Trump cobra indenização de R$ 1,2 bilhão do governo dos EUA por investigações contra ele
Reclamações oficiais apresentadas pelo presidente norte-americano apontam possíveis violações de direitos e reacendem discussões sobre ética e transparência no governo dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está cobrando que o Departamento de Justiça o indenize em uma quantia de US$ 230 milhões (R$ 1,2 bilhão) por ter sido alvo de investigações federais no governo anterior, de Joe Biden. As ações de Trump levantam um debate sobre dilemas éticos, já que os funcionários responsáveis pela aprovação do tal pagamento foram indicados pelo próprio Trump ou aliados.
Trump apresentou duas queixas através de um processo administrativo, a primeira em 2023 e a segunda em 2024. O presidente norte-americano defende que ambas as queixas buscam o rescindir por duas investigações que violaram seus direitos, de acordo com o jornal “The New York Times”.
Denúncias contra Trump
Donald Trump afirma que foi alvo de duas investigações federais que teriam violado seus direitos e que, por isso, ele merece ser rescindido. De acordo com funcionários do Departamento de Justiça que conversaram com a Times, Trump acusa o órgão de perseguição e manipulação de documentos durante o governo Biden.
Trump pede indenização do Departamento de Justiça (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)
A primeira foi apresentada em 2023 e se refere à investigação sobre supostas interferências russas nas eleições presidenciais de 2016, quando Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos. Já a segunda denúncia, que foi apresentada no ano seguinte, Trump acusa o FBI de violar sua privacidade durante as investigações em sua residência na Flórida, um resort de Mar-a-Lago, em 2022. A investigação apreendeu mais de 20 caixas com 100 documentos confidenciais, após Trump deixar o cargo de presidente quando perdeu as eleições de 2020.
Ambas as investigações contra Trump foram encerradas após a sua volta à Casa Branca em 2025. De acordo com Trump, ele foi “prejudicado” pelas investigações e qualquer dinheiro recebido seria doado à caridade.
Conflito ético
As ações de Trump levantam um questionamento sobre o grave conflito ético em sua gestão. Os funcionários do Departamento de Justiça que ficariam responsáveis pela decisão de aprovar ou recusar os pagamentos ao presidente norte-americano foram nomeados por ele mesmo ou por seus aliados, ou até mesmo já foram advogados de Trump antes de seu segundo mandato.
O vice-diretor do FBI, Todd Blanche, foi um dos principais advogados de defesa criminal de Trump, e segundo as normas do Departamento de Justiça, o seu cargo o permite ser uma das duas pessoas que podem assinar o acordo. Além disso, Stanley Woodward Jr., o chefe da divisão cível do órgão, foi advogado de assessores de Trump em investigações. O processo aberto por Trump impõe desafios éticos, já que coloca em xeque o alcance do presidente e a independência dos órgãos federais.
