Flávio Bolsonaro confirma candidatura à Presidência e diz que decisão é definitiva

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (9) que sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de 2026 é “irreversível”. A declaração foi feita após uma visita ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que segue detido na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após decisão judicial.

De acordo com Flávio, não há mais espaço para mudanças na estratégia política da família. “Não vamos voltar atrás”, disse o senador ao deixar o local. A afirmação vem após semanas de especulação sobre possíveis desistências condicionadas a negociações políticas, especialmente diante de pressões internas da própria base bolsonarista.

Consolidação da candidatura e aval de Jair Bolsonaro

Flávio afirmou que sua decisão está alinhada à vontade do pai, que, segundo ele, teria pedido unidade na condução do projeto político de 2026. O senador reforçou que a pré-candidatura representa a manutenção da força do bolsonarismo no cenário nacional, mesmo com Jair Bolsonaro impedido de disputar cargos eletivos e enfrentando desafios jurídicos significativos.

Nas últimas semanas, aliados chegaram a sugerir outras alternativas, como a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. No entanto, a manifestação direta de Flávio, somada ao apoio explícito do pai, coloca o senador como principal representante do grupo político no pleito do próximo ano.

Reações políticas e impacto no cenário eleitoral

A confirmação imediata de Flávio movimentou aliados e adversários. Integrantes da base conservadora passaram a defender a união em torno da sua candidatura, enquanto setores mais moderados da direita avaliam com cautela o impacto da escolha no diálogo com o centro político.


Flavio Bolsonaro diz que não vai desistir da candidatura (Foto: reprodução/X/@g1)


A oposição também reagiu: líderes partidários afirmam que a definição do nome bolsonarista antecipa debates e reposiciona a disputa presidencial, que deve ganhar intensidade já no início de 2026. Analistas apontam que a entrada de Flávio no páreo aumenta a polarização e pode influenciar tanto alianças regionais quanto estratégias de campanha das demais siglas.

Próximos passos e expectativas para a disputa de 2026

Com a candidatura definida, Flávio deverá iniciar uma agenda nacional para ampliar apoios, consolidar palanques estaduais e apresentar propostas que permitam manter coesa a base eleitoral construída pelo pai ao longo dos últimos anos.

Ao mesmo tempo, permanece a pressão sobre o desempenho econômico e político do governo federal, elemento que, segundo aliados do senador, deve ser explorado como parte central da narrativa bolsonarista. A pouco menos de um ano da eleição, o anúncio “irreversível” do senador marca um novo momento da disputa presidencial e reposiciona as forças da direita em um cenário que tende a ser altamente competitivo. 

Eleições de 2026: Lula confirma candidatura pela primeira vez

Nesta quinta-feira (23), durante uma viagem à Indonésia, o presidente Lula confirmou que irá disputar as eleições presidenciais em 2026. A declaração, dada ao lado do presidente do país asiático, Prabowo Subianto, foi anunciada oficialmente pela primeira vez. 

Enquanto falava sobre a relação entre o Brasil e a Indonésia, o petista confirmou que irá se candidatar pela quarta vez a fim de garantir que o vínculo entre os dois países seja “valoroso”. 

Confirmação da candidatura

Apesar das especulações que rondavam a suposta candidatura em 2026, o presidente Lula ainda não havia confirmado sua presença nas eleições presidenciais do próximo ano. Isso porque, quando perguntado, o petista levantava dúvidas por conta de sua saúde. 


Em viagem oficial à Indonésia, presidente Lula confirma candidatura à reeleição em 2026 (Vídeo:reprodução/Instagram/@metrópoles)

Aos 79 anos, Lula diz que se sente com a “mesma energia de quando eu tinha trinta anos”. Vale ressaltar que, em outubro de 2026, mês das eleições, o atual presidente fará 80 anos. 

Viagem à Indonésia

Lula desembarcou na Indonésia na última quarta-feira (22) e, durante o encontro com o presidente indonésio, Prabowo Subianto, o petista falou sobre a relação comercial entre os dois países.

Nós queremos comércio livre e, mais ainda, tanto a Indonésia quanto o Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de comercialização entre nós dois e com as nossas moedas. Essa é uma coisa que nós precisamos mudar.”, declarou o presidente. 

Além disso, Lula também falou em defesa do multilateralismo e criticou o protecionismo comercial. “[…] Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo. Nós queremos democracia comercial e não protecionismo. Nós queremos crescer, gerar empregos, ganhar emprego de qualidade”. 

Assim, nesta quinta-feira (23), o presidente brasileiro participará de um fórum econômico com cerca de 200 empresários da Indonésia e do Brasil. Neste fórum, Lula pretende angariar a venda de carne ao país asiático, visto que, o mercado indonésio é considerado vasto por possuir a quarta maior população do mundo. 

Viagem ao Sudeste Asiático

Após a passagem pela Indonésia, o presidente Lula viaja à Kuala Lumpur, capital da Malásia, para uma reunião com o secretário-geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático. 

Já no próximo domingo (26), Lula tem uma reunião presencial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesse encontro, marcado para às 18h do horário local, correspondente na manhã do domingo pelo horário de Brasília, os presidentes devem negociar as tarifas adicionais de 40% impostas pelos EUA ao Brasil. 

