Ciclone extratropical traz ventos de até 80 km/h e chuva intensa ao centro-sul do Brasil

O ciclone extratropical que se forma sobre o Sul do país provocará queda de temperatura, chuvas fortes e rajadas de vento entre 50 e 70 km/h, podendo superar 80 km/h em pontos isolados. O sistema começa a afetar o Rio Grande do Sul no domingo (12) e avança para o restante do Sul e para São Paulo nos dias seguintes.

Ventos fortes e risco de temporais no fim de semana

A combinação de uma frente fria com um sistema de baixa pressão vai intensificar a ventania e as precipitações já a partir do domingo (12). O Rio Grande do Sul será o primeiro a sentir o impacto, com rajadas mais fortes e chuva constante. Mato Grosso do Sul e São Paulo terão aumento das chuvas já no domingo, com risco de temporais isolados.

As rajadas previstas oscilam entre 50 e 70 km/h, mas em pontos isolados, como áreas litorâneas, serranas e trechos mais expostos, os ventos podem ultrapassar 80 km/h. Há ainda possibilidade de queda de granizo em algumas localidades, o que eleva o risco de danos a plantações, carros e estruturas leves. Autoridades locais e serviços de emergência recomendam atenção a possíveis alagamentos, queda de árvores e interrupções no fornecimento de energia.


Meterologista explica o fenômeno (Vídeo: reprodução/Instagram/@climatempo)

Nova frente fria e formação do corredor de umidade no Norte

A instabilidade não deve se encerrar com o feriado. Na quarta-feira (15) uma nova frente fria chega ao Sul e deve provocar temporais até a sexta-feira (17). Nesse período a chuva tende a diminuir no Sudeste, acompanhada de leve elevação das temperaturas entre um sistema e outro. Entre sexta (17) e sábado (18) a frente fria avança sobre o Centro-Oeste e retorna a provocar pancadas de chuva e ventos moderados nessas regiões.

No Norte, observa-se a formação do chamado corredor de umidade, que aumenta a área e a intensidade das chuvas pela primeira vez nesta sequência. O fenômeno pode ocasionar precipitação mais frequente no período, exigindo atenção para estradas e comunidades ribeirinhas.

Com a sucessão de frentes frias e o avanço do ciclone, a recomendação é evitar viagens desnecessárias durante períodos de chuva intensa,  manter-se informado por alertas oficiais e checar riscos locais antes de sair de casa.

Rio chove forte pelo terceiro dia e rompe com a estiagem

Após dois meses de estiagem, o Rio de Janeiro experimenta um alívio inesperado: a chuva intensa retorna à cidade pelo terceiro dia consecutivo. Em meio a índices pluviométricos variados e áreas que sofrem com o calor acumulado, a tempestade promete trazer não só alívio para o ambiente urbano, mas também reflexos positivos para a população que enfrenta o período seco.

Precipitações aliviam o calor e reavivam a cidade

Na última quinta-feira, diversas áreas do Rio registraram chuva moderada a forte. Segundo informações do Centro de Operações Rio (COR) e do AlertaRio, os índices de chuva foram menores do que os registrados na noite anterior, quando a zona Sul da cidade recebeu mais de 20 mm de chuva. No entanto, locais como Laranjeiras se destacaram, com 8,2 mm de precipitação entre as 20h e 20h15. Outros bairros, como Tijuca (3,2 mm), Alto da Boa Vista (2,2 mm), Grande Méier (1,8 mm) e Recreio dos Bandeirantes (2,4 mm), também tiveram registros significativos, principalmente no início da noite. Nas zonas Oeste e Norte, as chuvas começaram com intensidade mais baixa, mas já mostram sinais de expansão conforme os núcleos de nuvens se movimentam pela cidade.


Vídeo divulgado nas redes sociais sobre o clima da cidade na parte da noite (Vídeo: reprodução/X/@OperacoesRio)

As rajadas de vento e a ocorrência de raios acompanham a chuva, reforçando a necessidade de cautela entre os moradores. Enquanto as nuvens baixas se deslocam pelo centro e pela Grande Tijuca, a expectativa é que a chuva continue a aliviar as altas temperaturas, criando um cenário bem diferente do período seco que o Rio enfrentou nas últimas semanas.

