Mini saia é tendência no desfile da Chanel na Semana da Alta-Costura

Chanel, uma das marcas mais icônicas da moda francesa, está em uma fase de transição interessante. Com o anúncio de Matthieu Blazy como seu novo diretor criativo, os fashionistas estão ansiosos para ver como Maison Margiela se adaptará às tendências emergentes.

No entanto, a primeira coleção oficial só terá início oficialmente na temporada de verão 2026. Até lá, a equipe interna assume a responsabilidade por três coleções, equilibrando o legado da marca com inovações do mercado.


Desfile da Chanel no Grand Palais (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

Um termômetro das tendências atuais

Nesta segunda-feira (28), a Chanel apresentou sua mais recente coleção no Grand Palais, em Paris, com 55 looks que refletem o cenário da moda contemporânea.

O início do desfile trouxe uma abordagem jovem e tecnológica, com tecidos iridescentes e modelagens fluídas que capturam a luz de forma hipnotizante – um reflexo da crescente busca por peças versáteis e impactantes.

À medida que o desfile avançava, a coleção transitava para um universo mais clássico, destacando alfaiataria impecável e materiais sofisticados.


Desfile da Chanel no Grand Palais (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

Os conjuntos bem estruturados foram uma aposta forte, acompanhando a tendência de peças modulares e utilitárias, enquanto alguns vestidos exageraram nas camadas de tule, mangas volumosas e silhuetas esvoaçantes, reforçando o maximalismo que vem dominando as passarelas.

A icônica noiva da alta-costura fez sua aparição em um vestido mullet com uma forte pegada sessentista, combinando nostalgia e modernidade, duas tendências que têm ganhado cada vez mais espaço.


Desfile da Chanel no Grand Palais (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

O desafio de inovar sem perder a essência

A Chanel sempre foi sinônimo de sofisticação e savoir-faire, mas o grande desafio agora é adaptar sua herança às novas expectativas do mercado.

Como equilibrar tradição e modernidade? Como tornar o clássico desejável para uma nova geração que busca funcionalidade, sustentabilidade e um toque de ousadia?

A chegada de Blazy levanta expectativas elevadas. Seu trabalho na Bottega Veneta mostrou um domínio absoluto sobre a fusão entre técnica e desejo, transformando a marca em um verdadeiro fenômeno fashion.


Desfile da Chanel no Grand Palais (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

Agora, a dúvida é como ele aplicará essa visão na Chanel. Será que veremos uma abordagem mais focada no luxo silencioso, nas peças artesanais repaginadas ou no retorno de códigos clássicos reinterpretados com um toque futurista?

O futuro da Chanel sob o comando de Blazy ainda é uma incógnita, mas uma coisa é certa: a maison está atenta às tendências e, mesmo antes de sua chegada, já aponta para um caminho que equilibra nostalgia, inovação e desejo.


Desfile da Chanel no Grand Palais (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

Até lá, a equipe interna seguirá garantindo que cada desfile continue a ser um espelho dos novos tempos, mantendo a tradição, mas com olhos fixos no futuro.

Confira a programação completa da temporada de Alta-Costura

A cidade de Paris se prepara para mais uma edição da Semana de Alta-Costura, que inicia na segunda-feira (27) e congrega as maisons de maior prestígio global. O evento, que apresentará coleções para a próxima estação primavera- verão 2025, ditará as tendências mundiais e incluirá apresentações de marcas famosas como Dior, Chanel, Valentino e Schiaparelli.

Na segunda-feira, Schiaparelli dá início à semana

A Schiaparelli, sob o comando de Daniel Roseberry, abre o calendário de desfiles às 6h (horário local). Durante o dia, estilistas como Imane Ayissi, Georges Hobeika, Christian Dior e Giambattista Valli também mostrarão suas novas criações.


Vestido “Apolo de Versalhes” (Foto: reprodução/Instagram/@schiaparelli)

A alta-costura é famosa pelas suas criações únicas, sob medida, e é regida pela Fédération de la Haute Couture et de la Mode. Cada item é produzido por artesãos de alto nível, empregando materiais de excelente qualidade, simbolizando o auge do saber-fazer francês.