Lula sinaliza candidatura em 2026 e dispara contra adversários: “Não vou entregar o país a um bando de malucos”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou, nesta sexta-feira (18), sua intenção de disputar a Presidência da República nas eleições de 2026. Durante um evento de anúncio de recursos para a ferrovia Transnordestina, em Missão Velha (CE), Lula afirmou que, se mantiver a saúde e a disposição atuais, será novamente candidato ao Planalto. “Se eu estiver com a saúde que estou hoje, com a disposição que estou hoje, vocês podem ter certeza que serei candidato outra vez para ganhar as eleições nesse país”, declarou, aos 79 anos.

Além de confirmar a possibilidade de uma nova candidatura, Lula fez duras críticas a adversários políticos, sem citar nomes, mas claramente se referindo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu não vou entregar esse país de volta àquele bando de malucos que quase destrói esse país nos últimos anos”, afirmou. A declaração foi recebida com entusiasmo por apoiadores presentes à cerimônia.

Operação contra Bolsonaro e tornozeleira eletrônica

No mesmo dia da intenção da candidatura de Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de uma nova medida judicial no âmbito da investigação sobre tentativa de golpe após as eleições de 2022. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica e teve diversas restrições impostas, como a proibição de sair à noite e de se aproximar de embaixadas. Segundo o STF, as medidas visam evitar uma possível fuga do ex-mandatário.

A Polícia Federal investiga a articulação de uma trama golpista por parte de aliados de Bolsonaro. Por conta do julgamento, Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado e filho de Jair, teria viajado aos Estados Unidos para buscar apoio do ex-presidente Donald Trump. A tentativa de interferência no processo judicial brasileiro teria gerado mal-estar diplomático e represálias por parte do governo norte-americano.


Presidente Lula em pronunciamento sobre recente interferência dos Estados Unidos na política do Brasil (Vídeo: reprodução/X/@Lulaoficial)

Clima eleitoral antecipado e embates políticos

As declarações de Lula, combinadas com o endurecimento do cerco judicial a Jair Bolsonaro, reforçam o clima de antecipação das disputas eleitorais de 2026. O embate entre as duas principais figuras políticas do país se intensifica mesmo antes do início oficial da corrida presidencial. Lula adota tom de campanha ao defender os feitos de seu governo e atacar a gestão anterior, enquanto Bolsonaro tenta manter sua base mobilizada em meio aos crescentes problemas jurídicos.

Com a fala, Lula inaugura publicamente a prévia da campanha de 2026, deixando claro que, se depender de sua saúde e vontade política, o embate contra o “bando de malucos” está apenas começando.

Pablo Marçal está inelegível por abuso de poder

Após a tentativa de eleição como prefeito da cidade de São Paulo em 2024, o coach Pablo Marçal foi condenado por abuso de poder político e econômico, uso indevido dos meios de comunicação e captação ilícita de recursos. A sentença foi proferida pelo juiz de 1° instância Antonio Maria Patiño, Marçal se tornou inelegível até o ano de 2032. A sentença foi assinada nesta sexta-feira, dia 21 de fevereiro.

Pablo foi sentenciado pela 1° zona eleitoral em função de duas ações ajuizadas contra o empresário, uma delas foi protocolada pelo Partido Socialista e Liberdade (PSoL), por onde Guilherme Boulos se candidatou a prefeito da cidade de São Paulo, enquanto a outra ação tem o Partido Socialista Brasileiro (PSB) como autor, partido de Tabata Amaral que também concorreu a prefeitura de São Paulo.

Vídeo que ocasionou as acusações

Há possibilidade de recurso pela parte de Marçal e o empresário já declarou que recorrerá da decisão. A condenação tem como base um vídeo publicado nas redes sociais de Pablo Marçal em 29 de setembro de 2024, antes do primeiro turno da eleição, no vídeo o ex-candidato negocia com candidatos a vereador seu apoio em troca de 5 mil reais via pix, que seria usado em sua campanha, sua única exigência é que os candidatos não fossem de esquerda. Ainda no vídeo o empresário declara não usar dinheiro público ao contrário de seus adversários que segundo ele estaria usando cerca de R$100 mil em suas “campanhas enganosas”.

Vídeo do ex-candidato que foi usado como prova (Vídeo: reprodução/youtube/metrópoles)

Declarações do juiz

Durante a sentença o juiz declarou que Marçal “atuou para fraudar o sistema” e divulga “fato gravemente descontextualizado que atingiu a integridade do processo eleitoral” e assim conclui “Ficou demonstrado que o réu Pablo Marçal ofereceu apoio político por meio de vídeo para impulsionar campanha eleitoral de candidatos a vereador (que não estivessem em partidos de esquerda) em troca de doação do valor de R$ 5.000,00 para sua campanha eleitoral. Referido fato ficou incontroverso considerando-se que não foi refutado pelos réus além de ter confirmado o recebimento de doações decorrentes do vídeo, bem como violou as normas que regem as eleições brasileiras, pois sua conduta configura fraude à lei que caracteriza abuso de poder.

Antonia Jesus, candidata a vice de Marçal também foi acusada, mas teve absorção, pois segundo o juiz do caso ela “mera beneficiária da conduta”