Condições meteorológicas indicam moderação para as próximas horas

Segundo o AlertaRio, a previsão para o restante da noite aponta para a continuidade da chuva, embora com intensidade reduzida na maior parte da cidade. Áreas do Centro e da Zona Norte devem receber chuva moderada, acompanhada de rajadas de vento que podem ser consideradas moderadas. Essa mudança promete equilibrar o clima, trazendo um ambiente mais ameno e contribuindo para a recuperação dos lençóis freáticos afetados pela seca.

Especialistas monitoram a situação de perto, orientando a população a manter a atenção devido à possibilidade de relâmpagos e ventos fortes. A retomada das chuvas é recebida com alívio, mas também com um alerta: é importante seguir as recomendações das autoridades meteorológicas e evitar áreas propensas a alagamentos.


Chuva chega a bairros das zonas Norte, Oeste e Sul do Rio, além do Centro (Foto: Reprodução/Giampaolo Morgado Braga)

Com a retomada das chuvas, o Rio de Janeiro vivencia um momento de transição que pode influenciar positivamente o clima e a qualidade de vida na cidade. A população aguarda novas atualizações enquanto as condições climáticas parecem finalmente mudar, sinalizando o fim de um período difícil e o início de uma nova fase de renovação.

Tempestade causa estragos na cidade de São Paulo

Uma intensa tempestade atingiu a cidade de São Paulo na sexta-feira, 24 de janeiro, causando graves transtornos à população. Segundo a Defesa Civil, o volume de chuva registrado foi de 125,4 milímetros, o terceiro maior da história da capital. A última chuva com intensidade semelhante ocorreu em julho de 2006.

Consequências da chuva

O temporal provocou inundações generalizadas, deixando ruas e estações de metrô submersas. Carros foram arrastados por enxurradas, e aproximadamente 160 mil pessoas ficaram sem energia elétrica em diversas regiões. Um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais mostra pessoas se segurando em grades de uma estação de metrô para não serem levadas pela correnteza, causando comoção entre os internautas.


Metrô impossibilitado de circular por causa do alagamento (Foto: reprodução/x/g1)

Em algumas áreas da cidade, o acumulado de chuva superou 100 milímetros em apenas duas horas, agravando ainda mais os impactos. A Defesa Civil emitiu alertas por mensagens de texto, orientando os moradores sobre os riscos das chuvas intensas e das fortes rajadas de vento que acompanhavam o temporal.

Além dos alagamentos, o desabamento do teto de um shopping localizado na zona norte foi registrado. Felizmente, ninguém ficou ferido no incidente. Já o transporte público sofreu interrupções em algumas linhas de metrô devido às inundações e à gravidade da situação, causando transtornos aos passageiros.

Os resultados do descaso do poder público

A força da chuva expôs a vulnerabilidade da infraestrutura da cidade em situações de extremos climáticos. Especialistas destacam a importância de melhorias no sistema de drenagem urbana e ações preventivas para minimizar os impactos de eventos como esse, que vêm se tornando cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas.

A Prefeitura e a Defesa Civil continuam monitorando as condições climáticas e alertando a população sobre possíveis novas chuvas fortes nos próximos dias. Recomenda-se que os moradores evitem áreas de risco e se mantenham informados por meio dos canais oficiais.

Ciclone extratropical previsto para o Brasil

O ciclone extratropical que está previsto para atingir o Sul do Brasil está semana pode ter algumas características e impactos específicos. Confirmado para chegar nesta quarta-feira (23), entre o Uruguai e o Rio Grande do Sul, tem potencial para fortes ventos na região sul até o fim desta semana.

Informações do Inmet

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os ventos podem ultrapassar a margem de 80 km/h, áreas de instabilidade provocadas pelo calor e umidade associada ao sistema de baixa pressão que irão provocar pancadas de chuvas no oeste do Paraná e também centro-oeste do Planalto sul de Santa catarina.

Ainda segundo o site, à medida que o ciclone se forma, provocará volumes altos de chuvas e ventos fortes, e nesses casos o sol também aparecerá por alguns momentos e fará o tempo ficar calmo, mas logo em seguida o céu fica encoberto.

A previsão da chegada no centro oeste de São Paulo, sul, Mato Grosso do Sul e Paraná, deve ser entre a madrugada de quinta-feira e a madrugada de sexta-feira e poderão ocorrer tempestades com raios intensos. 