Casacos prontos da schiaparelli (Foto: reprodução/Instagram/@schiaparelli)

Calendário variado até a próxima quinta-feira. A semana de Alta- Costura termina na quinta-feira (30), com desfiles de grandes marcas, como Giorgio Armani Privé. A agenda abrange grifes famosas como Chanel, Elie Saab, Valentino e Jean Paul Gaultier, além de apresentações de talentos em ascensão, como Miss Sohee e Juana Martín.

Segue o cronograma detalhado:

27 de janeiro (segunda-feira)

  • 6h: Schiaparelli
  • 7h30: Imane Ayissi
  • 9h: Georges Hobeika
  • 10h30: Christian Dior
  • 12h: Rahul Mishra
  • 13h30: Julie de Libran
  • 15h30: Giambattista Valil

28 de janeiro (terça-feira)

  • 6h: Chanel
  • 9h30: Alexis Mabille

29 de janeiro (quarta-feira)

  • 6h: Gaurav Gupta
  • 7h: Franck Sorbier
  • 8h30: Elie Saab
  • 9h30: Yuima Nakazato
  • 11h: Valentino
  • 12h30: Viktor&Rolf
  • 13h30: Zuhair Murad
  • 15h: Jean Paul Gaultier

30 de janeiro (quinta-feira)

  • 6h: Aelis
  • 7h: Ashi Studio
  • 8h30: Juana Martín
  • 10h: Peet Dullaert
  • 11h: Maison Sara Chraibi
  • 12h30: Miss Sohee
  • 14h: Germanie
  • 10h30: Stéphane Rolland
  • 11h30: Julien Fournié
  • 13h: RVDK Ronald Van Der Kemp
  • 14h: Giorgio Armani Privé (com livestream às 15h).

A Semana de Alta-Costura de Paris é um dos eventos mais esperados do calendário da moda, celebrando a criatividade, o luxo e a exclusividade que definem a alta-costura.

Confira os momentos que marcaram a moda em 2024

O ano de 2024 foi um verdadeiro marco para o mundo da moda, com momentos importantes no cenário internacional, dos desfiles memoráveis às mudanças criativas nas grandes maisons, cada mês trouxe novidades que movimentaram o cenário fashion. 

Durante o ano, contamos com a famosa dança das cadeiras dos diretores criativos das maiores grifes, com o anúncio de nomes renomados para assumir o posto, ao mesmo tempo que vimos grandes supermodelos retornarem às passarelas, como Bella Hadid e Adriana Lima. Além dos destaques brasileiros, marcas e celebridades que deixaram sua marca em 2024. 

Vem conferir alguns dos momentos mais impactantes na retrospectiva da moda em 2024. 

Anúncio de Matthieu Blazy na direção criativa da Chanel

Uma das principais pautas deste ano foi a famosa “dança das cadeiras” entre os diretores criativos. A Chanel, que ainda não havia preenchido o vazio deixado por Virgine Viard, acabou com mistério no dia 12 de dezembro, após anunciar que o franco-belga, Matthieu Blazy, seria o novo diretor artístico da Chanel. Após dias de especulações sobre a ocupação do cargo por sua saída da Bottega Veneta.

Responsável por alavancar as vendas e o destaque internacional da Bottega Veneta em seu tempo criativo, Blazy é uma aposta promissora devido ao apreço por novidades e técnicas artesanais impecáveis.

Um dos cargos mais disputados da indústria da moda, contou com diversos nomes de peso para alimentar a imaginação dos fãs da grife francesa, como John Galliano, Simon Porte Jacquemus, Heidi Slimane, e Haider Ackermann.


Matthieu Blazy no final de um dos desfiles da Bottega Veneta (Foto: reprodução/Victor Vigile/Getty Images embed)


Despedida de Pierpaolo Piccioli da Valentino

Depois de uma longa estadia do italiano na direção criativa da grife, foi hora de dizer tchau. Responsável por tornar a Valentino sinônimo do rosa vibrante, Pierpaolo Piccioli teve sua despedida durante a coleção de inverno 2024 em março, mesmo mês em que anunciou sua saída da casa de moda, após quase 25 anos de marca. 


