Desde o primeiro dia de Carlo Ancelotti no comando da seleção brasileira, a convocação ou não de Neymar é assunto recorrente nas coletivas. O tema voltou a ser comentado pelo italiano em entrevista para o “France Football”. A condição física e o momento do atacante no Santos foram destacados pelo treinador, que sinalizou o seu interesse de contar com o craque na Copa do Mundo de 2026, mas tudo depende do atleta.
— “Uma seleção deve reunir os jogadores mais talentosos. É óbvio, não? Mas um jogador talentoso também precisa estar em boa forma física. Ele precisa estar 100%, não 80%. O Neymar está melhorando sua condição física. Ele é, sem dúvida, o jogador brasileiro mais talentoso — afirmou o comandante.
Nas mãos do atleta
O objetivo do treinador italiano é contar com o astro brasileiro no elenco para o mundial de seleções em 2026 que irá acontecer nos Estados Unidos, Canadá e México. No entanto o desempenho pelo Santos e as frequentes lesões têm dificultado as coisas para o camisa 10. Durante a entrevista para o jornal francês, Carletto reforçou o desejo de levar o jogador para o torneio: “Ele teve um pequeno problema físico e se recuperou bem rápido. Mas eu quero que ele esteja muito bem para poder jogar. Ele poderá participar da Copa do Mundo se estiver em boa forma física. Do ponto de vista técnico, não há discussão. O objetivo dele deve ser estar pronto em junho. Não importa se ele estará na Seleção em outubro, novembro ou março — declarou.
O atacante do Santos, que voltou ao Brasil em 2024 após passagem pelo Al-Hilal, segue em processo de recuperação total para alcançar o nível físico que já apresentou em Copas anteriores.
Confiança no Camisa 10
As declarações do italiano demonstram total confiança em Neymar e deixam claro que a projeção é dar um papel relevante para o astro canarinho, caso ele consiga atingir o nível físico esperado. Mas o futuro também depende de uma boa relação dentro e fora de campo entre Ancelotti e o atacante brasileiro. Enquanto artilheiro tenta provar que ainda pode ser decisivo no mais alto nível, Carlo Ancelotti se prepara para consolidar seu legado no comando da Seleção brasileira — com ou sem a presença do camisa 10.
Neymar chorando após derrota história de 6×0 para o Vasco no Morumbi (Foto: reprodução/Riquelve Nata/Sports Press Photo/Getty Images Embed)
Futuro: Seleção ou retorno ao Real Madrid?
Se por um lado Carlo Ancelotti se mostra focado em preparar a Seleção Brasileira para os próximos desafios, por outro o treinador não escapou das perguntas sobre o seu futuro no futebol. Aos 66 anos, o italiano acumula uma carreira vitoriosa em clubes e foi direto ao ponto ao afirmar que, caso deixasse a Seleção, o único time capaz de convencê-lo a voltar ao dia a dia de um clube seria o Real Madrid.
Ancelotti já viveu duas passagens marcantes pelo clube espanhol. Em sua primeira etapa, entre 2013 e 2015, conquistou a tão sonhada “La Décima”, a décima Liga dos Campeões da história do Real Madrid, além da Copa do Rei e do Mundial de Clubes. Já na segunda passagem, iniciada em 2021, voltou a empilhar títulos: faturou novamente a Liga dos Campeões, o Campeonato Espanhol e se consolidou como um dos técnicos mais respeitados da era moderna do clube merengue.
— O único time que eu poderia treinar depois do Brasil seria o Real Madrid. Acho que isso não vai acontecer. Bem, tenho um contrato de um ano aqui. Depois disso, tudo pode acontecer — disse, em tom realista, mas sem fechar portas para uma eventual terceira passagem pela equipe de Madrid.
Carlo Ancelotti interagindo com os jogadores durante um treino da seleção brasileira (Foto: reprodução/Mauro Pimentel/AFP via Getty Images Embed)
Possibilidade de continuidade com a Seleção Brasileira
Ao mesmo tempo em que reconhece sua ligação especial com o Real Madrid, Ancelotti deixou claro que se sente à vontade no comando do Brasil. O treinador afirmou que não descarta ampliar sua permanência no cargo e até mesmo liderar o time em mais de uma Copa do Mundo.
— Posso ficar por mais dois anos, ou mais quatro anos. Me preparar para outra Copa do Mundo. Assinei por um ano porque acho que foi a coisa certa a fazer em relação ao próximo torneio. Mas estou muito feliz aqui — revelou o treinador, reforçando que a decisão de firmar um contrato inicial de apenas uma temporada foi estratégica para manter flexibilidade, mas que a continuidade é uma possibilidade real.
Esse discurso mostra que Ancelotti não vê sua chegada ao Brasil como um projeto curto. Pelo contrário: o italiano abriu espaço para que a CBF considere uma renovação mais longa, possivelmente até 2030, o que o colocaria no comando da Seleção em dois ciclos de Copa do Mundo.