Ventos fortes (Foto: reprodução/Instituto de Engenharia/Terra)

Formação e movimento 

Esses ciclones geralmente se formam em áreas de baixa pressão e estão associados a frentes frias. Eles podem se deslocar rapidamente, influenciando o clima em várias regiões, são uma característica marcante dos ciclones extratropicais e podem ocorrer rajadas de vento causando danos em árvores, estruturas e afetando a energia elétrica.

As chuvas podem ser benéficas para algumas regiões, mas também podem causar danos a plantações que não estão preparadas para tanta umidade, é fundamental acompanhar as atualizações meteorológicas e as orientações das autoridades locais sobre como se proteger durante esse período, e pedir ajuda se for necessário.

 Se possível, permaneça em casa durante as fortes chuvas. Se precisar sair, evite áreas propensas a alagamentos, esses cuidados podem ajudar a minimizar os riscos durante chuvas fortes.

Chuva causa queda de energia em mais de 30 mil imóveis na Grande São Paulo

A Grande São Paulo enfrentou, na manhã deste sábado (19), interrupções de energia que afetaram mais de 30 mil imóveis, de acordo com informações divulgadas pela Enel. A falha no fornecimento de energia ocorreu após uma chuva moderada atingir a região, impactando especialmente a capital paulista, onde quatro bairros ficaram no escuro: Pinheiros, Vila Andrade, Jabaquara e Santo Amaro.

Impacto nos bairros da capital

Na cidade de São Paulo, moradores dos bairros de Pinheiros, Vila Andrade, Jabaquara e Santo Amaro relataram interrupções de energia logo após o início da chuva. Conforme informado, os problemas começaram por volta das 9h e ainda não havia previsão exata de quando o fornecimento seria restabelecido em todas as áreas. Algumas localidades afetadas ainda contavam com imóveis que estavam sem energia desde o apagão da última sexta-feira (11).


Equipe da Enel realizando reparo em postes (Foto: reprodução/Leandro Chemalle/The News 2/Estadão Conteúdo)

A Enel comunicou que equipes de manutenção foram deslocadas para as áreas impactadas e que o trabalho para restabelecer o fornecimento estava sendo realizado de forma gradual. Em nota, a concessionária ressaltou que as equipes estavam empenhadas em resolver os problemas e minimizar os transtornos aos consumidores. Segundo dados divulgados pela empresa, o total de imóveis afetados é de aproximadamente 111.519. Em comunicado, a Enel afirmou que “esse número representa 1,35% das mais de 8 milhões de unidades consumidoras atendidas pela empresa.”

Atendimento aos clientes

Na segunda-feira (14), a Aneel e o Ministério de Minas e Energia deram um prazo de três dias para a concessionária Enel solucionar os problemas mais críticos de falta de energia na Grande São Paulo, em decorrência do temporal de sexta-feira (11). Na terça-feira (15), a Justiça de São Paulo, através de uma liminar obtida pela Defensoria Pública, estabeleceu um prazo de 24 horas para que a Enel restabelecesse a energia nas residências afetadas, sob pena de multa de R$100 mil por hora em caso de não cumprimento. O prazo terá início na segunda-feira (21), após a intimação do representante da empresa.

A Enel aconselha os consumidores que estão enfrentando falta de energia a contatarem os canais de atendimento da empresa para relatar os problemas, podendo utilizar o aplicativo, o site oficial ou o telefone. A concessionária também sugeriu que, em situações de interrupção prolongada, os clientes mantenham os eletrodomésticos desligados para evitar danos quando a energia for restabelecida.

Matéria por Alexia Gabriela (Lorena – R7)

Enel afirma ter restabelecido energia seis dias após as fortes chuvas que atingiram SP

Quase uma semana após o temporal que atingiu a Grande São Paulo, o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, afirmou na manhã desta quinta-feira (17), que a situação “é muito próxima da normalidade”. Residências e comércios que sofreram um verdadeiro apagão após o temporal histórico tiveram sua energia restabelecida.

Moradores seguem sem energia

Mesmo com a grande operação de retomada feita pela empresa de distribuição de energia, cerca de 36 mil moradores continuam às escuras. Em coletiva de imprensa, Guilherme disse que o número é muito próximo ao normal em dias de eventos adversos.

“Nesse momento estamos com 36 mil clientes sem energia. Isso significa uma operação muito próxima da normalidade. temos 8,2 milhões de clientes. Em uma operação normal oscila entre esse patamar ou pouco mais. Continuamos nossa força de tarefa mobilizada, atuando em campo”, afirmou o presidente.