Pierpaolo Piccioli, antigo diretor criativo da Valentino (Foto: reprodução/Pascal Le Segretain/Getty Images embed)


Saída de Alessandro Michele da Gucci e boas-vindas para Valentino

Continuando a dança das cadeiras, em março, Alessandro Michele anunciou que deixaria a Gucci, para mais tarde ocupar o cargo de diretor criativo da Valentino. Responsável por transformar a identidade criativa da marca italiana que estava desde 2015 no comando, foi uma verdadeira surpresa. 

Dono de um dos visuais mais icônicos e ousados, Michele fez sua estreia para a Valentino em setembro deste ano, com todo seu espírito maximalista e glamouroso, além de uma versão mais feminina de sua estética. 


Alessandro Michele durante desfile da Gucci, no período de sua direção(Foto: reprodução/Victor Boyko/Getty Images embed)


John Galliano deixa a Maison Margiela 

Após tirar o fôlego de todos e lembrar como uma narrativa pode alimentar a moda, John Galliano anunciou sua saída da Maison Margiela após uma década, em dezembro. Por meio de uma carta aberta, o estilista agradeceu a confiança em seu trabalho, principalmente por ser a primeira marca que assumiu a direção três anos após ter sido demitido da direção criativa da Dior por suas declarações antissemitas. 

Seu último desfile, em janeiro deste ano, foi um dos shows mais icônicos da moda. Apresentado debaixo da Ponte Alexandre III, em Paris, Galliano trouxe uma narrativa escura e misteriosa com looks de silhuetas exageradas, transparências e referências BDSM. Além de viralizar uma técnica de maquiagem, assinada por Pat McGrath, que dava a ilusão de pinturas, como em rostos de bonecas de porcelana.


Desfile final de John Galliano para Maison Margiela (Foto: reprodução/Pierre Suu/Getty Images embed)


Retorno do Victoria’s Secret Fashion Show

Outro momento emblemático foi o retorno do desfile da Victoria’s Secret após um hiato de seis anos, em seu formato original com diversos blocos temáticos, apresentações musicais e supermodelos. Sob promessa de uma proposta de diversidade, o evento reacendeu o debate sobre padrões de beleza e a magreza extrema, após ter sido alvo de críticas pela falta de diversidade, representatividade e inclusão. 

O desfile incluiu modelos plus-size como Ashley Graham e Paloma Elsesser, e tops trans, como a brasileira Valentina Sampaio e Alex Consani, além das apresentações musicais que contou com cantora coreana Lisa, a sul-africana Tyla e a aclamada Cher, que performaram em meio aos diversos looks e asas que também fizeram seu comeback.

O retorno das supermodelos também ganhou destaque. Bella Hadid, que brilhou com seu poderoso catwalk no desfile da Saint Laurent, marcou presença no show ao fechar o desfile, e Adriana Lima, aclamada na Schiaparelli, também participou.  


Gigi Hadid, Bella Hadid e Vittoria Ceretti no retorno da Victoria’s Secret (Foto: reprodução/Dimitrios Kambouris/ Getty Images embed)


Madonna é homenageada no desfile da Dolce & Gabbana 

Madonna foi homenageada durante desfile da Dolce & Gabbana em setembro. As modelos desfilaram usando icônicas perucas loiras que remeteram a era “Blonde Ambition”, além de sutiãs em formato de cone que estavam presentes diversas vezes da vida da cantora. 

Uma relação de anos com a de Domenico Dolce e Stefano Gabbana com Madonna era necessária uma grande homenagem. Responsável por muitos dos looks da cantora, como o escolhido para a pré-estreia de “Na Cama com Madonna” em Nova York, como também o figurino da The Girlie Show Tour, que também passou pelo Brasil. 


Desfile de homenagem da Dolce Gabbana para Madonna (Foto: reprodução/Andreas Rentz/Getty Images embed)


Orgulho do Brasil: Bruna Marquezine no Met Gala

A atriz brasileira que estreou nas telas internacionais, com Besouro Azul, teve presença marcada em seu primeiro Met Gala. Com o tema “Belezas Adormecidas: Despertando a Moda” usou um vestido off-white assinado por Tory Burch.


