses na luta por um troféu a nível intercontinental, visto que a primeira terminou de maneira frustrada, com o vice na Copa do Mundo de Clubes da FIFA, diante do Chelsea. Agora, o “Rouge-et-Bleu” enfim sacramentou sua estadia no topo do mundo, vencendo o duelo de forma heróica.


Torcida do PSG nas arquibancadas de Doha (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Mohammed Dabbous)


Entretanto, enquanto há a celebração de um lado, a tristeza vem do outro: para o Flamengo, ficou apenas o gosto amargo de mais um vice-campeonato intercontinental. Campeão em 1981, vencendo o Liverpool por 3 a 0, o clube também foi derrotado na final de 2019, novamente enfrentando os ingleses, e ainda caiu na semifinal em 2022 — diante do Al-Hilal.

Morre aos 66 anos Maguila, lenda do boxe brasileiro

Nesta quinta-feira (24), faleceu José Adilson Rodrigues dos Santos, popularmente conhecido como Maguila, aos 66 anos. O ex-pugilista brasileiro sofria de encefalopatia traumática crônica (ETC), uma doença neurodegenerativa causada por lesões repetidas na cabeça, comum entre atletas de esportes de contato.

Maguila deixou um legado como um dos maiores ícones do boxe brasileiro. Em sua carreira, acumulou 85 lutas, vencendo 77 delas, com 61 nocautes. Entre suas conquistas mais notáveis, está o título de campeão mundial da Federação Mundial de Boxe, conquistado em 1995, embora a entidade tenha sido alvo de questionamentos.

A doença que levou à sua morte

A encefalopatia traumática crônica (ETC), também conhecida como demência pugilística, é uma doença neurodegenerativa causada por traumas repetidos no crânio. Inicialmente identificada em boxeadores nos anos 1920, a ETC afeta também atletas de esportes como futebol americano e militares expostos a explosões. Seus sintomas incluem perda de memória, dificuldades cognitivas e alterações de comportamento, e podem levar décadas para se manifestar.

Maguila foi diagnosticado com a condição em 2013, após anos de luta contra os efeitos das repetidas lesões sofridas ao longo da carreira. Nos últimos anos de vida, ele permaneceu internado em uma clínica em Itu, no interior de São Paulo, onde recebeu cuidados especializados.


Maguila aos 65 anos de idade (Foto: reprodução/Instagram/@adilsonmaguilarodrigues)

José Adilson Rodrigues dos Santos

Maguila nasceu em 11 de julho de 1958, em Aracaju (SE), e desde cedo encontrou inspiração no boxe. Admirava ícones como Éder Jofre e Muhammad Ali, cujas lutas assistia em uma TV em preto e branco na casa de vizinhos. Sua paixão pelo esporte o levou a se destacar na categoria dos pesos-pesados, onde se consagrou como um dos maiores nomes do boxe nacional.

Em sua trajetória de 17 anos nos ringues, Maguila enfrentou adversários de renome, como Evander Holyfield e George Foreman. Com um estilo carismático e uma presença marcante fora dos ringues, ele cativava o público tanto por suas atuações quanto por suas entrevistas descontraídas.

Seu apelido, “Maguila”, surgiu de uma comparação feita por amigos com o personagem Magilla Gorilla, do famoso desenho animado da Hanna-Barbera, devido à sua imponência física

Após uma derrota para Daniel Frank em 2000, Maguila decidiu se aposentar. Mesmo longe dos ringues, ele manteve uma forte presença na mídia brasileira, atuando como comentarista no programa “Aqui Agora”, do SBT, e participando do humorístico Show do Tom, onde seu bom humor continuava a entreter os fãs.

Maguila também se aventurou na música, lançando, em 2009, um álbum de samba intitulado Vida de Campeão.

A vida pessoal e o impacto fora dos ringues

Em janeiro de 2006, Maguila sofreu um duro golpe pessoal quando seu irmão, Gilson Rodrigues dos Santos, foi assassinado durante um assalto em São Paulo. O crime chocou o boxeador e sua família, marcando um momento difícil em sua trajetória.

Em 2010, Maguila tentou ingressar na política, lançando-se como candidato a deputado federal por São Paulo, pelo PTN (atual Podemos). Apesar do esforço, ele obteve apenas 2.951 votos e não foi eleito.

Maguila deixa um legado no esporte brasileiro, sendo lembrado não só pelas vitórias nos ringues, mas também por sua personalidade cativante e por sua luta contra as consequências do boxe em sua saúde.