Chamados abertos durante o temporal serão prioridades


Apagão atingiu Grande SP (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)

Mesmo garantindo que a operação está controlada e segue um padrão de normalidade, o executivo afirmou que é possível que alguns chamados abertos durante o temporal ainda não tenham sido atendidos, para esses casos ele afirma que serão tratados como prioritários e que “esses são os que vamos restabelecer agora”.

Energia foi retomada mais rapidamente

Cerca de 3,1 milhões de pessoas ficaram sem luz durante a primeira queda de energia que ocorreu durante o temporal. A Enel apresentou dados que revelam que a rede afetada inclui 17 linhas de alta tensão, 11 subestações, 221 circuitos de média tensão, 105 transformadores, 251 postes e 1.492 ocorrências com vegetação.

Em novembro de 2023 a cidade também sofreu um apagão. Segundo a companhia, esses foram eventos atípicos e que a recuperação em comparação com o ano passado foi melhor.

Segundo Guilherme Lencraste, mesmo não considerando a situação mais como um estado de crise, a Enel mantém a operação especial até não ter mais nenhuma ocorrência pendente relacionada ao apagão da última semana.

Amazônia passa pela maior seca já registrada na história

O Brasil passa por uma seca sem precedentes e é a mais intensa na história em partes de um dos biomas mais importantes do mundo, a floresta amazônica. A seca deve superar a estiagem severa de 2021 no Pantanal. O número de focos de incêndio também bateu recorde, com o registro de 164.543 entre janeiro e esta segunda-feira (09), segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A gravidade da situação

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) detalhou o acontecimento, que ocorre desde segundo semestre de 2023, em uma nota técnica. O documento reporta que cerca de 5 milhões de km², 59% do país, estão sob algum grau de seca. Até agora, a estiagem mais longa registrada foi a de 2015-2016, que atingiu 54% do território nacional. O terceiro lugar fica para a estiagem de 1997-1998, que afetou 3,6 milhões de km², ou seja, 42%.

Os cientistas frisam que com o passar dos anos, as secas têm sido mais frequentes e intensas. O Pantanal, por exemplo, tem sofrido com chuvas abaixo do esperado desde a década de 80 e com seca desde 2019, com o agravamento da mesma nos anos de 2021 e agora, em 2024. Algo semelhante aconteceu na Amazônia, que, nas últimas duas décadas, tem períodos alternados de cheias e secas extremas.


O Brasil vêm sofrendo com períodos cada vez mais longos sem chuva (Foto: Reprodução/Stephanie Maze/Getty Images Embed)


Segundo o climatologista da USP, Tercio Ambrizzi, as secas extremas devem se tornar no novo padrão, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Para ele, em 2025 a tendência deve continuar, mesmo com a La Niña em formação. Esse fenômeno meteorológico ocorre quando as águas do Pacífico se resfriam, trazendo mais chuvas e um alívio muito merecido para o calor intenso. 

As mudanças climáticas e o desmatamento são destacados pelo Cemaden como fatores que aumentam os riscos e a severidade da estiagem, que, este ano, afetou duramente a faixa ocupada pelo Acre, Amazonas, Mato Grosso, São Paulo e o Triângulo Mineiro. Esta região tem municípios que estão há 12 meses consecutivos sem chuva.

História incompleta

Os dados meteorológicos sobre as secas históricas não cobrem todo o país, que teve secas intensas, mas regionais, sendo a maioria no Norte e no Nordeste. A seca de 1877-1879, no Nordeste, foi a que mais fatal, e matou meio milhão de pessoas de fome, sede e doenças.

Um estudo da USP aponta que em partes do Cerrado, como no Norte de Minas Gerais, passam pela pior seca já registrada em 700 anos. Os pesquisadores compararam os dados atuais com os de 1915, reconstituindo as condições da época por meio de análise da composição química de rochas encontradas em cavernas e fósseis de árvores.


A período prolongado de estiagem faz aumentar o risco de incêndios (Foto: Reprodução/Sergio Lima/AFP/Getty Images Embed)


Tudo aponta para uma soma de fatores como responsável pela aridez deste ano. Uma estação chuvosa fraca no ano passado nas regiões Centro-Oeste e Norte, decorrente do El Niño, não deixou a umidade do solo e da vegetação serem repostas. Em consequência, os aquíferos não foram recarregados. Com o calor intenso acelerando a evaporação, o resultado foi o início precoce da seca de 2024.