Bruna Marquezine ao lado da estilista Tory Burch (Foto: reprodução/Jeff Kravitz/Getty Images embed)


De mudanças revolucionárias a desfiles históricos, 2024 reafirmou a moda como um reflexo de cultura, arte e transformação. O que será que 2025 nos reserva?

Nova era dos batons de luxo: personalização e tecnologia no centro das tendências

As marcas de luxo estão revolucionando o mercado de beleza com batons que vão além da maquiagem. Embalagens sofisticadas, personalização e tecnologia avançada transformam o produto em um símbolo de status e exclusividade, conquistando gerações que buscam experiências sensoriais e narrativas emocionais no consumo.

Ascensão dos batons de alta costura

Em setembro, a Balmain surpreendeu na Paris Fashion Week ao apresentar vestidos com estampas de rostos e acessórios inusitados, como paletas de maquiagem e perfumes, para introduzir sua linha de beleza, fruto de uma parceria com a Estée Lauder Companies. Esse movimento reflete a nova relevância da divisão de beauté nas marcas de luxo. Se antes o foco inicial era criar fragrâncias próprias, hoje o destaque vai para maquiagens exclusivas, especialmente batons, que combinam alto valor agregado com storytelling e inovação.


Maquiagem da Dior (Foto: reprodução/Instagram/@diorbeauty)

A tendência começou a ganhar força em 2010, com a Tom Ford lançando sua Private Blend Lip Color Collection, que dobrou os preços de mercado na época. Desde então, o mercado de batons premium explodiu, com marcas como Christian Louboutin transformando o batom em joia e Dior elevando o produto ao status de alta-costura.


Batom da Dior (Foto: reprodução/Instagram/@thaisvandanezi)

Casas como Chanel, Guerlain e Carolina Herrera apostaram em embalagens recicláveis, personalizáveis e designs marcantes, consolidando o batom como símbolo de status e pertencimento.

Beleza de luxo no Brasil e a nova geração Z

No Brasil, o segmento premium de beleza cresceu quase 14% em 2023, com a maquiagem registrando alta de 26%. Segundo especialistas, a geração Z, marcada por compras emocionais e a busca por experiências sensoriais, impulsiona o mercado. A cultura do mimo e do encantamento, que une estética e emoção, deve seguir em alta até 2026, promovendo microalegrias cotidianas e maior adesão às belezas de luxo

Inovações futuras prometem integrar alta tecnologia, permitindo mudanças no batom com base no estado emocional e condições externas. Produtos como Rouge Dior, Chanel 31, Le Rouge e Rouge Premier da Dior destacam a evolução do segmento, unindo tradição, sustentabilidade e exclusividade. Na era digital, o batom se reinventa como acessório decorativo e expressão de identidade, tanto no mundo real quanto virtual.

Matthieu Blazy anuncia saída e deixa legado criativo na Bottega Venetta

Matthieu Blazy, diretor criativo da Bottega Veneta desde novembro de 2021, está de saída da marca italiana. A confirmação veio acompanhada de rumores de que ele assumirá o comando da Chanel, com estreia prevista para outubro de 2025. Aos 40 anos, o estilista belga, conhecido por sua habilidade em unir tradição e inovação, deixa um legado criativo que transformou a Bottega em referência na indústria da moda.

A transição ocorre em um momento estratégico, com a britânica Louise Trotter, ex-Carven, assumindo o comando da Bottega Veneta. Segundo Leo Rongone, CEO da marca italiana, Trotter traz uma estética refinada e uma visão cultural alinhada aos valores da casa. Essa mudança marca o início de um novo capítulo tanto para Blazy quanto para a Bottega, refletindo a constante evolução das grandes maisons de luxo.

O impacto de Blazy na Bottega Veneta

Durante seus quase três anos à frente da Bottega Veneta, Blazy conseguiu revitalizar a marca ao unir códigos tradicionais com um toque de modernidade e humor. Suas coleções, aclamadas por público e crítica, trouxeram um senso de escapismo e renovação que atraíram uma nova geração de consumidores. Entre seus maiores trunfos estão os acessórios de luxo, que rapidamente se tornaram sucessos comerciais.


