Presidente da Colômbia declara “situação de desastre” no país pelos efeitos das mudanças climáticas

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, declarou neste domingo (10) que o país está passando por uma “situação de desastre” em nível nacional. A calamidade causada pelas chuvas torrenciais causaram inundações em diversas zonas do território colombiano, enquanto Bogotá, a capital do país, passa por uma situação de seca com o racionamento de água.

Situação de calamidade

O estado de calamidade foi declarado em todo o país devido à variabilidade climática, que gerou vários impactos imprevisíveis, aumentou a vulnerabilidade em todo território da Colômbia, foi o que Petro, declarou durante a conferência de impressa sobre a situação.

O líder colombiano de esquerda ainda informou que o período chuvoso continuará até o mês de dezembro e esclareceu que a declaração do desastre se concentra em três áreas: Alta Guajira, Chocó e Bogotá.


Declaração do presidente da Colômbia sobre a “situação de desastre” no país (Reprodução/Instagram/@gustavopetrourrego)

Também ocorreu uma reunião com as autoridades de gestão de risco do país para analisar a situação das chuvas que ocorreram na região norte da Colômbia, que afetou dezenas de milhares de pessoas.

Uma Unidade Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (UGRD) publicou neste domingo (10) que as chuvas torrenciais registadas somente neste fim de semana causaram danos em aproximadamente 27 dos 32 departamentos do país. O boletim não especificou se houve mortes ou feridos, mas a mídia local informou que ocorreu um registro de uma mulher sendo arrastada por uma avalanche até a morte no departamento de Santander, no norte do país.

Os departamentos que registraram mais emergências por conta das chuvas torrenciais foram as áreas de La Guajira, Norte de Santander (norte), Chocó (noroeste), Huila e Cauca (sudoeste).

Departamentos mais prejudicados

Os principais danos ocorreram no departamento de Chocó, que é o mais pobre do país, onde ocorreram registros de cerca de 30 mil famílias afetadas. Mais de 4 mil casas, 18 escolas e quase 1.500 hectares de culturas foram afetadas, segundo relatório.

Petro garantiu que, embora a declaração de calamidade seja nacional, os esforços se concentrarão principalmente em Guajira, Chocó e na capital Bogotá, que desde abril deste ano sofre com o racionamento de água devido à seca nos reservatórios que a alimentam. O presidente chamou este fenômeno de “urbanização descontrolada”.

Sete desaparecidos após enchentes na Espanha interromperem viagens aéreas e ferroviárias

Sete pessoas estão desaparecidas após chuvas intensas provocarem enchentes no sul e leste da Espanha, nesta terça-feira. As tempestades geraram interrupções nos transportes aéreos e ferroviários, além de suspensões de aulas e eventos em diversas regiões, informaram autoridades locais.

Enchentes arrastam carros e interrompem buscas

Em Letur, cidade da província de Albacete, fortes enchentes varreram as ruas, arrastando veículos em meio à correnteza, conforme imagens divulgadas pela televisão espanhola. Equipes de emergência, com apoio de drones, estão procurando seis pessoas desaparecidas na área, segundo Milagros Tolon, representante do governo em Castilla-La Mancha. “A prioridade é encontrar essas pessoas”, afirmou Tolon à emissora pública TVE.

No leste, em L’Alcudia, região de Valência, a polícia busca um motorista de caminhão desaparecido desde a tarde de terça-feira, quando as chuvas intensificaram-se, provocando o transbordamento de rios e bloqueio de várias estradas.

Suspensões de voos e trens em Valência

Em Valência, as condições climáticas extremas desviaram 12 voos que pousariam no aeroporto da cidade, direcionados para outras regiões da Espanha, enquanto outros 10 voos foram cancelados, segundo a operadora aeroportuária Aena. Para a segurança dos passageiros, a operadora nacional de infraestrutura ferroviária, ADIF, suspendeu todos os serviços de trem na região até que “a situação volte ao normal”, com trens de alta velocidade entre Madrid e Valência também interrompidos até pelo menos 10h da manhã de quarta-feira.

A prefeitura de Valência anunciou a suspensão de todas as aulas e eventos esportivos na quarta-feira, além do fechamento de parques, enquanto equipes de resgate em Alora, Andaluzia, utilizaram helicópteros para retirar moradores após o transbordamento de um rio local. Um trem de alta velocidade com 276 passageiros descarrilou na região, mas sem feridos, segundo o governo regional.


Homens ao lado de um carro coberto de lama (Foto: reprodução/Jorge Guerreiro/AFP)

Estado de alerta e impactos climáticos

A agência meteorológica estatal AEMET declarou alerta vermelho em Valência e um nível elevado de alerta em partes da Andaluzia, mantendo bloqueadas várias estradas. Cientistas apontam que eventos climáticos extremos como esse tendem a se intensificar devido às mudanças climáticas, embora sem detalhes específicos sobre o impacto direto das alterações climáticas neste episódio.

O primeiro-ministro Pedro Sanchez usou a rede social X para comentar sobre os desaparecidos e os danos provocados pela tempestade, ressaltando a importância de que a população siga as orientações das autoridades para sua segurança e evite deslocamentos que não sejam essenciais.