Gérard Depardieu é condenado a 18 meses de prisão por agressões sexuais

O ator e cineasta francês Gérard Depardieu foi condenado nesta terça-feira (13), a 18 meses de prisão por crimes de agressão sexual, informou a agência de notícias Reuters. Segundo a condenação do tribunal francês, ele não cumprirá a pena imediatamente.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), o tribunal considerou o ator culpado por ter agredido sexualmente duas mulheres em um set de filmagem em 2021. A Corte também pediu para que ele fosse incluído no cadastro nacional de criminosos sexuais.

O ator, de 76 anos, foi condenado por ter apalpado uma cenografista, de 54 anos, e uma assistente, de 34 anos, durante as filmagens de “Les Volets Verts”, de Jean Becker. Durante o julgamento, realizado em março, o ator francês negou que seu comportamento tivesse conotação sexual.


Gerárd Depardieu. (Foto: reprodução/Chesnot/Getty Images Embed)


Gérard Depardieu é condenado e não cumprirá pena de imediato

Durante o julgamento de quatro dias, em março, Depardieu rejeitou as acusações. Ele reconheceu que havia usado linguagem vulgar e sexualizada no set de filmagem e que agarrou os quadris de uma vítima durante uma discussão, mas negou que seu comportamento fosse sexual.

O cineasta francês não compareceu à audiência desta terça-feira. O ator, possui um currículo com mais de 200 filmes e séries de televisão, em contrapartida, é a figura que enfrenta mais acusações de violência sexual na resposta do cinema francês ao movimento #MeToo.

Embora tenha surgido em Hollywood, o movimento #MeToo tem ampliado sua presença na França, onde denúncias de assédio vinham sendo historicamente silenciadas. A condenação do indicado ao Oscar em 1991 por sua atuação em “Cyrano de Bergerac”, pode representar um ponto de virada e abrir caminho para que mais vítimas tenham coragem de denunciar. O silêncio começa a ser rompido.

Vítimas serão indenizadas

O ator Gérard Depardieu foi condenado nesta terça-feira (13), a 18 meses de prisão por agressões sexuais cometidas durante as filmagens de um longa em 2021. A decisão foi tomada por um tribunal francês, mas a pena não será cumprida de imediato. O caso envolve duas mulheres que trabalhavam no set e relataram toques indesejados e comportamentos inapropriados do artista.

Além da condenação penal, Depardieu terá que indenizar em 29.040 euros às vítimas, cerca de R$ 183 mil. Também foi determinado pela Corte, a inclusão do nome do ator no cadastro nacional de criminosos sexuais. As vítimas são; uma cenografista de 54 anos e uma assistente de 34 anos, que trabalhavam na produção do filme “Les Volets Verts”, dirigido por Jean Becker.

A decisão do tribunal repercutiu fortemente no meio artístico e reacendeu o debate sobre abusos de poder em ambientes de produção cultural. Para muitas mulheres da indústria, a condenação é um sinal de avanço, mesmo que tardio, na responsabilização de grandes nomes. O caso Depardieu reforça a urgência de ambientes mais seguros e igualitários.


Gerárd Depardieu no Tribunal de Paris. (Foto: reprodução/Dimitar Dilkof/AFP/Getty Images Embed)


Consequências vão além da justiça

Mesmo sem cumprimento imediato da pena, os efeitos da condenação já são sentidos na carreira e imagem pública do ator. Projetos com seu nome passaram a ser revistos, e sua participação em novos trabalhos estão sendo questionadas. Para o público feminino, a justiça simboliza um passo importante, ainda que o caminho por igualdade e respeito represente uma distante utopia.

Ator Gerárd Depardieu, acusado de agressão sexual, passa por julgamento

O julgamento do ator francês Gérard Depardieu, acusado de agressão sexual durante as gravações do filme “Les Volets Verts” (2022), começou nesta segunda-feira (24). Ele é julgado por supostamente ter abusado sexualmente de duas mulheres durante as filmagens do filme. Elas alegam que o ator as apalpou no set de gravações e uma delas foi assediada na rua.

Depardieu, que é grande figura do cinema francês, nega todas as acusações. Ele tem enfrentado um número crescente de alegações de agressão sexual nos últimos anos e possui 13 imputações no intervalo de 2004 a 2022. Esse será o primeiro caso em que ele é julgado, apesar de já ter sido preso anteriormente por conta das denúncias.

O advogado do ator, Jérémie Assous, afirmou que o caso é baseado em “falsas acusações” e que na corte confrontar as alegações com a realidade “A verdade está do nosso lado”. Ele também disse que seu cliente iria comparecer ao julgamento, inicialmente marcado para outubro de 2024, mas que precisou ser adiado por conta do estado de saúde do ator.


Momento em que Gérard Depardieu chega ao tribunal (reprodução/X/@jbaptistemarty)


Acusações

Os promotores afirmaram que os abusos aconteceram na época das gravações de “Les Volets Verts” em 2021. Eles alegam que Depardieu apalpou uma das mulheres no set de filmagens, puxou-a em sua direção e a prendeu com as pernas enquanto tocava seu corpo e dizia obscenidades. De acordo com os promotores, três pessoas testemunharam a cena.


Cena do ator francês no filme ‘Les Volets Verts’ (Foto: reprodução/Mubi)

Já a segunda mulher, de acordo com os promotores, foi molestada no set e na rua.

A assistente de direção do filme, contou ao Mediapart que também denunciou o ator por tocá-la duas vezes em agosto de 2021 em seus “seios e nádegas”.

Anouk Grinberg, uma das atrizes do filme, contou à Agência France-Presse que o ator usava “palavras obscenas” e afirmou que os produtores estão cientes de que contratam um agressor quando escalam Depardieu para um filme.

Movimento #MeToo

Gérard Depardieu tem 76 anos e fez mais de 200 produções de televisão. Seu caso traz de volta a questão da violência sexual no cinema francês. Ele é a figura de maior destaque a enfrentar acusações de abuso sexual no cinema francês, estimuladas pelo movimento #MeToo, que fez vários casos ganharem notoriedade no país nos últimos tempos.

O julgamento de Depardieu acontece um mês depois do tribunal francês julgar o diretor de cinema Christophe Ruggia como culpado de molestar sexualmente a atriz Adèle Haenel quando ela era ainda era menor.