Matthieu Blazy impactou a Bottega Veneta (Foto: reprodução/Instagram/@matthieu_blazy)


A habilidade de Blazy em conectar inovação e comercialidade foi crucial para reposicionar a marca no topo da indústria. Ele conseguiu superar concorrentes como Simon Porte Jacquemus e Hedi Slimane, nomes fortes para cargos de destaque no mercado de luxo. Esse reconhecimento consolidou sua reputação e o preparou para o maior desafio de sua carreira: liderar a Chanel.

O próximo capítulo na Chanel

Com a saída de Virginie Viard, que sucedeu Karl Lagerfeld, Matthieu Blazy assume o posto de diretor criativo da Chanel, considerado o cargo mais cobiçado da moda. Sua estreia está marcada para outubro de 2025, durante a Semana de Moda de Paris, e promete trazer uma nova perspectiva para a maison francesa. A escolha de Blazy reflete o desejo da Chanel de inovar sem perder sua essência, um equilíbrio que o estilista demonstrou dominar em sua trajetória.


Matthieu Blazy assume liderança de desenhos da Chanel (Foto: reprodução/Carmine Romano/The New York Times)

Segundo Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, Blazy foi selecionado após uma reunião decisiva em julho de 2025. Ele destacou que o belga não é apenas talentoso, mas também possui a visão estratégica necessária para liderar a marca. Em um cenário de constantes mudanças na moda, a Chanel busca manter sua relevância global, e Blazy representa a aposta certa para guiar a maison em uma nova era de criatividade e sofisticação.

Louise Trotter assume direção criativa da Bottega Veneta após saída de Matthieu Blazy

Louise Trotter assume cadeira da direção criativa da Bottega Veneta após saída de Matthieu Blazy. Matthieu deixou a marca após fortes rumores de sua saída para atuar na marca de luxo Chanel, Blazy assume posição vaga há seis meses na Chanel.

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Na reta final do ano o mercado de luxo anda movimentado. Em comunicado oficial, o CEO da Bottega Veneta disse que a “estética de Trotter combina perfeitamente com a marca, seu design requintado com artesanato sublime e seu compromisso com a cultura se alinha com a nossa visão”. Ele ainda declarou ser extremamente grato a trajetória de Blazy na marca, “minha sincera gratidão por sua criatividade visionária”. Trotter irá assumir o cargo a partir de fevereiro de 2025.


Trotter já havia atuado na Lacoste (Foto: reprodução/032c/Victoria Camblin)

Trajetória

Louise Trotter já passou por marcas de luxo consolidadas e com nome forte no mercado como, por exemplo, Lacoste. Louise foi a primeira mulher a ocupar o cargo de direção criativa na marca francesa. Na carven a estilista ocupou o cargo por um curto período, menos de um ano.

Nascida no ano de 1969 em Sunderland, no Reino Unido, Trotter vive atualmente em Paris, formada em marketing e design na Universidade de Newcastle Polytechnic. Começou sua carreira como diretora de compras nas ruas de Whistles, logo após se mudou para os Estados Unidos para assumir a vice-presidência de design de moda feminina na Gap em Nova York. Depois disso, ela se tornou chefe de moda feminina na Calvin Klein, antes de assumir uma função de design na Tommy Hilfiger.

Ela se juntou à marca britânica Jigsaw como diretora criativa em 2007, com sua primeira coleção para a marca, que foi bem recebida pela imprensa de moda, estreando no outono daquele ano. Em 2009, ela assumiu o comando da Joseph, mudando-se para Paris e sucedendo o fundador da marca, Joseph Ettedgui, que morreu em 2010.

Em 2014, Trotter estreou um desfile de moda feminina Joseph durante a London Fashion Week, o que deu mais autoridade à própria marca do varejista multimarcas. Trotter também é amplamente creditada por um papel fundamental na expansão internacional da marca, bem como pela contratação do ex-aluno da Z Zegna, Franceso Muzi, como o primeiro designer da Joseph para sua coleção de moda masculina.

Mistério revelado: Matthieu Blazy assume direção criativa da Chanel em 2025

Matthieu Blazy já estava sendo cotado por diferentes veículos da imprensa especializada no mundo da moda para assumir a direção criativa da Chanel, e agora finalmente o anúncio oficial foi feito, “Estou muito feliz e honrado de entrar na maravilhosa Chanel. Estou ansioso para conhecer toda a equipe e escrever este novo capítulo”, declarou o designer em comunicado oficial.