A razão das queimadas

Os focos de incêndio dobraram em relação ao ano passado. O clima seco e quente é propício à propagação do fogo, mas especialistas destacam que para que as chamas se espalhem, é preciso ter a intenção de alguém. Portanto, fontes como bitucas de cigarro acesa e reflexo de cacos de vidro e latinhas, por exemplo, não têm muita importância nas queimadas.

“É muito conveniente colocar a conta na mão do clima. Se estamos nessa situação é porque tem gente ateando fogo”, disse Karla Longo, especialista do Inpe. Outros profissionais do instituto apoiam a fala, dizendo que é muito difícil um cigarro iniciar um incêndio e que a maioria dos incêndios florestais é iniciado por um isqueiro ou fósforo e depois é alimentado por gasolina ou querosene.

Com a previsão de chuvas ainda longe no horizonte, o calor deve continuar na maior parte do Brasil. De acordo com o Cemaden, o país irá ficar praticamente seco até o dia 23, com precipitação prevista apenas para o início de outubro, com exceção de algumas partes do Rio Grande do Sul e do extremo norte da Amazônia.

Queda na temperatura: alerta de onda de frio nesta segunda-feira (08)

Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina estão sob alerta amarelo devido à previsão de queda de até 5°C na temperatura nesta segunda-feira, 8 de julho, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Essa frente fria deve chegar com mais intensidade à região Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, que estão em alerta laranja. A temperatura pode cair até 5°C abaixo da média durante cinco dias.

Podendo chegar a 0°C, o estado do Rio Grande do Sul segue em alerta para o perigo de geada no centro e no sul da região.

Estados em alertas

Nesta semana, uma onda de frio está prevista para atingir diversos estados brasileiros, trazendo temperaturas abaixo do normal para esta época do ano. Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí e Tocantins estão sob aviso, preparando-se para temperaturas mais baixas e condições climáticas adversas. É essencial que os moradores dessas regiões estejam alertas e tomem medidas de precaução e o acompanhamento de informações meteorológicas atualizadas.

Em alguns lugares do país, o volume das chuvas pode chegar a 30 mm/h e os ventos a 60 km/h, mais precisamente nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Rio de Janeiro nublado (foto: reprodução/@operacoesrio)

Previsões para os próximos dias

Para os próximos dias, a previsão indica variações significativas nas temperaturas de algumas capitais do sul e sudeste do Brasil. Em Curitiba, no Paraná, espera-se uma mínima de 10°C na segunda-feira, com máxima de 21°C, enquanto na terça-feira a mínima sobe para 13°C e a máxima para 23°C. Já em São Paulo, a temperatura deve oscilar entre 13°C e 21°C na segunda-feira, com leve queda na mínima para 12°C na terça-feira, mantendo a máxima de 21°C. Em Florianópolis, Santa Catarina, a mínima será de 14°C e a máxima de 18°C na segunda-feira, com temperatura mínima reduzindo para 11°C na terça-feira e máxima alcançando 21°C. Por fim, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o clima será mais frio, com mínima de 6°C e máxima de 14°C na segunda-feira, seguido por mínima de 7°C e máxima de 10°C na terça-feira.

Pesquisa aponta que 30% dos moradores do RS pensam em mudar de residência

Os últimos eventos climáticos que atingiram a região sul do Brasil, afetaram mais de 2,3 milhões de pessoas, muitas delas perderam parentes, animais domésticos e suas residências. Acostumados com fenômenos meteorológicos na região, os moradores se veem desta vez incapazes de recomeçar suas vidas no mesmo local. 

Segundo estudo realizado pela Startup Loft e Offerwise, 80% das pessoas declararam que os fenômenos climáticos já teriam prejudicado sua residência ou de familiares. Cerca de mil pessoas foram entrevistadas no período de 4 a 7 de junho, 41% deles expressaram o desejo de deixar a região. Surpreendentemente o percentual de moradores que não pretendem se mudar é maior, mesmo com as condições adversas muitos deles têm o sentimento de força e acreditam que irão recomeçar novamente. 

A empresária Camila Portela, que mora em Venâncio Aires, município do Vale do Rio Pardo, relatou que não teve dúvida com relação a deixar o bairro, ao se deparar com sua residência submersa por semanas e mesmo após baixar a água, o mal cheiro continua nas ruas e residências devido ao acúmulo de resíduos deixados pela enchente. Camila já havia se mudado de outro bairro que foi atingido por uma enchente em 2014, na ocasião a água chegou a atingir 1,70 metros alagando residências e comércios no bairro União, região central da cidade. 


