A atriz e ativista francesa Brigitte Bardot morreu neste domingo (28), aos 91 anos. Sua trajetória marcou profundamente o cinema europeu e consolidou Bardot como um ícone, sobretudo, do cinema francês. Apesar da carreira relativamente curta, Brigitte construiu uma filmografia influente. Além disso, redefiniu representações femininas no cinema do século 20.
O estrelato internacional e as obras que redefiniram padrões
Nos anos 1950, Bardot surgiu como símbolo de liberdade. Desde então, seus personagens romperam convenções morais e comportamentais. Consequentemente, a atriz tornou-se referência cultural além das telas. Sua imagem impactou moda, comportamento e debates sobre autonomia feminina.
Antes de deixar o cinema, em 1973, Bardot participou de mais de 40 produções. Brigitte construiu uma trajetória singular no cinema e , assim, consolidou um legado duradouro. Algumas de suas principais filmografias são:
“E Deus Criou a Mulher” (1956)
Dirigido por Roger Vadim, o filme lançou Bardot internacionalmente. A personagem Juliette simbolizou desejo, liberdade e transgressão. Além disso, a produção causou escândalo na Europa. Posteriormente, influenciou debates sobre sexualidade no cinema moderno.
Bardot e seu marido, o cineasta francês Roger Vadim (Foto: reprodução/FRANZ CHAVAROCHE/Getty Images Embed)
“A Verdade” (1960)
Neste drama, Bardot interpreta uma jovem julgada por assassinato. A narrativa revela múltiplas camadas psicológicas da personagem. Com direção de Henri-Georges Clouzot, o filme marcou uma virada dramática. Inclusive, recebeu indicação ao Oscar internacional.
“O Desprezo” (1963)
Dirigido por Jean-Luc Godard, o longa explora a crise conjugal e o mercado cinematográfico. Bardot assume atuação mais contida. Por isso, o filme tornou-se referência da Nouvelle Vague. Até hoje, segue amplamente estudado.
“Viva Maria!” (1965)
Ao lado de Jeanne Moreau, Bardot vive uma aventureira improvável. O filme mistura humor, política e musical. Ambientado na América Latina fictícia, o longa critica o autoritarismo. Assim, amplia o alcance político da atriz.
Jeanne Moreau e Brigitte Bardot em cena de “Viva Maria!”, em 1965 (Foto: reprodução/Keystone-France/Getty Images Embed)
“Don Juan Fosse Mulher” (1973)
Em um de seus últimos papéis, Bardot revisita o mito de Don Juan. A personagem usa sedução como forma de poder. Dirigido por Roger Vadim, o filme reflete a maturidade artística. Logo depois, a atriz deixou definitivamente o cinema.
Vida após as telas e ativismo
Nascida em Paris, em 1934, Bardot destacou-se cedo. Desde então, tornou-se símbolo sexual e cultural global. Nos anos 1970, ela abandonou a carreira artística. Logo em seguida, passou a viver de forma reservada em Saint-Tropez. Posteriormente, Brigitte dedicou-se integralmente à causa animal e criou a Fundação Brigitte Bardot, ampliando sua atuação internacional. Já em meados de 1974, pouco antes de completar 40 anos, a atriz anunciou o fim definitivo da carreira, afirmando estar cansada da indústria e desejosa de “sair elegantemente”.
Desde então, a fundação passou a atuar também em zonas de conflito, como Iraque, Afeganistão, Ucrânia e Gaza, resgatando animais em meio a guerras. Em 1984, Bardot foi diagnosticada com câncer de mama, recusou quimioterapia, optou por radioterapia e se recuperou dois anos depois. Já em 2008, sua passagem pelo Brasil inspirou o curta “Maria Ninguém”, que retrata sua ida a Búzios, com Fernanda Lima no papel da atriz. Assim, Bardot seguiu como figura central da cultura francesa e mundial.