Sucessão

Virginie Viard deixou a direção criativa da Chanel em junho deste ano e desde então a marca busca um sucessor para assumir o cargo. A última coleção da marca francesa não foi assinada por nenhum designer principal, tendo sido feita pelo time de moda da grife. A expectativa é que com a chegada de Matthieu surja uma abordagem combinando respeito pela tradição com uma visão inovadora, assim como foi sua chegada à Bottega Veneta.


Modelo da coleção de Matthieu para Bottega Veneta (Foto: reprodução/Instagram/Matthieu_blazy)

História

Blazy nasceu em 1984, sua carreira como designer começou acompanhado de Raf Simons, na época atuava na área de moda masculina da marca homônima. Sua primeira experiência moldou seu estilo atual, até hoje é possível ver referência deste trabalho em suas criações atuais. Em seguida Matthieu migrou para a Maison Margiela.

Foi então na Margiela que Blazy se destacou no mercado, misturando alta-costura ao disruptivo, Matthieu conquistou a indústria. Seu trabalho mais notório na marca foram as máscaras de cristais, que foram usadas pelo rapper Kanye West em suas turnês.

Em 2014 o designer tornou-se então sênior em sua atuação. Ele atuou sob a direção de Phoebe Philo, no estúdio da Celine, Phoebe é considerada outra grande personagem no mundo da moda. Philco também teve influência no estilo de desenho atual de Blazy, trazendo uma estética mais sofisticada e minimalista.

Entre os anos de 2016 a 2019, Blazy trabalhou novamente com Raf Simons, fazendo parte do time da Calvin Klein, como diretor de design das coleções masculina e feminina. Logo após foi nomeado como diretor criativo da Bottega Veneta, aonde atual até hoje. A frente da marca teve seu trabalho aclamado pela crítica, se consolidando como um dos nomes principais e mais talentosos de sua geração. Matthieu se destaca por sua criatividade e capacidade de criar coisas novas e ainda assim sofisticadas.

Apesar de jovem Matthieu carrega um currículo recheado de colaborações importantes, nome famoso no mundo da moda e com seu grande potencial para a criatividade. Caso realmente seja nomeado para a Chanel terá oportunidade de crescer e se destacar ainda mais e quem sabe até inaugurar uma nova era na marca de luxo.

Maxi bags: próxima tendência para 2025 promete chegar em grande estilo 

Práticas, estilosas e com espaço quase impossível de ser 100% ocupado, as maxi bags dominaram o mercado (e a lista de desejos) de toda uma geração fashionista nos anos 2000. De Chanel a Balenciaga, uma tote bag de luxo era a personagem protagonista nos ombros das maiores estrelas, como Paris Hilton e as irmãs Olsen – ícones da moda e com poder de influenciar que abalaria até a maior it girl atual do Instagram. 

Depois de uma predominância das baguetes e micro bags, o retorno das grandes bolsas já está com data de chegada: o próximo verão de 2025. A Geração Z inunda o TikTok com trends como “Tote Bag Girl”, onde mostram em vídeos seus exemplares – na maioria das vezes comprados em brechós online, já que o mercado parece ainda não ter entendido por completo esse movimento de retorno tão repentino – com tudo que carregam dentro. Suas versões mais low budget, as ecobags, também contribuíram para o sentimento de necessidade em carregar tudo de mais necessário (e, às vezes, o desnecessário também) em qualquer saída de casa. 

Nessa dança, entram grandes casas, como MiuMiu e Balenciaga, apostando na criação e lançamento de modelos que marcaram a década passada e prometem efervescer novamente o mercado. 

Ao flash dos paparazzis

Quem é millennial sabe que a maior divulgação que uma tendência de moda poderia ter no início dos anos 2000 era se essa fosse usada por uma celebridade americana queridinha (ou não) da mídia. Sem a presença unânime das redes sociais na época, o único contato que jovens fashionistas poderiam ter com suas personalidades favoritas, e com o que elas escolhiam usar, era por meio das revistas impressas. Nesse processo, fotógrafos se “especializam” com verdadeiros stalkers de celebridades e criaram a categoria paparazzis – péssimos para saúde mental, ótimos para a indústria da moda. 