Cidade alagada após enchente no RS (Foto: reprodução/Jefferson Bernardes/Getty Images Embed)


A difícil missão do recomeço

A cidade de Passo Fundo no norte do estado tornou-se o destino para muitas famílias que decidiram reconstruir suas vidas após as enchentes que devastaram várias regiões. A Secretaria de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS) atendeu dezenas de famílias oriundas de diversas partes e que buscaram em Passo Fundo um local para recomeçar.

Segundo Rafael Bortolussi, secretário da instituição, a maioria dessas pessoas teriam chegado lá apenas com a roupa do corpo, famintas e sem moradia.

A angústia de ter vivido momentos de desespero em meio à destruição, ainda vem em suas mentes, mas a força em recomeçar logo os dominam novamente.


Animais isolados após enchente no RS (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Medidas para evitar a tragédia 

O estado do Rio Grande do Sul está numa região geograficamente vulnerável a mudanças climáticas. Segundo a professora de urbanismo da UFRGS a cidade é uma área de risco iminente, por conta da impermeabilização do solo, desvios ou canalizações mal feitas, o que acaba sobrecarregando outras áreas mais frágeis da região. 

A proteção da cidade de Porto Alegre já foi estudada há muito tempo, uma gigantesca obra de engenharia foi feita com 68 km de diques, que protegem a cidade das águas dos rios Rio Gravataí e do Guaíba. Os diques chegam a 6 metros de altura impedindo que água entre na cidade.

Existem 19 estações de bombeamento que ajudam a retirar a água da capital e um sistema que fecha as comportas quando o nível dos Rios sobem. A questão é que o sistema de proteção ficou obsoleto e as ameaças climáticas se intensificaram. 

Uma das soluções possíveis seria uma grande obra em que o Rio Guaíba escoaria para a Lagoa dos Patos a maior quantidade de água e posteriormente seria levada para o Oceano Atlântico por uma saída estreita. O alargamento de canais é a solução mais aceitável de fazer, além de estender o sistema de proteção para outras partes da região, evitando a sobrecarga das bombas que retiram as águas da cidade. 

Matéria por Ana Nascimento (Lorena – R7)

Rio Grande do Sul trabalha preventivamente para evitar novas tragédias

Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, organizou uma força tarefa em Porto Alegre, determinando o deslocamento de frotas e equipes de resgate para regiões mais vulneráveis: Vales do Caí e do Taquari, Serra Gaúcha e Litoral Norte. A Defesa Civil emitiu um alerta sobre novos eventos extremos até as 10h de quarta-feira (19).

Em virtude dos últimos episódios de chuva na região, o estado gaúcho quer prevenir que outras tragédias aconteçam. Medidas importantes foram definidas em reunião na Sala de Situação da Defesa Civil Estadual.

Trabalho preventivo especializado

De acordo com as previsões da Sala, há riscos de novas enchentes nos Vales do Caí e do Taquari, e deslizamentos na Serra Gaúcha e Litoral Norte. Por esse motivo, tropas especializadas em áreas deslizadas e cães de buscas estão sendo destacados.

Ainda conforme a previsão, até amanhã, as chuvas volumosas colocam em estado de alerta os moradores da região hidrográfica do Guaíba, envolvendo os rios Taquari e Caí, já acima da cota de inundação, podendo atingir níveis mais críticos.


Alerta Defesa Civil do RS (reprodução/Instagram/@defesacivilrs)


Na região hidrográfica do Uruguai, os rios apresentam condições de normalidade, com exceção do Rio Ijuí, o qual está sob observação.

Os temporais provocarão ventos que podem ultrapassar os 70 quilômetros por hora nas regiões das Missões, Campanha, Vales, Serra Gaúcha e noroeste do estado. Na metade sul, podem variar de 40 a 50 km/h.

Evento microexplosão

No último final de semana, aconteceu uma microexplosão, fenômeno caracterizado por chuva volumosa em curto espaço de tempo, geralmente acompanhada de rajadas de ventos, em São Luiz Gonzaga. O evento afetou cerca de 15 mil pessoas, deixou 400 desalojadas e uma ferida.

Os meteorologistas alertam que, embora a repetição de eventos extremos como os ocorridos na enchente do último mês seja improvável, os volumes de chuva previstos para os próximos dias devem ser monitorados.