Uma das maiores protagonistas desse momento foram as maxi bags que, de cada estilo e personalidade, acompanhavam estrelas pelas ruas e estampavam, posteriormente, as capas, levando jovens à loucura no desejo de uma peça igual.


Paris Hilton e Kim Kardashian em 2006, desfilando com suas maxi bags da Chanel (Foto: reprodução/PhotoNews International Inc./Getty Images Embed) 


A Chanel Cambon, modelo de 2006, configura uma das maiores tendências da época. Seu formato quadrado, sua estética almofadada e o icônico duplo C estampado criaram o paradigma de bolsas comicamente grandes para o momento fashion naquela década. Em época de Britney Spears, óculos Dior gigantes e frapês do Starbucks, o modelo se consagrou em muitas wishlists quando apareceu em um episódio do reality show “The Hills”, sucesso da MTV. 

Deixando de lado a brisa californiana, a City Bag da Balenciaga trouxe o estilo rock chic e urbano para a tendência das maxi. Queridinha das irmãs Olsen, o modelo desleixado era de tamanho absurdamente exagerado que chegava a parecer ilusão de ótica, às vezes tão grande que pareciam maiores que quem as carregava.


Ashley Tisdale e sua maxi City Bag da Balenciaga (Foto: reprodução/Pinterest/@purseblog)

A lista só aumentava, com outros ícones como a Yves Saint Laurent Muse e a Fendi Spy, que assim como a pioneira Chanel, eram escolhidas não apenas por seu estilo desafiador, mas porque serviam como escudo para garotas famosas perseguidas pelos flashes perturbadoramente incessantes da época. 

O retorno em outro cenário

Como o sistema pêndulo da moda nunca falha, as maxi bags prometem ser a mais nova tendência para o começo de 2025. Absurdamente grandes, começaram a emergir como tendência em 2023. Com o retorno das atividades presenciais pós-pandemia e a obsessão pela saúde física, ficou cada vez mais necessário um acessório capaz de transportar tudo que uma pessoa comum pode precisar em um dia fora de casa. E assim, as principais marcas parecem estar de olho nesse processo, com Balenciaga e MiuMiu apresentando lançamentos nas últimas edições das principais semanas de moda.


Lançamento bolsa MiuMiu, 2024 (Foto: reprodução/Spotlight Launchmetrics) 


Destaques também em coleções de Coach e Chloé, o renascimento das maxi bags casa perfeitamente com o comeback do estilo boho, que almeja um visual mais despretensioso e desleixado. Cria-se, então, um momento perfeito para o retorno em grande estilo dessa tendência, que agora, em uma era de caótica de Brat da Charli XCX, podemos sentir a presença dos dias de glória da trupe Paris-Nicole-Lindsay.

Ditando tendências: itens de beleza ganham status de acessórios da moda

A cada ano que passa, o conceito de moda e estilo se reinventam, trazendo algo novo para o cenário fashion, e essa busca por inovação vem revelando grandes coleções de destaques nas passarelas. Mas o segredo para esse sucesso, pode estar na união de elementos presentes no cotidiano, como itens de beleza e acessórios. É com essa junção que grandes marcas vêm criando uma nova tendência, transformando batons, perfumes e paletas de sombra, em peças sofisticadas da moda. 

As marcas de grife Versace, Fendi e Balmain, apostaram nessa nova tendência para a temporada de Verão 2025, e levaram para as passarelas pulseiras, colares, brincos e chaveiros em formato de itens de maquiagem, criando um novo jeito de usar os acessórios e transformando o comércio de cosméticos. 

Nova coleção da Chanel

Este ano a Chanel, marca francesa de luxo, trouxe em sua coleção nataliana uma edição limitada do seu famoso perfume “N°5” em formato de chaveiro, e mostrou como transformar o item em um acessório prático e sofisticado, transformando a experiência dos seus consumidores. 


Grandes marcas de moda estão transformando itens de beleza em acessórios sofisticados (Foto: reprodução/Instagram/@chanelofficial)


Mas esta não é a primeira vez que vimos acessórios comuns se transformando em apetrechos da moda. A modelo Hailey Bieber, no início deste ano lançou uma capinha de celular para a sua marca de beleza, Rhode, e a peculiaridade do material, é que atrás dele havia um compartimento que encaixava perfeitamente o Peptide Lip Treatment, um hidratante labial de sua marca. Dessa forma, esse novo jeito de juntar acessórios e maquiagem, vem ditando uma tendência no mercado e revolucionando a indústria da beleza.

O salto de pincel da Mari Maria 

No Brasil, temos uma marca representante de grande destaque que também introduziu um item inovador durante uma parceria pensando nesta nova tendência de mercado. A coleção de sapatos da Mari Maria, contava com um pincel pouco convencional, isto porque ele também era um salto alto com a agulha que se transformava em um item de maquiagem. 

Esse movimento no universo da moda, deve aparecer mais durante a temporada de moda de 2025.

Chanel apresenta coleção Métiers d’Art em Hangzhou

No encontro entre tradição e modernidade, o Lago do Oeste, em Hangzhou, serviu o cenário perfeito para a apresentação da coleção Métiers d’Art 2024/25 da Chanel na última terça-feira (3). O desfile aconteceu no final da tarde, no Patrimônio Mundial da UNESCO, dando espaço para esse conceito artesanal.

Criadas no Le 19M, em Paris, um centro que abriga 11 ateliês de artesãos especializados, como bordadores, joalheiros e chapeleiros, as peças da coleção traduzem a essência da alta costura em uma narrativa que une o charme parisiense à beleza intemporal da cultura chinesa.

Conceito da Métiers d’Art

Inspirada pelos antigos biombos Coromandel, pelas delicadas expressões da chinoiserie e pelas obras de arte em laca chinesa que tanto encantaram Gabrielle Chanel, a coleção Métiers d’Art 2024/25 da maison mergulha no universo do luxo e da história.

O Lago do Oeste, em Hangzhou, China, um lugar celebrado por poetas e artistas desde o século IX, com suas ilhas serenas, templos imponentes, jardins exuberantes e pontes graciosas, tornou-se o cenário ideal para essa homenagem.


Desfile Métiers d’Art da Chanel (Foto: reprodução/Chanel)

A escolha do local

O local não foi coincidência. Um dos biombos mais queridos de Coco Chanel, adornado com cenas da vida cotidiana tendo o Lago do Oeste como pano de fundo, decorava as paredes de seu estúdio no icônico 31 Rue Cambon, em Paris.

Agora, o mesmo ambiente que outrora serviu de inspiração artística torna-se palco para um desfile que exalta o glamour, a arte de viajar e os sonhos que conectam culturas. A coleção, feita à mão no Le 19M, revela um diálogo entre o legado de Chanel e a beleza intemporal da paisagem chinesa, traduzindo memórias e poesia em cada detalhe.


Desfile Métiers d’Art da Chanel (Foto: reprodução/Chanel)

Apresentação da coleção

A coleção apresenta uma variedade de casacos que transitam com elegância entre o dia e a noite. Modelos longos de ombros à mostra destacam-se ao lado de peças confeccionadas em tweed, cetim e veludo, enriquecidas por bordados de pequenas flores que evocam mistério e sofisticação.

Entre os destaques estão os casacos duffle e oversized, decorados com delicados botões em forma de sapos criados por Paloma, além de forros de cetim de seda que elevam o luxo. Casacos retos com cinturas marcadas contrastam com modelos abotoados de lado e versões de jantar, forradas em cetim branco, que são combinados com saias volumosas de pregas, saias ajustadas, calções e calças curtas, criando looks que equilibram modernidade e refinamento.


Desfile Métiers d’Art da Chanel (Foto: reprodução/Chanel)

A coleção reflete o tema da exploração com malas, estojos de beleza e malhas sofisticadas. O macacão com o padrão do biombo Coromandel aparece como forro sob os looks, enquanto as calças de ganga desbotadas evocam as ondulações do lago.

Tons escuros lembram a madeira das construções antigas e a noite. Detalhe para os acessórios dourados em cascata, trazendo ainda mais sofisticação aos looks. O calçado, que inclui botas de cano alto, sapatilhas de verniz e botas médias da Massaro, combina luxo e conforto, com materiais nobres que exaltam o legado de Chanel.